Era metade dos anos 80, as linhas 147 começaram a ser aposentadas para dar origem aos novos populares da Fiat. Visando uma expansão tecnológica que não havia onde ser empregada nos modelos originários do Fiat 147 (Oggi, Panorama, City e a Fiorino antiga), foi lançado no mercado mais precisamente no ano de 1986, o pacote a partir do principal projeto da época, o Uno.

O Uno já tinha popularidade na Europa na década de 80, seu projeto começou a ser desenvolvido no início dos anos 70, quando o projetista Giorgetto Giugiaro, da Italdesign, pensou em um protótipo que pudesse assumir o posto do então sucesso Fiat 127. E assim em 1983, foi lançado o Uno, com um formato mais moderno que o 127; o carro teve uma aceitação razoável no seu início, mas aos poucos foi conquistando o público, devido seu estilo econômico.

No Brasil foi lançado em 1984 de forma moderada, já para ir ganhando popularidade, preparando a aposentadoria do 147, que ainda teria dois anos de mercado. Em 1986 com o fim da era 147, o Uno passou para o posto número um de veículos da Fiat. A aceitação do carro que levava traços Europeus no capô, posição de estepe; não foi nada fácil, e ficou conhecido como "botinha ortopédica" pelo seu formato semelhante a um sapato.

As primeiras versões foram a S, CS e o esportivo SX, e todos ainda carregavam no seu portfólio o aspecto econômico, originário no estabelecimento da montadora Italiana no Brasil, na metade dos anos 70, e que pregava pelo desenvolvimento dos seus veículos com especificações técnicas bem trabalhadas, com a finalidade de poupar combustível.

Por incrível que pareça, a transição do Uno dos anos 80 mais completos, para os anos 90, deu origem a alguns modelos ainda mais simples. Os primeiros Unos da década de 90, conhecidos como Mille, apresentavam motores 1.0 fracos, designs simples, e com apenas duas portas. O carro que já tinha sido feito para exportação, passou a ser a frente de um novo projeto de conquista do mercado nacional, que tinha como base de incentivos fiscais, a produção de carros em série, e ser repassado para o consumidor com valores mais baixos.

Projeto de expansão da Fiat

Com um novo projeto de expansão no mercado nacional, o pacote com origem no Uno, começou a ser lançado, para manter a sequência de sucesso dos anos 70, mas algo que já não acontecia nos anos 80, devido seus veículos ficarem ultrapassados. Um ano após o lançamento do Uno, chegou ao mercado o Fiat Prêmio, um sedã que seguia a linha do Oggi, mas com itens de série de tecnologia da época.

Em 1986, para fazer frente para as então reformuladas Paratis, a Fiat lança a Elba, um substituto da Panorama, que não era completa, e no seguimento de peruas não foi considerada um sucesso. A nova station wagon com características de aproveitamento de espaço, era um carro completo para carregar inúmeros objetos, sendo considerado um dos maiores porta-malas da categoria, com 847 litros, podendo ser expansível com o recolhimento do assento, para cerca de 1700 litros.

Fiat AVA e Fiat Elba

A abertura do bagageiro proporcionava um espaço de 89 cm para colocar ou retirar os objetos do porta-malas. A frente da Elba seguia toda a linha do Uno, e a traseira possuía um design moderno, com lanternas verticais finas, e a janela mais baixa.

As versões saíram em duas linhas, S 1.3 e CS 1.5, com a opção de ser álcool ou gasolina, e com motores da mais alta tecnologia, contando com computador de bordo. Os itens de acompanhamento das séries são vidros elétricos, faróis halógenos, apoio de cabeça, lavador elétrico do para-brisa com temporizador e rodas de liga leve.

A Elba levou a mesma aparência até o final dos anos 80, e ganhou uma nova estilização nos anos 90, junto com os seus concorrentes. Contando com apenas a Parati como sua principal concorrência, a Elba ganhou também a Ipanema, um wagon moderno da época, e que complicaria a situação das vendas do carro da Fiat.

O novo design pegava as características do Uno mais completo dos anos 90, que já não tinham itens básicos que marcaram o seu início. O motor passou a ser mais potente com a versão 1.6, de 88cv, com a frente remodelada e faróis estreitos. Apesar de um novo formato implantado, a Elba não conseguia sua popularidade perante ao exigente público nacional, que cada vez mais cobravam tecnologias aperfeiçoadas, o que a deixava na sombra da concorrência.

Em testes realizados no comparativo do segmento wagon, a Elba era a que menos tinha eficiência em velocidade, com relação a Ipanema e a Parati, mas superava em economia e na frenagem, que era muito mais apurada, devido seu formato equilibrado.

Linha do tempo da Elba

Na evolução do carro, variadas potências foram implantadas para a melhora do rendimento técnico. Em 1986, a versão CS 1.5, tinha 71,4 cv, atingindo uma máxima de 157, 89km/h, fazendo de 0-100km/h em 14s. Na versão S do mesmo ano, que seguia a linha 1.3, tinha 59,7 cv, onde foi testada a velocidade máxima, chegando em 146,34km/h, atingindo de 0-100km/h, em 17s. A autonomia dessas versões eram praticamente iguais; na estrada a versão 1.5 carregada de objetos rendia 12km/L, já a 1.3 ficou um pouco acima, marcando 12,09km/L. Em perímetros urbanos, a média realizada do segmento 1.3 foi pior que a 1.5, fazendo 7,07km/L contra 8,02km/L.

Com algumas modificações; em 1987, a Fiat Elba passou à ser exportada para a Europa, com o nome de Duna Weekend. E com algumas características do modelo exportado, foi implantado no modelo CSL de 1989, com motor 1.5, rendendo 82 cv. No interior do veículo o acabamento bem trabalhado, melhorou significativamente com relação as outras versões. Outra característica apontada estava no painel, que foi todo remodelado, ganhando traços modernos dos anos 90.

Fiat Elba

Com alguns problemas de mercado, a Elba CS saiu de linha, continuando apenas a série S, que teria novas mudanças no decorrer dos anos. Em 1990, novas mudanças seriam apresentadas em design e motor, que já tinha projetos para sair da carburação, e entrar na linha de injeção eletrônica, equipamento que um dos concorrentes já possuía.

Em 1992, com projetos concluídos, as séries S estavam encerradas, e um novo patamar para o carro estava desenhado. Foi lançada a versão Elba Weekend 1.5, com injeção eletrônica, com 67,3 cv, um modelo que tinha tudo para agradar o público, que buscava um carro com aspectos modernos, e com a economia planejada.

Em 1994, a versão CSL, também saiu da linha de carburação, entrando nos padrões mais altos dos carros nacionais. A CSL de 1.6; com a modificação ganhou um 1 cv de potência, praticamente igualando as especificações técnicas da linha Weekend, que seria uma tendência europeia, e que chegaria a Fiat do Brasil para ficar, entrando nos projetos seguintes das station wagons.

Fiat Elba

Com muitas adequações ao período e as muitas exigências, o sucesso da Fiat Elba era esperado, mas acabou por nunca chegar. O carro não era a preferência no segmento, antes mesmo de sair de sua linha produtiva, um novo projeto já estava sendo planejado para chegar e assumir o posto número um dos stations wagons.

A Elba após 1994, não teve mais atualizações, e o mercado para o carro, ficou ainda menor; atuando apenas como o terceiro veículo do segmento. Enquanto os compactos da Fiat tinham ótimos resultados mercadológicos, liderando setores, a wagon destoava, e não cobria os custos produtivos. Dessa forma em 1997, a Fiat aposentou a linha Elba, que mesmo tendo seus problemas de aceite, permaneceu em produção por cerca de 11 anos.

Em substituição da Fiat Elba, o Palio Weekend uma variável do já sucesso Palio, chegou com o que tinha de melhor para a época, e fez do trunfo da Elba, o porta-malas espaçoso, mais as suas tecnologias, o líder da categoria. Aposentando um concorrente de peso, a Chevrolet Ipanema, e fazendo a Volkswagen dar um novo design para a Parati.

Prós e contras da Fiat Elba

Entre suas virtudes e defeitos, destaca-se nos prós; a economia nos modelos mais novos, onde pode chegar a fazer 15km/L; o espaço no interior, seja no porta-malas, nas áreas de condução, ou de passageiro, com um conforto bom; sendo um verdadeiro carro para viagens. Além dessas virtudes, outros pontos a destacar é a direção, que mesmo a não hidráulica é bastante leve e macia, o que ajuda nas ações do condutor; e os bancos que são macios.

E como nem tudo são virtudes, a Elba também apresenta os seus problemas, alguns que estiveram presentes nos primeiros modelos, e não foram corrigidos nas atualizações do veículo. Retrovisores pequenos, que dificultam para os motoristas realizarem as manobras, e fazer o acompanhamento dos veículos que vem na traseira; o câmbio de cinco marchas, que requer bastante prática para fazer o manuseio, já que além de justo, se não souber engatar, as velocidades passam raspadas. Outro fator que passou a atrapalhar o carro nos 90, é a questão do motor, que produzido na Argentina não dispunha de muitas peças no mercado interno, transformando as manutenções caras e demoradas. Na parte traseira, outra queixa bastante comum, é com relação a suspensão, que não é independente, e conforme a quantidade de peso carregada o desgaste dos pneus é exagerado.

No mercado atual, até pelas características apresentadas, não é um carro viável para se adquirir. O histórico de manutenções não é de grau elevado, os preços atuais são baixos, variando na casa de R$ 4.000 à R$ 6.000, em tabela; mas os desgastes apresentados pelo tempo, as peças fora de linha, e com pouco espaço no similar, vai inflacionar possíveis manutenções. As revendas também são complicadas e desvalorizadas.

Precursor dos variados modelos

O tempo e as condições de mercado aposentaram o Fiat Prêmio, o Fiat Elba, fizeram a Fiorino passar por uma drástica evolução, mas não apagou quem iniciou todo o processo, o Uno. O carro que passou por várias transformações de estilo, de especificações técnicas, nunca deixou de ser um dos populares de maior sucesso no Brasil.

Fiat Uno - Anos 80

As ações do tempo até tentaram aposentar o veículo, que em 1996, com a chegada do Palio, acreditavam que o "botinha ortopédica" perderia espaço não atingindo suas metas. Por fim, a Fiat resolveu manter o carro em linha, mas reduzindo sua produção. Os variados modelos esportivos turbo, S, CS, 1.6R foi resumido apenas no modelo 1.0, que foi sucesso de vendas entre os econômicos.

A partir de 1997, novas nomenclaturas que incluíam aspectos especiais, passaram a fazer parte do Uno 1.0, que tinha como opções SX, EX, Young e Fire. Na chegada do novo século, todos os anos o econômico da Fiat recebia atualizações nas suas grades frontais, o que diferenciavam os modelos em suas atualizações.

Em 2004, o modelo Mille iniciou um processo de nova estilização, fugindo do até então carro quadrado, passando a ganhar cantos arredondados. Esse processo visava tirar da mente dos consumidores o estilo único que o carro apresentou desde seu nascimento, já que a medida mais drástica estava por vir nos anos seguintes. Essa nova cara não atrapalhou as vendas do veículo que continuaram acima da média da concorrência.

Fiat Uno - Anos 80

O projeto do novo carro, ficou sendo estudado por 5 anos, até entrar em linha produtiva. O Novo Uno como foi chamado, viria com um design totalmente diferenciado do modelo famoso, e tinha em questão o rejuvenescimento do modelo, com foco nas tendências jovens. O veículo chegou ao mercado em 2010, seguindo a linha Rounded Square, quase que com o mesmo modelo do Kia Soul.

O Novo Uno não aposentou o modelo tradicional, já que foi elevado à um patamar acima dos carros populares.

O Uno atual está disponível em cinco versões, com opções de 2 ou 4 portas:

  • Uno Economy 1.0 (2 portas)
  • Uno 1.0 Vivace (2 e 4 portas)
  • Uno Way 1.0 (2 e 4 portas)
  • Uno Way 1.4 (2 e 4 portas)
  • Uno Attractive 1.4 (2 e 4 portas)
  • Uno Sporting 1.4 (2 e 4 portas)
  • Uno Economy 1.4 (2 portas)