O Bricklin SV-1 foi um modelo que acabou entrando para a história muito mais por inspirar outros modelos do que pelo veículo propriamente dito. E uma das suas principais características era justamente um design inovador. Os mais jovens que olharem o carro pela primeira vez com certeza vão conseguir encontrar diversos modelos semelhantes nos simuladores de corrida nos videogames mais modernos. Além disso, o carro também acabou entrando para a história como um veículos que mais se preocupou com a segurança de seus motoristas, mas ao invés de converter isso como uma vantagem, acabou se tornando uma espécie de “bizarrice”

Bricklin SV-1

O carro foi montado pela primeira vez no Canadá, o que já era um pouco estranho mesmo para a década de 70, já que não existiam muitos carros vindos deste país. O carro acabou sendo a criação de um milionário conhecido pela sua certa excentricidade chamado Malcolm Bricklin, e então você descobre da onde saiu o nome do modelo que foi criado pelo empresário. O empresário também já havia fundado uma outra empresa automobilística, esta que acabou ficando mais conhecida dos consumidores, a Subaru of America.
Mas a criação anterior do milionário e sua participação no mercado automobilístico parece que não foi suficiente, em termos de experiência, para que ele conseguisse ter sucesso na sua empreitada. Diversos elementos acabaram contribuindo para o fracasso comercial deste carro, dentre eles a falta de uma experiência mais efetiva como montador de veículos do dono e idealizador do carro.

Além disso, a empresa encontrou diversos problemas em termos de financiamento para conseguir custear a produção do carro em larga escala. Isso faz com que o carro se torne mais caro do que ele deveria, o que também acabou não contribuindo muito para que os consumidores comprassem o carro.

Com estes problemas em levantar dinheiro para a produção do carro, foi praticamente impossível conseguir montar uma linha de produção eficiente e rápida a ponto de fazer as vendas darem lucro para o empresário. Como resultado de toda esta incapacidade comercial desta empresa, o número total de carros da marca que chegaram a ser finalizados não passaram de 3 mil. Logo depois a empresa teve que entrar com um pedido de concordata junto ao governo norte-americano, sendo que na época a empresa já acumulava uma dívida de 23 milhões de dólares.

Segurança em primeiro lugar

Existia uma grande preocupação por parte do empresário em lançar um carro que fosse muito mais seguro que todos os modelos que estavam disponíveis na época. Todo o design do carro foi pensado justamente para garantir que ele oferecesse mais segurança para tanto os motoristas quanto também para os passageiros do veículo. O que mais chamava atenção que quem conseguiu encontrar o carro de perto eram suas portas gaivotas, que depois ficaram famosas em outros modelos que eram feitos na vida real e também na ficção. As justificativas desta porta também não eram apenas para criar impacto, mas a empresa garantia que estes modelos também eram mais seguros do que outros modelos de portas convencionais. Isso porque, de acordo com os desenvolvedores do carro, ao abrir a porta para cima os motoristas não corriam o risco de ter a porta arrancada por algum outro veículo ou até mesmo por algum desastre natural.

Na parte da frente outro elemento que também acabava chamando muito atenção era a parte da frente do carro. O Para-choques do veículo tinha um formato mais robusto do que os modelos vigentes do carro, e apresentava um tamanho com uma grande distância entre o ponto de impacto e o motorista. Desta forma, a montadora também garantia que o carro realmente conseguiria resistir a um grande impacto envolvendo algum outro carro na pista. Uma outra curiosidade relacionada a segurança do carro é que a montadora decidiu retirar de dentro do carro alguns acessórios que poderiam aumentar o risco de acidentes internos, como cinzeiro e acendedor de cigarros.

Um outro elemento de proteção que acabou sendo inserido no veículo, mas desta vez na parte de dentro, foi uma gaiola de proteção que ficava dentro do veículo e que também dava mais segurança ao motorista. Mas todos estes elementos acabou tornando o carro muito caro e inviável para a maioria das pessoas da época. E mesmo aqueles que tinham dinheiro para gastar no carro acabavam não se encantando pelo modelo principalmente pela robustez excessiva.

Itens e Motorização

Mas o carro realmente tinha alguns atrativos interessantes além das portas que abriam para cima, que realmente davam um visual muito bacana para o carro. Ele vinha recheado de itens interessantes para os motoristas, como ar-condicionado, câmbio automático, direção hidráulica, som estéreo e, até mesmo, portas automáticas. O carro realmente era bastante completo par aquém estava disposto a investir nele.

Uma outra informação interessante sobre o carro estava relacionado a motorização do veículo. O dono da empresa, que também foi o responsável por projetar o modelo, acabou escolhendo um motor AMC V8 5.9, que também teria sido escolhido por medidas de segurança. O empresário acreditava que somente um motor muito potente permitiria que o dono do carro conseguisse sair de alguma enrascada caso tivesse algum problema. Mas o problema é que o carro não tinha um motor tão potente assim quanto achava, já que o modelo que foi utilizado na construção deste carro era da safra pós-crise do petróleo e, justamente por isso, foi estrangulado para gerar apenas 177 cv, pouco para o peso de 1,6 tonelada. A aceleração até os 100 km/h era cumprida em cerca de 9 segundos, enquanto a velocidade máxima mal chegava aos 190 km/h.

O carro acabou sendo descontinuado, justamente com o fechamento da empresa.