Foi publicado nesta semana o relatório mensal com os números da indústria automotiva brasileira feito pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). De acordo com os dados que constam no documento, agosto de 2021 pode ser considerado como o pior dos últimos 18 anos. A queda na produção automotiva ficou em 21,9% quando comparado com o mesmo mês do ano passado.

Fabricantes de veículos registram pior mês de agosto desde 2003

Em relação ao mês passado, a indústria automotiva brasileira registrou um leve aumento na produção, que ficou em 0,3%, o que pode ser considerado praticamente como uma estagnação. Ao longo do mês passado, 164 mil veículos foram produzidos, entre automóveis , comerciais leves , caminhões , motocicletas e tratores .

A entidade afirma que o impacto da falta dos semicondutores acabou sendo fundamenta para a crise do setor, e que o impacto deve continuar sendo sentido pelo menos até o ano de 2022. “A situação dos semicondutores traz imprevisibilidade para o desempenho da indústria no restante do ano. Num cenário normal, estaríamos produzindo num ritmo acelerado nesta época do ano”, lamenta Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.

Fabricantes de veículos registram pior mês de agosto desde 2003

Atualmente um veículo moderno pode ter entre 200 e 400 semicondutores embarcado, um número realmente impressionante e que retrata como a falta destes componentes pode acabar afetando diretamente a produção dos veículos. Dados divulgados através de uma pesquisa da BCG mostra que a falta de microchips semicondutores afetará a produção de algo entre 5 e 7 milhões de automóveis em todo o mundo.

A estabilidade no fornecimento deste tipo de peça não é esperada para antes do segundo trimestre de 2022. Apesar dos dados de algumas consultorias, algumas empresas estão mais pessimistas sobre o tema. A Mercedes-Benz, por exemplo, acredita que o fornecimento de semicondutores deve ser normalizado apenas em 2023.