Lançamentos previstos até o final do ano

A Copa do Mundo, ainda mais no Brasil, rouba toda as atenções. Isso fez as fabricantes automotivas adiarem a apresentação de várias novidades. Como o tempo ficou o apertado entre o fim da campanha do hexa e o Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, em outubro, muitos lançamentos vão se concentrar no último trimestre. Mas, segundo o velho paradigma, tempo de mercado é dinheiro. Esperar demais para substituir um modelo que já não tem tanto poder de atração pode ser um mau negócio. Por isso, a Ford decidiu não perder tempo e mostrar o novo Ka logo depois da Copa.

Nessa mesma época, chega o Honda Civic reestilizado – um ligeiro face-lift e mudança na oferta de equipamentos. Já a nova geração do sedã compacto City desembarca por aqui apenas em outubro, já colado ao motorshow paulistano. A Renault é outra que só está esperando o apito final na final para passar a vender o novo Sandero. O hatch compacto adotará um visual próximo ao do sedã Logan, que vem sendo muito bem-aceito no mercado. A Volkswagen planeja mostrar o Cross Up, versão aventureira do compacto, como novidade no Salão de São Paulo.

A lista de modelos importados de luxo é bem mais farta. E as marcas também não se intimidam tanto com a Copa, já que não são lançamentos bombásticos de modelos de grande volume. Dois exemplos: apenas em maio, a Kia começa a comercializar o sedã grande Quoris e a Audi inicia as vendas de esportivos como o utilitário RS Q3, o cupê de quatro portas RS 7, o conversível A3 cabriolet e o sedã S3. Em junho, a Porsche traz o SUV médio Macan nas configurações S e Turbo.

Já as marcas alemãs mais tradicionais vão deixar para se movimentar depois da Copa. Caso da BMW, que  promete os cupês M4 e Série 2  e o compacto “verde” i3. A Mercedes-Benz também planeja mostrar a quarta geração do Classe C e o utilitário GLA – a ideia é aquecer as vendas dos dois para, em 2016, nacionalizar ambos os modelos.

Divertidos também são o Fiat 500 Abarth, desenvolvido pelo braço esportivo da marca italiana e importado do México, e a nova geração dos Mini Cooper e Cooper S, com teve medidas ampliadas. Há ainda uma expectativa de que garantam presença no motorshow paulistano dos esportivos Honda Civic Si – em versão cupê –, Ford Fiesta ST e Renault Megane RS. E, como muitas marcas se esforçam para guardar seus trunfos a sete chaves nos dias que antecedem os salões automotivos, é provável que a concorrência no setor seja ainda mais agressiva na reta final de 2014.

O que vem por aí ainda em 2014

Audi – A marca das quatro argolas traz ainda em maio os esportivos RS Q3 e RS 7, seguidos do S3 sedã em junho. Em julho, chega a vez do Brasil ganhar mais um conversível, com o desembarque do A3 Cabriolet no mercado nacional. A capota elétrica se abre ou fecha em 18 segundos e pode ser aberta em velocidades até 50 km/h. O mais provável é que chegue com o propulsor 1.8 TFSI, de 180 cv, que equipa a linha A3 aqui.

Audi A3 Cabriolet

BMW – O segundo semestre vai ser movimentado para a BMW no Brasil. Além da vinda dos cupês M4 e Série 2, a BMW já promete a chegada do elétrico i3. Estrela da marca no último Salão de Frankfurt, o modelo garante autonomia de cerca 160 km, aceleração de zero a 100 km/h em 7,2 segundos e tração traseira. Um prato cheio para quem busca desempenho e uma direção esportiva com emissão zero de poluentes.

BMW i3

Fiat – A marca italiana deve lançar entre agosto e setembro o Uno reestilizado e começa a importação do 500 Abarth, desenvolvido pelo braço esportivo do grupo Fiat. Importado do México, o subcompacto terá sob o capô um motor 1.4 16V turbo capaz de atingir 162 cv e 23,5 kgfm de torque, com transmissão manual de seis marchas.

Fiat 500 Abarth

Ford – Todas as atenções da marca americana estão voltadas para o lançamento do novo Ka hatch e sedã. Além de ganhar os traços da atual linguagem visual da fabricante, o modelo também será responsável pela estréia do novo motor 1.0 litro com três cilindros e duplo comando variável. Ele entrega de 85 cv de potência e 10,7 kgfm de torque, quando abastecido com etanol. Com gasolina, os números são de 80 cv e 10,2 kgfm.

Novo Ford Ka Hatch

Geely – Depois de estrear no Brasil com o sedã médio EC7, a Geely inicia ainda este ano a venda do compacto GC2. Ele deve custar algo em torno de R$ 30 mil e conta com motor flex 1.0. Na China, o seu propulsor 1.0 12V três cilindros a gasolina entrega 68 cv e 9,0 kgfm de torque. No Brasil, o rendimento deve ser um pouco superior a isso.

Honda – A marca japonesa deve trazer de volta a versão esportiva do Civic, Si, mas na configuração cupê. Ele seria importado dos Estados Unidos com motor 2.4 16V de 201 cv e 23,4 kgfm de torque. Outro lançamento será a reestilização do Civic, em agosto, que adotará os traços do modelo americano com novos para-choques, grade frontal, faróis e lanternas. Em seguida, as atenções ficam voltadas para o novo City, previsto para outubro. 

JAC – A JAC se prepara para trazer para o mercado nacional seu primeiro utilitário esportivo, o T6. Disposta a conquistar resultados mais expressivos no Brasil, a chinesa vai apresentar o SUV médio no Salão do Automóvel de São Paulo, no último trimestre. O modelo deve custar em torno de R$ 70 mil para tentar concorrer com as versões de topo de SUV compactos nacionais, como Renault Duster e Ford EcoSport.

Kia – A coreana já prepara o território para o luxuoso Quoris no país. Mostrado no Salão do Automóvel de São Paulo em 2012, o modelo tem dimensões avantajadas: 5,09 metros de comprimento, 3,04 m de entre-eixos e 1,90 m de largura. O motor é um 3.8 V6 que entrega 290 cv. E já no mês seguinte a marca passa a vender também a nova geração do Soul, que ganhou uma plataforma mais larga e comprida.

Kia Quoris

Lifan – Com uma participação ainda muito tímida, a Lifan vai investir em um segmento de maior volume. O sedã compacto 530 vem equipado com motor 1.5 16V a gasolina, com 103 cv de potência e 13,5 kgfm de torque, sempre com transmissão manual de cinco marchas.

Lifan 520

Mercedes-Benz – No segundo semestre, desembarca no Brasil o utilitário esportivo GLA – modelo que deve ser nacionalizado em 2016. Outro que segue o mesmo trajeto é o Classe C da quarta geração. O sedã ficou cerca de 100 kg mais leve e o visual segue a nova identidade da fabricante. Os motores são os mesmos da geração atual: 1.6 turbo de 156 cv e 2.0 turbo com 184 cv ou 204 cv. A transmissão é sempre a automatizada com dupla embreagem e sete velocidades.

Mercedes-Benz Classe C

Mini – A nova geração do Cooper aparece com dimensões maiores e novos motores. Eles passam a ser empurrado por um propulsor turbo 1.5 litro de 3 cilindros e 136 cv e 2.0 litros de 4 cilindros e 192 cv, para a versão S.

Porsche – A maior novidade da Porsche no último triênio, o SUV médio Macan, desembarca no Brasil nas versões S e Turbo. Os motores são V6 biturbo, sendo um 3.0 de 340 cv e um 3.6 de 400 cv. A tração é sempre integral e o câmbio de dupla embreagem e sete marchas. Há chances ainda de algumas unidades do superesportivo 918 Spyder estar disponível para encomendas, mas o volume é para se contar nos dedos.

Porsche Macan

Renault – Além do novo Sandero, que acompanha o visual do Logan, a marca francesa pretende importar o SUV compacto Captur, para brigar no andar de cima do segmento. Quem também pode ser trazido da França é o apimentado Megane R.S., um hatch médio com motor 2.0 turbo, semelhante ao usado no Fluence, mas configurado para render 225 cv, ou 45 cv a mais que no sedã médio.

Renault Captur

Volkswagen – A Volkswagen tem poucas novidades. A linha Fox vai passar por uma reestilização logo depois da Copa e, na época do Salão de São Paulo, chega ao mercado o Cross Up!, que já é vendido na Europa. A versão aventureira tem a carroceria elevada em 15 mm em relação ao Up normal, mas manteve a mesma motorização.

Volkswagen Cross Up!


Autor: Márcio Maio (Auto Press)
Fotos: Divulgação