O sistema de injeção eletrônica, presente hoje na grande maioria dos lançamentos de carros, pode ser considerada como uma das maiores inovações no segmento automotivo desde a década de 80, sendo que o sistema passou por diversas evoluções durante a década de 90. A injeção eletrônica em si já pode ser considerada uma evolução do sistema de injeção convencional, já que este sistema foi feito para substituir o velho carburador. Desta forma, as montadoras que passaram a utilizar a injeção nos seus sistemas automotivos passaram a contar com um melhor desempenho dos motores, principalmente no que se refere ao sistema de escapamento das emissões gasosas.

Introdução ao sistema

Injeção EletrônicaO sistema de injeção eletrônica pode parecer muito complicado para as pessoas que veem de fora, mas quando se para analisar o sistema se vê que ele é bem simples. No sistema de injeção eletrônica, um chip, como os encontrados em diversos equipamentos eletrônicos, como computadores, é que define por quanto tempo as válvulas injetoras vão abrir. Com o controle feito de forma eletrônica, é possível ter mais precisão na hora do aproveitamento destas válvulas.

O mais interessante de tudo é que como o sistema pode ser chamado de computador, já que ele possui todas as características destas máquinas que trabalham fazendo cálculos e probabilidades, ele acaba calculando o tempo de abertura das válvulas com base no comportamento do motorista. Ou seja, o sistema de injeção eletrônica oferece o que chamamos de interatividade, coisa que os sistemas mecânicos não oferecem, já que ele simplesmente repete um determinado movimento de acordo sempre com o sistema integrado. Este computador vai controlar o sistema de injeção do carro baseado em diversas variantes, como quanto o motorista pisou no pedal de aceleração do veículo, a rotação do motor, a pressão no coletor de admissão, e as temperaturas do ar e do liquido de arrefecimento.

Todas estas informações acabam sendo coletadas e lidas por sensores que estão espalhados por todo o sistema de motorização do carro. Estes sensores tem a capacidade de transformar tudo aquilo que está sendo lido em sinais elétricos que chegam até o computador e são interpretados para que o controle das válvulas sejam feitos. A quantidade de combustível deixado entrar irá se juntar ao ar que o motor está admitindo, momento em que se forma a mistura ar-combustível.

Tipos de Injeção eletrônica

Os motoristas vão encontrar diversos sistemas diferentes de injeção eletrônica, o que acaba não sendo a mesma coisa que os tipos de injeção, que são poucos. Basicamente existem três tipos diferentes de funcionamento deste tipo de sistema: A injeção eletrônica pode ser tanto em ponto central, chamada de injeção monoponto (EFI), quanto em tantos pontos quanto forem os cilindros, denominada multiponto (MPFI). Ainda, a injeção multiponto pode ser seqüencial (SFI), a maioria hoje por razões de emissões. Na injeção seqüencial as válvulas se abrem segundo a ordem de ignição do motor. Assim, toda injeção SFI é multiponto.

O que vai mudar nestes diferentes conceitos de injeção eletrônica sempre será a localização e também a quantidade de ramos do coletor de admissão. Além destes três tipos, ultimamente muitos carros na Europa estão adotando um quarto modelo de injeção eletrônica, que seriam os sistemas de injeção direta na câmara de combustão (GDI), mas esses motores ainda não podem funcionar no Brasil devido ao elevado teor de enxofre da nossa gasolina, que afeta os injetores.

Manutenção preventiva e cuidados

Alguns motoristas, principalmente os mais desavisados que não estão muito ligados ao funcionamento dos sistemas no seu carro, pode achar que existe alguma manutenção especifica que precisa ser feita para cuidar do sistema de injeção eletrônica. Isso, na verdade, pode ser até mesmo uma grande pegadinha por parte de algumas mecânicas, principalmente em cima de pessoas que não demonstrem conhecimento mecânico mínimo. Não existe nenhum tipo de manutenção preventiva que possa ser feito ou que seja feito nos sistemas de injeção eletrônica do veículo. Portanto, se você chegar em alguma oficina e alguém te falar que é necessário fazer este tipo de manutenção, desconfie na hora do profissionalismo do local.

Mas é claro que no sistema de calculas da injeção, ai sim, existem manutenções preventivas que precisam ser feitas de tempos em tempos. Trata-se da limpeza destes bicos de injeção, mas que deve ser feita sempre que o funcionamento do motor se tornar irregular e com falhas, sem que a luz de aviso de irregularidade se acenda. Esta limpeza, em alguns casos e modelos, pode até mesmo estar incluída no sistema de revisão das autorizadas que são oferecidos par aos veículos que são comprados novos.

Existem algumas dicas e também alguns procedimentos que podem ser feitos pelos motoristas para prolongar ao máximo a vida destas válvulas de injeção. A primeira e mais importante dica é que o carro sempre deve ser abastecido com gasolina aditivada e em postos de confiança. Se o motorista investir em gasolinas de qualidade baixa, uma das principais peças que vai acabar sofrendo são as válvulas de injeção eletrônica. Aliás, as gasolinas aditivadas que hoje estão disponíveis no mercado já ajudam elas mesmo no processo de limpeza dos bicos. Na verdade, a gasolina aditivada começa limpando antes demais nada os sistemas de limpeza do carro, começando da bomba de combustível, bem como cabeçote, válvulas de admissão e escapamento e câmara de combustão. Deve ser usada também em veículos flexíveis em combustível (os flex atuais).

Curiosamente, alguns manuais de carros nacionais, como o do Honda Fit, por erro de tradução recomendam usar gasolina comum não-aditivada, mas isso não deve ser levado em consideração: nos países avançados toda gasolina é aditivada há pelo menos 10 anos. Para as pessoas que ainda duvida sobre os benefícios da gasolina aditivada em comparação com a gasolina tradicional, vale a pena investir um pouco mais de dinheiro porque o resultado do investimento vem a longo prazo, não apenas nas válvulas de injeção eletrônica, mas também em outras partes do carro.