Chegada no Brasil: versão 1.6 i. e.

Fiat TipoO desempenho das primeiras versões do Fiat Tipo, que foram lançadas entre 1988 a 1991, era bastante variado. O consumidor acabava encontrando modelos que iam de 57 até 146 cavalos. A série de motores a gasolina contemplava: 1.1, 1.4, 1.6, 1.7, 1.8, 1.8 com 16 cavalos, 2.0, e 2.0 16 cavalos.

Os motores também podiam ser encontrados nas versões 1.7 e 1.9 diesel e 1.9 turbo-diesel.

O que havia de mais simples era o 1.1 L. Entre os críticos automotivos, recebeu diversas críticas pois não garantia tão bom desempenho. De positivo, podia-se observar um confortável espaço e sofisticação entre os equipamentos, que o diferenciava dos demais modelos da concorrência.

De todos esses modelos, o que mais chamou a atenção foi o Sedicivalvole 2.0 (16V). O modelo também passou por um facelift e com isso, modernizou-se a partir das três portas.

Os brasileiros conheceram o primeiro modelo do Fiat Tipo em setembro de 1993. Inicialmente com três portas e posteriormente com cinco. O que poucos acreditaram, naquele ano foi a tacada de mestre da Fiat: a montadora lançou o modelo em solo brasileiro por um custo de US$ 17 mil. Para garantir esse valor a Fiat gerenciou um sistema otimizado de logística. E não parava por aí: a versão tinha um quê de modernidade, trazia equipamentos de série e abalou as vendas no país. O cliente também podia optar ou não pela direção assistida.

Fiat Tipo

Em 1994, a montadora quis atrair mais compradores através da estratégia de investimentos em segurança. Para esse fim, incluiu airbag para o motorista e barras de proteção nas laterais do interior.

O luxo, em si, não existia. Mas o modelo tentava agradar com itens de série, a exemplo do controle elétrico dos vidros dianteiros, travas elétricas nas portas, direção hidráulica, banco do motorista com ajuste lombar, banco traseiro rebatível bipartido, entre outros. O conforto de poder ajustar a altura do volante, o ar condicionado e teto solar passavam uma idéia de sofisticação. Nos bancos, cores leves e animadas, para diferenciar do preto tão predominante nos outros modelos. A injeção monoponto do motor 1.6 e os 82 cavalos de potência também eram importantes atrativos. Na comparação com o Uno, que tinha 10 cavalos a mais no modelo 1.6R mpi, o desempenho do Fiat Tipo acabava um pouco rebaixado.

Fiat Tipo - Lateral - Propaganda

A concorrência na década de 90 ia muito além da potência e a Fiat resolver apostar em detalhes: o capô disponibiliza dobradiças pantográficas, o passageiro poderia utilizar uma memória de posição no banco dianteiro e a tampa do porta-malas era composta por plástico injetado de alta resistência. Até mesmo uma segunda chave "de manobrista" era disponibilizada, sendo que a mesma não abria porta-luvas e porta-malas. Quem comprou e testou o possante também elogiou e continua elogiando o volante de quatro raios, que segundo dizem é bastante preciso e de relação direta.

Para quem admirava o modelo de um ângulo externo, chamava a atenção as duas luzes traseiras de neblina (esquerda e direita). Era uma forma de se destacar dos outros modelos, que apresentavam apenas uma única luz no lado esquerdo.

Para a hora do banho, o limpador de pára-brisa era só alegria, pois não limitava uma triagem de velocidades. Garantia mais rapidez, com intervalos mais espaçados. Para garantir uma melhor visualização, especialmente à noite, as alavancas de acionamento dos limpadores, faróis e luzes direcionais eram iluminadas.

Fiat Tipo - Traseira

Ficha técnica

Motor

  • Cilindrada: 1995 cm³
  • Potência: 137 cv a 6000 rpm
  • Combustível: Gasolina
  • Torque: 18,4 kgfm a 4500 rpm
  • Peso/potência: 8,87 kg/cv
  • Torque específico: 9,22 kgfm/litro
  • Peso/torque: 66,03 kg/kgfm
  • Potência específica: 68,67 cv/litro

Transmissão

  • Tração Dianteira
  • Câmbio Manual de 5 marchas

Dimensões

  • Porta-malas 246 litros
  • Tanque de combustível 55 litros
  • Peso 1215 kg

Desempenho

  • Velocidade máxima 206,7 km/h
  • Aceleração 0-100 km/h 9,85 s

Consumo

  • Urbano 9,51 km/l
  • Rodoviário 13,43 km/l

Tipo SLX 2.0

Fiat Tipo 2.0A expansão das vendas fez com que a Fiat inovasse e, em 1994, os brasileiros passaram a comprar o Tipo SLX 2.0. A injeção multiponto e as duas árvores de balanceamento que anulavam as vibrações era um dos diferenciais em relação ao antecessor. O motor de duplo comando também se destacava. Em relação a outros modelos inovou com um comprimento de 1.995 cm3.

Na versão cinco portas comportava faróis de neblina, bancos ajustáveis, apoio para a lombar e para o braço central dianteiro. Na carroceria, o cliente podia apostar na mesma cor de parte dos pára-choques. Veludo no estofamento e check-control no painel de instrumentos também garantiam sofisticação.

O airbag, os freios a disco e o ABS eram itens opcionais, bem como as rodas de alumínio mais comuns na Europa.

Ficha técnica

Motor

  • Cilindrada 1995 cm³
  • Potência 109 cv a 5750 rpm
  • Combustível Gasolina
  • Torque 16 kgfm a 2750 rpm
  • Peso/potência 11,13 kg/cv
  • Torque específico 8,02 kgfm/litro
  • Peso/torque 75,81 kg/kgfm
  • Potência específica 54,64 cv/litro

Transmissão

  • Tração Dianteira
  • Câmbio Manual de 5 marchas

Dimensões

  • Porta-malas 246 litros
  • Tanque de combustível 50 litros
  • Peso 1213 kg

Desempenho

  • Velocidade máxima 183,6 km/h
  • Aceleração 0-100 km/h 12,13 s

Consumo

  • Urbano 8 km/l
  • Rodoviário 11,42 km/l

Tipo Sedicivalvole

Fiat Tipo 2.0 16VA versão esportiva da linha Fiat Tipo chegou bem italiana até no nome: com a denominação "Sedicivalvole", que significa dezesseis válvulas. Além delas, o motor de 137 cavalos garantia uma potência de 145cv na Europa. A diferença se deu por conta dos custos com impostos que encareceriam o modelo em solo brasileiro.

Mas, quem testou declara que o modelo atingia 0 a 100 kmh em 9,8 segundos, e garantia a incrível marca dos 206,7 km/h de velocidade máxima. Um recorde que perdia apenas Vectra GSI, apenas por 9km a menos, com 150 cv e 15,7 km/h na aceleração de 0 a 100 em 9,2 s.

A terceira versão trouxe novidades como os bancos recaro de fábrica, saias laterais e frisos vermelhos nos pára-choques. O desenho do nome "Sedicivalvole" estava cravado na tampa do porta-malas. Outros itens de série como direção hidráulica, vidros elétricos, travas elétricas, ar condicionado e teto solar (elétrico nas versões SLX e 16V) também garantiam mais valor ao modelo. O sistema ABS era opcional.

Na Europa, o Sedicivalvole rodava com pneus 185/55 aro 15. Aqui no Brasil, garantimos 195/60 aro 14 em função das dificuldades mais presentes nas estradas do país.

Ficha técnica

Motor

  • Cilindrada 1995 cm³
  • Potência 137 cv a 6000 rpm
  • Combustível Gasolina
  • Torque 18,4 kgfm a 4500 rpm
  • Peso/potência 8,87 kg/cv
  • Torque específico 9,22 kgfm/litro
  • Peso/torque 66,03 kg/kgfm
  • Potência específica 68,67 cv/litro

Transmissão

  • Tração Dianteira
  • Câmbio Manual de 5 marchas

Dimensões

  • Porta-malas 246 litros
  • Tanque de combustível 55 litros
  • Peso 1215 kg

Desempenho

  • Velocidade máxima 206,7 km/h
  • Aceleração 0-100 km/h 9,85 s

Consumo

  • Urbano 9,51 km/l
  • Rodoviário 13,43 km/l

O declínio

De campeão de vendas ao declínio. Foi assim que o Fiat Tipo enfrentou momentos de sérias crises. Em que pese o sucesso junto aos concorrentes, um marcante incidente relacionado aos incêndios que ocorreram nos modelos 1.6 i.e. de 1993 e 1995 contribuiu para a queda do modelo.

Segundo os especialistas, os modelos importados apresentavam uma distorção na direção hidráulica. O local por onde passava a mangueira de alta pressão que conduzia o fluido hidráulico, em determinado momento, estourava e derramava o fluido inflamável sobre o coletor de escape. Era o momento da combustão e explosão do incêndio. Entre os relatos, sempre havia a informação de que o incêndio era mais comum quando o condutor fazia muitas manobras, que consequentemente exigia mais da direção hidráulica.

O problema só afetava o 1.6 importado. As outras versões estavam livres da fama de explosivos.

A montadora chamou dois recalls para evitar mais estragos à imagem do modelo, mas apenas na segunda tentativa é que houve sucesso na identificação e correção da falha. Mesmo quando foi nacionalizado, a “má fama” ainda não havia desaparecido. Para muitos, ele apresentava a “pecha” dos defeitos e de não mais ser europeu.

A produção do Tipo foi encerrada no verão de 1995. Como substitutos surgiram o Fiat Bravo de três portas e o Fiat Bravo de cinco portas. O Fiat Tempra, e Fiat Marea chegaram logo em seguida.

Saiba mais

Muitos especialistas automotivos apontam que ainda hoje alguns dos modelos do Tipo fazem grande sucesso, como é o caso do 1.6 nacional.

Se o cliente preferir o modelo importado precisa conferir o número de chassi na Fiat (0800-707-1000) e verificar se o modelo passou pelo recall. Há quem critique o SLX pelo alto consumo de combustível.

Quer ficar por dentro de outros detalhes que podem te auxiliar na compra de um Fiat Tipo em pleno 2012? Conhecer um pouco mais sobre a história e desse modelo? Então acesse a página do Clube do Tipo.

E se quiser relembrar os admiráveis comerciais televisivos do período de lançamento dos modelos nacionais e europeus, veja abaixo: