• Galeria: Foto 1 de 5
    Galeria: Foto 1 de 5
  • Galeria: Foto 2 de 5
    Galeria: Foto 2 de 5
  • Galeria: Foto 3 de 5
    Galeria: Foto 3 de 5
  • Galeria: Foto 4 de 5
    Galeria: Foto 4 de 5
  • Galeria: Foto 5 de 5
    Galeria: Foto 5 de 5

Toda marca, principalmente uma generalista, precisa de uma vitrine para seus projetos de ponta. No que se refere a design, o RCZ faz essa função para a Peugeot. O carro foi lançado na Europa em abril de 2010 – chegou no Brasil em outubro do ano seguinte – e tem no visual “causador de torcicolos” sua maior virtude. Em 2013, a marca deu um “tapa” nas linhas da frente, que perdeu o “bocão” característico dos Peugeot de gerações passadas. Por aqui, a mudança – que apareceu no país em agosto – pouco influiu na média de vendas, cerca de 14 carros mensais em 2013. O número foi até menor que em 2012, quando o patamar ficou em 20 unidades por mês. Mas encher as ruas nacionais não é mesmo a intenção da marca com o carro. Com uma etiqueta de preço de R$ 134.490, o RCZ é até mais caro que o único rival direto no Brasil, o Mini Cooper S Coupé – que custa R$ 129.950 –, mas oferece linhas bastante peculiares para conquistar algumas das garagens mais abastadas no Brasil.

Sob o capô, o conhecidíssimo conjunto formado pelo motor THP 1.6 litro turbinado de 165 cv a 6 mil giros e 24,5 kgfm de torque a baixas 1.400 rotações, sempre aliado ao câmbio automático de seis marchas. Ele está em praticamente toda a linha, empurrando as versões mais caras de 308 e 408, além do crossover 3008. A Citroën também usa o propulsor no C4 Lounge topo e nos DS3, DS4 e DS5. O motor é capaz de levar o RCZ de zero a 100 km/h em 8,4 segundos e à máxima de 213 km/h, números coerentes com a proposta e poderio do conjunto. O 1.6 litro ainda é o mesmo usado pelo concorrente, o Mini Coupé. Mas no modelo inglês, desenvolve 184 cv.

No entanto, é no design que o RCZ tem seu grande trunfo. O perfil baixo é bastante agressivo, com uma frente curta e traseira alongada, e tem muita personalidade. O teto curvo, com direito aos arcos com acabamento metalizado, ainda ostenta dois sutis “calombos” sobre as cabeças dos dois ocupantes da traseira. As rodas grandes de 18 polegadas compõem o conjunto, que ainda consegue ser muito elegante. Mas é na frente que estão as maiores modificações no visual. Sai de cena a característica entrada de ar exagerada – que no RCZ até combinava –, em troca de uma grade menor, com filetes cromados e uma discreta inscrição do nome da marca. Mais acima, o leão da Peugeot, que também teve o tamanho reduzido. Os faróis pouco mudaram, mas agora ostentam fundo escurecido. Perfil e traseira ficaram como eram, com o charmoso aerofólio que se ergue quando o carro ultrapassa os 85 km/h.

Dentro, a marca manteve o acabamento de qualidade e boa lista equipamentos. Porém, o visual da cabine é muito semelhante ao de qualquer outro Peugeot – exceto pelas saídas de ar circulares e pelo relógio analógico no centro do painel. A marca ainda diz que o carro pode levar quatro passageiros, em duas poltronas principais e dois minúsculos assentos atrás. Há revestimento em couro por todo o habitáculo e os bancos contam com regulagens elétricas e aquecimento. O ar condicionado é automático de duas zonas e o esportivo passou a contar com uma tela de 7 polegadas retrátil no alto do painel que incorpora o navegador por GPS. Parece pouco para os R$ 135 mil pedidos, mas ainda assim, outros rivais, como os alemães Audi TT e BMW Z4 custam bem mais, têm preços acima dos R$ 200 mil, e apenas o BMW vende mais que o RCZ, com 35 carros mensais em 2013 – Audi e Mini venderam menos de 10 carros por mês. Entre os “belos da rua”, o RCZ nem parece tão caro assim.

Peugeot RCZ

Ponto a ponto

Desempenho – Os 165 cv do motor 1.6 turbinado são bem suficientes para mover o RCZ sem dificuldades. O torque de 24,5 kgfm aparece a baixas 1.400 rotações e tornam as acelerações relativamente vigorosas – ainda que ele não seja nenhum superesportivo. Esse propulsor é bem casado com a transmissão automática de seis marchas, que consegue extrair o melhor do quatro cilindros. Nota 8.

Estabilidade – O RCZ é quase um kart. As respostas aos comandos são diretas e ágeis, mesmo com o enorme volante nas mãos do motorista. A suspensão firme controla bem os movimentos da carroceria e os limites do esportivo são amplos. As rodas próximas às bordas da carroceria contribuem para deixar o conjunto “acordado” sempre. Já os pneus 235/45 montados em rodas de 18 polegadas ajudam bastante a segurar o RCZ. Nota 9.

Interatividade – O interior é bem pensado e todos os comandos estão à mão. Sistemas de uso rápido são de fácil localização e manuseio – exceto o navegador GPS, cuja tela não é sensível ao toque. A inserção de endereços e qualquer outra configuração tem de ser feita através de botões giratórios e atalhos específicos, o que complica o manuseio. Ademais, os comandos no volante de som e controlador de velocidade de cruzeiro ainda são operados por dois satélites dedicados na coluna de direção. São antigos mas cumprem bem a função. Nota 8.

Consumo – O InMetro testou o Peugeot RCZ e conseguiu média de 8,4 km/l de gasolina na cidade e 12,0 km/l na estrada. Para um carro moderno e que só bebe gasolina, é pouco. Nota 6.

Conforto – A suspensão mais firme do RCZ faz os ocupantes sacolejarem um pouco ao passar por irregularidades. No entanto, em piso liso, o esportivo vai bem e trata com refinamento motorista e passageiro. Os bancos são confortáveis e apóiam bem o corpo. O isolamento acústico é eficiente e contribui para uma atmosfera agradável. Nota 8.

Interior confortável e equipado

Tecnologia – O RCZ é um carro moderno. Ainda que a plataforma PF2 já esteja sendo substituída na Europa pela modular EMP2, o esportivo usa o motor 1.6 litro turbinado já visto ao longo da gama da Peugeot e Citroën, como também BMW e Mini. O interior traz sistemas de navegação e entretenimento, além de itens importantes como ar-condicionado automático de duas zonas. Nota 8.

Habitabilidade – Entrar no RCZ não é das tarefas mais fáceis. O carro é baixo e as portas grandes podem ser difíceis de abrir em estacionamentos apertados. Mas uma vez encaixado nos bancos, a cabine dispõe de alguns porta-objetos práticos para levar itens menores. Mesmo com algum espaço disponível para muito eventuais ocupantes traseiros, o porta-malas ainda leva bons 321 litros. Nota 8.

Acabamento – A finalização do habitáculo é um dos pontos altos do RCZ. A Peugeot revestiu o interior com materiais de qualidade e notadamente melhores que os usados em sua gama produzida na Argentina ou em Porto Real. Todo o painel é revestido em superfície macia ao toque e couro com costuras aparentes. O mesmo material está nos bancos e portas, que ajudam a criar um ambiente bastante sofisticado. O encaixe das peças é bom e, mesmo passando sobre pisos ruins, nada faz barulho. Nota 10.

Design – O visual é, com certeza, o maior atrativo do modelo. As linhas curvas e muito charmosas dão um aspecto singular ao RCZ, que atrai muitos olhares nas ruas. Os arcos do teto têm acabamento metalizado independente da cor da carroceria e ajudam a desenhar o perfil esportivo do carro. A traseira longa e baixa compõe bem com a frente agressiva e curta, num arranjo muito bonito. As duas “bolhas” na parte posterior do teto conferem ainda mais personalidade. Nota 10.

Custo/benefício – A compra de um carro como o RCZ não obedece muitos preceitos lógicos. Ainda assim, os R$ 134.490 que a Peugeot pede parecem até razoáveis frente ao que o carro entrega – um design arrebatador e desempenho coerente. Ainda assim, um Mini Cooper S Coupé tem o charme da marca inglesa, é mais potente – com 184 cv extraídos do mesmo motor 1.6 – e custa R$ 129.950. Por R$ 146.950, leva-se ainda um Mini Coupé JCW, com 211 cv. A própria Peugeot tem em seu portfolio o 308CC. Ele é um conversível de teto rígido que custa os mesmos R$ 134.490 do RCZ e ainda carrega quatro pessoas mais propriamente. Nota 5.

Total – O Peugeot RCZ somou 80 pontos em 100 possíveis.

Detalhe do farol com limpador

Impressões ao dirigir

Como carro de imagem que se preze, o RCZ tem visual que chama atenção por onde passa e tem um belo acabamento. A linha de cintura alta e o teto baixo – com a área envidraçada pequena – dão muita personalidade ao RCZ. O ar é bem esportivo, realçado pelas rodas grandes, o caimento suave da traseira e as duas inusitadas “bolhas” no teto envidraçado. A frente baixa ficou elegante com os novos traços adotados, que incluíram pequenas fileiras de leds diurnos.

Em movimento, o RCZ não decepciona. O 1.6 litro turbinado tem 165 cv e respostas rápidas ao acelerador. Mesmo não sendo muito leve, com 1.363 kg, o cupê tem desempenho convincente, com boa dose de vitalidade. O câmbio automático de seis marchas tem trocas precisas e dificilmente erra na escolha das marchas, mas não é dos mais suaves – ainda que o comportamento seja compatível com a proposta do carro. O conjunto permite uma tocada até agressiva, com ótimo acerto de chassi. A suspensão é firme e segura muito bem o carro nas curvas. É difícil notar alguma rolagem na carroceria, que se mantém plantada no asfalto. Em velocidades mais altas, há alguma flutuação da traseira, mas nada que assuste o motorista. No entanto, o acerto suspensivo compromete um pouco o conforto a bordo, prejudicado pelos baques secos que a suspensão dá ao encarar ruas com asfalto ruim ou paralelepípedos. 

O interior é muito bem acabado, com materiais de bom nível e revestimentos primorosos. As costuras aparentes passam sensação de qualidade e os arremates são certeiros. O relógio analógico no centro do painel é um charme à parte. O senão é o espaço limitado. Os dois ocupantes da frente até tem bom vão livre – ainda que o acesso não seja dos mais fáceis em função do teto baixo. Atrás, nem crianças pequenas conseguem se acomodar com conforto – serve, no máximo, para trajetos curtos.

Traseira chama a atenção com design único

Ficha técnica

Peugeot RCZ

MotorGasolina, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, alimentado por turbina de hélice dupla, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro. Comando duplo de válvulas no cabeçote com sistema de variação de abertura na admissão e escape. Injeção direta de combustível e acelerador eletrônico
TransmissãoCâmbio automático de seis marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Oferece controle de tração
Potência máxima165 cv a 6 mil rpm
Aceleração de 0 a 100 km/h8,4 segundos
Velocidade máxima213 km/h
Torque máximo24,5 kgfm a 1.400 rpm
Diâmetro e curso77,0 mm x 85,8 mm
Taxa de compressão11,0:1
SuspensãoDianteira independente do tipo McPherson com barra estabilizadora, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos pressurizados. Traseira com rodas independentes, travessa deformável e amortecedores hidráulicos pressurizados. Oferece controle eletrônico de estabilidade
Pneus235/45 R18
FreiosDiscos ventilados na frente e sólidos atrás. Oferece ABS
CarroceriaCupê em monobloco com duas portas e quatro lugares. Com 4,28 metros de comprimento, 1,84 m de largura, 1,35 m de altura e 2,61 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais e laterais
Peso1.363 kg
Capacidade do porta-malas321 litros
Tanque de combustível55 litros
ProduçãoGraz, Áustria
Lançamento mundial2010
Lançamento no Brasil2011
Reestilização2013
Itens de série Airbags frontais e laterais, aerofólio móvel, controle de estabilidade, faróis de xenon direcionais, freios ABS, sensor crepuscular e de chuva, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, ar-condicionado automático de duas zonas, bancos de couro com aquecimento, coluna de direção com regulagem de altura e profundidade, direção assistida, controlador de velocidade de cruzeiro, vidros, travas e retrovisores elétricos, retrovisores eletricamente rebatíveis, rádio/CD/MP3/USB/AUX/Bluetooth com tela de 7 polegadas e rodas de liga leve de 18 polegadas
OpcionalPintura perolizada
PreçoR$ 134.490
Preço completoR$ 136.990

Autor: Igor Macário (Auto Press)
Fotos: Luiza Dantas/Carta Z Notícias