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A Chevrolet acertou em cheio com o Onix. O hatch substituiu o cansado Corsa e logo se tornou o campeão de vendas da marca no Brasil, com mais de 10 mil unidades emplacadas mensalmente. Como um carro de volume, ele precisa atender desde camadas mais “populares”, com motorização 1.0 e menos equipamentos, até uma faixa mais alta. Nesse extremo superior está a versão LTZ com câmbio automático, topo de linha, recheada de itens de conveniência. Oferecido desde julho desse ano, o câmbio automático acrescenta R$ 3 mil à conta do LTZ, que chega aos R$ 47.890 e representa 10% dos Onix comercializados – expressivas mil unidades da variante mais luxuosa do compacto. Ele é um dos poucos do segmento a trazer uma transmissão automática convencional, com conversor de torque, em vez de uma caixa automatizada – mais barata e presente em modelos como Volkswagen Gol e Fiat Palio.

O câmbio de seis marchas é o mesmo utilizado em Cobalt, Spin, Prisma, Sonic e até no médio Cruze. Para o Onix, a caixa é exclusivamente acoplada ao motor 1.4 litro de 98/106 cv e 12,9/13,9 kgfm de torque, com gasolina e etanol – casamento repetido no sedã Prisma. O conjunto leva o modelo de zero a 100 km/h em 13,4 segundos e à máxima de 171 km/h.

Por fora, apenas um pequeno emblema na tampa traseira identifica um Onix com câmbio automático. De resto, tudo igual. Está lá a grade frontal dividida horizontalmente, os faróis com um pequeno traço azul e as proporções corretas. A plataforma é a GSV – global small vehicles ou global para veículos pequenos –, compartilhada com quase toda a linha de compactos da Chevrolet vendidos no Brasil, com exceção de Celta e Agile, mais antigos. Já o interior traz itens importantes como ar-condicionado, direção hidráulica, vidros, travas e retrovisores elétricos e o sistema MyLink. Menina dos olhos da Chevrolet, a central multimídia já está presente em quase todos os carros da linha. Ela é controlada por uma tela sensível ao toque de sete polegadas no centro do painel, reúne informações do som e espelha aplicativos instalados no smartphone – como o GPS.

Mesmo não sendo propriamente barato, o Onix LTZ apresenta um conjunto interessante e completo para os padrões do segmento. Por R$ 47.890, a versão automática adiciona conforto e praticidade ao modelo da Chevrolet. Ele é mais em conta que concorrentes diretos, como Volkswagen Gol e Fiat Palio – ambos com transmissões automatizadas mais simples e nível de equipamentos equivalente. Ainda assim, o Onix “top” é uma arma importante no jogo da marca da gravata, que tem mantido o segundo lugar no mercado, atrás apenas da Fiat.

Chevrolet Onix LTZ

Ponto a ponto

Desempenho – Os 106 cv e 13,9 kgfm de torque do 1.4 litro que equipa o Onix conseguem empurrar o hatch com competência. Mas em certos momentos a baixa litragem do motor fica em evidência, como em acelerações retomadas – embora o câmbio automático de seis marchas até se vire bem ao responder às solicitações do acelerador. A transmissão trabalha com suavidade nas trocas e tem relações bem escalonadas. Nota 7.

Estabilidade – O Onix é plantado no chão, com reações neutras e previsíveis. O comportamento é adequado à proposta e a boa aderência se mantém em curvas de alta ou de baixa velocidade. A direção é bem direta, mas a suspensão macia desestimula um uso mais extremo. Nota 7.

Interatividade – A maior vedete do Onix é o sistema multimídia MyLink, que é simples de usar e tem comandos autoexplicativos. Já a ergonomia peca na localização dos botões dos vidros, muito recuados, e do puxador das portas, baixo demais. A posição de dirigir é facilmente encontrada e a visibilidade é boa para todos os lados. Nota 8.

Consumo – O InMetro não testou nenhuma unidade do Chevrolet Onix 1.4 automático. No entanto, o computador de bordo da unidade avaliada acusou 8,2 km/l de gasolina em circuito urbano. Nota 6.

Conforto – Mesmo sendo um compacto, o modelo tem bom espaço interno e acolhe bem quatro ocupantes – um quinto até é admitido, mas já causa algum aperto no banco traseiro. O isolamento acústico é eficiente até a casa dos 110 km/h e no trânsito urbano o habitáculo é silencioso. Além disso, a suspensão amortece bem as irregularidades do asfalto e livra os ocupantes de eventuais solavancos. Nota 8.

Detalhe da frente do Onix LTZ

Tecnologia – O Onix é um carro recente. A plataforma GSV – compartilhada com Cobalt, Spin, Prisma e Sonic – é moderna e prioriza o espaço interno. Além disso, o carro popularizou o sistema multimídia MyLink, que é simples mas funcional. A transmissão também é moderna, com seis marchas. No entanto, os propulsores são antigos, ainda que bastante revisados. Nota 7.

Habitabilidade – O interior do hatch é bem pensado e tem vários nichos para acesso rápido. A entrada no interior é facilitada pela abertura ampla das quatro portas. O bom espaço da plataforma, no entanto, foi dedicado ao habitáculo – para bagagens há 280 litros, padrão no segmento. Mas este volume pode ser expandido com o rebatimento do banco traseiro. Nota 8.

Acabamento – A cabine é bem finalizada, com materiais justos e qualidade nas montagens. Não há rebarbas aparentes e os encaixes passam impressão de solidez. O tecido dos bancos é agradável e a cor escura de painel e revestimentos dá um tom acolhedor. O plástico rígido ainda é usado em abundância, mas não destoa da proposta, nem causa estranheza ao toque. Nota 7.

Design – O visual do Onix é interessante. O modelo tem proporções bem definidas e não causa estranhamento sob nenhum ângulo. No entanto, carece de personalidade. Os traços são comportados, com uma linha de cintura alta e uma traseira pouco original. A frente tem a já difundida grade separada em duas partes da Chevrolet, enquanto os faróis ostentam um pequeno friso azul junto ao grupo ótico. Nota 7.

Custo/benefício – Os R$ 47.890 pedidos pelo modelo parecem um tanto elevados para um compacto urbano com motor 1.4, ainda que ele seja um dos poucos a trazer uma transmissão automática convencional, em vez de uma caixa automatizada. Além disso, as transmissões automáticas de Hyundai HB20, Citroën C3 e Peugeot 208 têm apenas quatro marchas. Mesmo assim, ele ainda é razoavelmente mais em conta que concorrentes diretos. Um Volkswagen Gol Highline I-Motion em equivalência de equipamentos chega a salgados R$ 49.820, enquanto um Fiat Palio Essence 1.6 16V Dualogic, também automatizado, sai por mais razoáveis R$ 44.817. Nas versões automáticas, o HB20 custa R$ 47.595, o C3 sai a R$ 53.490,00 e o 208 a R$ 54.990. Nota 7.

Total – O Chevrolet Onix LTZ automático somou 70 pontos em 100 possíveis.

Detalhe da traseira do Onix LTZ

Impressões ao dirigir

O interior do Onix é agradável, com uma cabine bem acabada e arejada. O espaço interno é aproveitado de forma inteligente e o revestimento não tem rebarbas ou materiais de má aparência. E melhora com a familiaridade que vem com o uso diário – no que a transmissão automática de seis marchas só contribui. O câmbio é moderno e trabalha bem com o 1.4 litro para melhor aproveitar a força, que não tem sobras. O funcionamento da transmissão é bastante suave, sem trancos, e compõe bem com as reações serenas do motor. 

Os 106 cv do propulsor são suficientes para mover o Onix com dignidade, ainda que ele não seja um exemplo de esperteza. O torque máximo, de 13,9 kgfm, só aparece a altas 4.800 rotações e, ainda que seja bem distribuído, força o sistema a “esticar” demais as primeiras marchas para embalar o hatch. No entanto, em trânsito mais travado de um centro urbano, o modelo acompanha bem o tráfego e o câmbio automático faz toda a diferença ao facilitar muito a condução. Há a opção por trocas manuais – através de um pouco cômodo botão na alavanca –, que elimina uma certa indecisão da caixa, particularmente em retomadas a velocidades mais altas. 

O interior é funcional e ganha em modernidade com o MyLink. A tela sensível ao toque de sete polegadas no centro do painel é vistosa e bem simples de usar. Apenas os comandos de volume – em teclas no console ou diretamente na tela – são pouco práticas. No volante, curiosamente, há apenas comando para o controlador de velocidade de cruzeiro. O isolamento acústico é bom e o Onix passa agradável sensação de robustez ao enfrentar com desenvoltura pisos ruins e asfaltos esburacados. 

Ficha técnica

Chevrolet Onix LTZ 1.4 automático

MotorA gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.389 cm³, quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Injeção multiponto sequencial e acelerador eletrônico
Potência máxima106 e 98 cv a 6 mil rpm com etanol e gasolina
Torque máximo13,9 e 12,9 kgfm a 4.800 rpm com etanol e gasolina
Aceleração de 0 a 100 km/h13,4 segundos
Velocidade máxima171 km/h
Diâmetro e curso77,6 mm X 73,4 mm
Taxa de compressão12,4:1
Pneus185/65 R15
Peso1.067 kg
TransmissãoCâmbio automático com seis marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle de tração
SuspensãoDianteira independente do tipo McPherson, com molas helicoidais com carga lateral, amortecedores telescópicos e barra estabilizadora. Traseira semi-independente com eixo de torção, molas helicoidais e amortecedores telescópicos hidráulicos
FreiosDiscos na frente e tambor atrás. ABS de série
CarroceriaHatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 3,93 metros de comprimento, 1,70 m de largura, 1,48 m de altura e 2,52 m de distância entre-eixos. Oferece airbag duplo de série
Capacidade do porta-malas280 litros
Tanque de combustível54 litros
ProduçãoGravataí, Rio Grande do Sul
Itens de sérieAirbags frontais, freios ABS, banco do motorista com ajuste de altura, direção hidráulica, chave canivete, direção com ajuste de altura, vidros, travas e retrovisores elétricos, alarme, protetor de cárter, faróis com máscara negra, lanternas escurecidas, rodas de liga leve em 15 polegadas, ar-condicionado, faróis de neblina, MyLink, controlador de velocidade de cruzeiro e computador de bordo
PreçoR$ 47.890

Autor: Igor Macário (Auto Press)
Fotos: Pedro Paulo Figueiredo/Carta Z Notícias