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O Golf é um carro fundamental na estratégia do Grupo Volkswagen, na busca pela liderança mundial de vendas. A ponto de a atual sétima geração ter sido lançada na Europa a um preço 3% inferior à anterior – apesar dos ganhos em tecnologia. No Brasil, o modelo também está destinado a contribuir para a façanha de ultrapassar comercialmente a Toyota. Tanto que a montadora não quis nem esperar o início da fabricação do Golf VII em São José dos Pinhais – marcada para 2015 – e decidiu trazer o modelo como importado mesmo. Ou seja: encarando os pesados impostos de importação. Ainda assim, o hatch médio alemão tem apresentado um desempenho animador para a marca. 

Os números de venda são próximos aos dos líderes do segmento Ford Focus e Chevrolet Cruze. Isso faz dele o carro europeu mais vendido no país. Mas, ao contrário do que ocorreu no mercado lá, por aqui a Volkswagen não foi tão generosa na hora de precificar o modelo. É o hatch médio mais caro entre as marcas generalistas. A versão intermediária Highline com câmbio de dupla embreagem, por exemplo, que tenta se equilibrar entre um mínimo aceitável de equipamentos para o segmento e um valor menos inacessível, começa em R$ 78.990. Preço de versões topo de linha de outras marcas. Completo, o Golf Highline vai a R$ 119.720. Essa é uma das características do Golf: os equipamentos elevam o preço do modelo às alturas. A versão esportiva GTI, que começa em R$ 98.990, completa vai a R$ 136.220.

Interior do VW Golf Highline, incluindo Teto Solar

Mesmo caro, o Golf se vale de 40 anos de história e uma legião de fãs. Por isso mesmo, mantém algumas características que reafiram a antiga personalidade. Caso do design, que é um misto de modernidade com aquela sensação de “déjà vu”. Ele alia a atual identidade da marca com características visuais próprias do modelo – como a coluna traseira larga em ângulo com a linha da porta, que sugere um taco de golfe.

Mas há também argumentos práticos capazes de seduzir novos consumidores. A começar pelo propulsor 1.4 turbo. Na calibragem dada ao hatch médio, ele entrega 140 cv entre 4.500 e 6 mil rpm. Além disso, seu torque máximo de 25,5 kgfm está disponível já a partir dos 1.500 giros, em uma faixa que se estende até as 3.500 rpm. Tanto com transmissão manual de seis marchas quanto com a automatizada de dupla embreagem e sete velocidades – com borboletas na coluna de direção para trocas manuais –, o modelo acelera de 0 a 100 km/h em apenas 8,4 segundos e chega à máxima de 212 km/h. 

O novo Golf é construído sobre a plataforma MQB e está 52 kg mais “magro” que a quarta geração, produzida no Brasil de 1998 a dezembro de 2013. O novo Golf Highline chega recheado de equipamentos. São sete airbags, ar-condicionado de duas zonas, controles eletrônicos de estabilidade e tração, sistema de start/stop – que desliga e religa o motor sempre que o carro está parado –, bloqueio eletrônico de diferencial e sistema de informação e entretenimento com tela sensível ao toque de 5,8 polegadas. O hatch médio conta ainda com opcionais como um sistema que ajuda a estacionar o carro em vagas longitudinais e perpendiculares, controle de velocidade adaptativo e faróis altos inteligentes, que ajustam o facho para não ofuscar os motoristas que vêm em sentido contrário, banco do motorista com ajustes elétricos, detector de fadiga e quatro modelos de condução. São equipamentos sofisticados e interessantes, mas que elitizam o hatch médio da Volkswagen.

VW Golf Highline

Ponto a ponto

Desempenho – O motor 1.4 TSI entrega 140 cv entre 4500 e 6 mil rpm, número que não impressiona ninguém. Na prática, o torque de 25,5 kgfm disponível já a 1.500 giros – e que se mantém até 3.500 rpm –, proporciona ao Golf acelerações vigorosas em qualquer situação: arrancadas, ultrapassagens ou retomadas. As borboletas do volante para as trocas manuais do câmbio automático de sete velocidades facilitam a extração de um comportamento bem esportivo do modelo. Nota 8.

Estabilidade – O Golf é um carro bem grudado ao chão. A boa rigidez da carroceria não permite torções e mesmo nas curvas mais acentuadas e em velocidades altas, o conjunto está em total equilíbrio. E, para qualquer exagero, há ainda o controle eletrônico de estabilidade. Nota 9.

Interatividade – Os comandos estão todos à mão do motorista e no exato local em que estavam nas gerações anteriores. O sistema multimídia de navegação tem tela sensível à proximidade – não é preciso tocar –, que às vezes ganha “vida própria”. A lógica extremamente “cartesiana” na inserção de dados pode irritar um pouco. Câmara de ré, sistema de estacionamento automático e controle adaptativo facilitam a vida do motorista, mas são itens disponíveis em pacotes de opcionais bem salgados. Nota 7.

Consumo – O InMetro testou o Golf Highline DSG e aferiu média de 11,5 km/l de gasolina na cidade e 13,4 km/l na estrada. Obteve nota A entre modelos médios e B no geral. Dificilmente, porém, se consegue médias tão altas na estrada. A não ser que se evite explorar a capacidade esportiva do modelo. Nota 8.

Conforto – A suspensão firme faz os passageiros sentirem detalhadamente as imperfeições das ruas. De fato, não foi pensado para o Brasil, mas para as perfeitas pavimentações da Europa. O isolamento acústico também é deficiente para um carro do segmento. Não evita que o ronco do propulsor seja ouvido nem que o ruído dos pneus invada o habitáculo. Os bancos são em couro e têm rigidez correta, mas os demais revestimentos não são dos mais agradáveis ao toque. Nota 6.

Volkswagen Golf Highline DSG

Tecnologia – Construído sobre a plataforma MQB – a mesma que sustenta o Audi A3 –, o Golf VII ostenta uma vasta lista de equipamentos. Tem sete airbags, ar-condicionado de duas zonas, controles de estabilidade e tração, bloqueio eletrônico de diferencial, sistema de informação e entretenimento com tela sensível ao toque de 5,8 polegadas. Fora uma lista extensa de opcionais. Nota 9.

Habitabilidade – Mesmo com a ampliação de suas medidas – ganhou quase 6 cm de entre-eixos –, espaço interno não é um dos pontos fortes do novo Golf. Quatro ocupantes viajam sem apertos, mas não chegam a desfrutar de vasto conforto. O porta-malas tem 313 litros, é acanhado demais para um carro deste porte. Ainda mais porque no Brasil um estepe integral eleva o fundo quase até a borda do vão da porta. Nota 6.

Acabamento – Os plásticos rígidos estão por toda parte e, embora aparentem qualidade, não proporcionam um convívio agradável. Em áreas de toque, há o uso de revestimentos espumados, menos brutos. O design geral, porém, é um tanto conservador. A inserção de elementos cromados ou em plástico brilhoso tenta criar um ar de requinte, mas provoca uma certa desarmonia. O conjunto parece inferior a alguns rivais com preço mais acessível. Os encaixes e a finalização, no entanto, são bem feitos. Nota 7.

Design – Mesmo com o novo visual da Volkswagen, o Golf conserva linhas tradicionais. É um desenho agradável, mas não mostra qualquer imaginação ou ousadia. O carro mantém a mesma distribuição de volumes das gerações anteriores, com a frente longa, a linha de cintura paralela ao teto e a grossa coluna traseira que reforça a ideia de robustez. Nota 7.

Custo/benefício – O novo Golf Highline DSG parte de altos R$ 78.990 e, completo, vai a assustadores R$ 119.720. Um Chevrolet Cruze Sport6 LTZ, também com 140 cv, automático completo, sai por R$ 68.890. Já o Ford Focus SE Plus 2.0 PowerShift com sistema de navegação Sync fica em R$ 80.790. Nota 6.

Total – O Golf Highline DSG somou 73 pontos em 100 possíveis.

Traseira do VW Golf Highline

Impressões ao dirigir

Bom de briga

Esteticamente, o Golf não tem qualquer ousadia. Ao contrário, suas formas mantém a tradição do modelo e seus traços retilíneos seguem as últimas tendências da marca – que sempre foi conversadora. Nem mesmo no Brasil, onde houve um salto de três gerações, da quarta para a sétima, pode-se sentir o impacto da transformação.

Por dentro, a iluminação cria uma atmosfera agradável. O sistema de climatização dual zone com saídas de ar também na parte da traseira se mostra bem eficiente. Os materiais chamam a atenção pela precisão nos encaixes e robustez. Mas faltam revestimentos mais agradáveis e suaves ao toque. Tudo é estoico demais e denuncia a função original do modelo na Europa, que é ser um carro barato e de alto volume.

Detalhe da Lanterna traseira

Mas ao colocar seu motor em funcionamento, todas estas características perdem um pouco a importância. Ao contrário do visual, dinamicamente o Golf é ousado e interessante. O 1.4 turbo mostra seu valor em qualquer regime de giros. Com apenas 1.238 kg e um torque de 25,5 kgfm disponível entre 1.500 e 3.500 rpm, a agilidade do modelo impressiona. Em uma condução  mais esportiva, as trocas manuais feitas a partir de borboletas no volante não deixa buracos nas acelerações. O desempenho se mantém mesmo quando as mudanças ficam a cargo do câmbio automatizado de dupla embreagem.

Não falta tecnologia ao Golf. A direção elétrica é precisa e transmite bastante segurança mesmo em velocidades altas. O Golf traz sistema de entretenimento com tela touch, que pode ser de 5,8 polegadas ou opcionalmente de oito polegadas, assim como seu GPS. Há Park Assist, detector de fadiga e até um recurso que, na indicação de um possível acidente, fecha vidros e teto-solar. A segurança é reforçada pelos controles de tração e estabilidade e sete airbags. E, claro, o start/stop, que ajuda os modelos a passarem nos testes de emissões na Europa, mas chateiam motoristas no mundo todo.

Detalhe do Farol

Ficha técnica

Volkswagen Golf Highline DSG (dados de fábrica)

MotorA gasolina, dianteiro, transversal, 1.395 cm³, quatro cilindros em linha, com quatro válvulas por cilindro. Com injeção direta de combustível, turbocompressor e comando variável de válvulas. Acelerador eletrônico
TransmissãoCâmbio automático com sete marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Oferece controle eletrônico de tração e bloqueio eletrônico do diferencial
Aceleração de zero a 100 km/h8,4 segundos
Velocidade máxima212 km/h
Potência máxima140 cv com gasolina entre 4.500 e 6 mil rpm
Torque máximo25,5 kgfm entre 1.500 e 3.500 rpm
Diâmetro e curso74,5 mm x 80 mm. Taxa de compressão: 10,5:1
SuspensãoDianteira independente do tipo McPherson, com triângulos inferiores, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora. Traseira independente do tipo Multilink, com molas helicoidais, amortecedores telescópicos hidráulicos e barra estabilizadora. Oferece controle eletrônico de estabilidade
CarroceriaHatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,25 metros de comprimento, 1,79 m de largura, 1,46 m de altura e 2,63 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais, de cortina e de joelhos para motorista de série
FreiosDiscos ventilados na frente e sólidos atrás
Pneus205/55 R16
Peso1.238 kg em ordem de marcha
Capacidade do porta-malas313 litros
Tanque de combustível50 litros
ProduçãoWolfsburg, Alemanha
Lançamento mundial2012
Itens de sérieAlerta de perda de pressão dos pneus, ar-condicionado com duas zonas, controle de cruzeiro, direção elétrica, computador de bordo, espelho retrovisor interno eletrocrômico, faróis de neblina, freio de estacionamento elétrico, lanterna de neblina, rodas de liga leve de 16 polegadas, sensores de chuva e crepuscular, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, alarme Keyless, rádio CD-Player com tela de 5.8 polegadas com sensor de aproximação e Bluetooth, vidros elétricos e volante multifuncional e shift paddles
OpcionaisPintura metálica, teto panorâmico, park assist com câmera de ré, sistema infotainment com tela “touch” de oito polegadas e HD de 60 Gb com comando de voz, DVD player, dois leitores de cartões de memória e GPS, ajuste automático de distância até 160 km/h com limitador de velocidade, banco do motorista com ajustes elétricos, comando de voz, detector de fadiga, farol de xenônio com  regulagem dinâmica da luz alta, revestimento interno de couro com aquecimento dos bancos dianteiros, roda de liga leve com 17 polegadas, regulagem de modos de condução normal, chave presencial e sistema limpador dos faróis
PreçoR$ 78.990 (R$ 119.720 completo)

Autor: Márcio Maio (Auto Press)
Fotos: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias