O filme “Ainda Estou Aqui” foi um dos grandes sucessos do cinema nacional do ano de 2024 e que deve se tornar ainda mais popular nas próximas semanas. No último domingo, dia 05 de janeiro, Fernanda Torres ganhou o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme de Drama pelo seu papel como Eunice Paiva. E, para quem gosta de carros, um Kadett acabou se tornando um dos personagens importantes da trama.
O Kadett vermelho que aparece em alguns dos momentos mais importantes da história do filme era um modelo utilizado pelo ex-deputado Rubens Paiva, morto pela ditadura militar depois de ter sido sequestrado pelos agentes do exército brasileiro, retirado da própria casa em frente à sua família, e cuja história é contada no filme, com foco na luta da ex-mulher do político, Eunice.
O carro acabou sendo o local onde o ex-deputado foi visto pela última vez por alguns dos integrantes da sua família, incluindo Eunice, quando estava sendo conduzido pelos agentes a paisana. Posteriormente, o mesmo carro foi encontrado no pátio do exército onde os presos políticos eram torturados, sendo recuperado por Eunice.
Trata-se do Opel Kadett, considerado um modelo raríssimo. De acordo com Marcelo Rubens Paiva no livro que deu origem ao filme, o veículo foi importado e era o carro principal da família.
“Ele colocou um relógio no pulso, umas cadernetas no bolso. Foi com dois agentes dirigindo o Opel da minha mãe. Quatro sujeitos ficaram em casa [...]. Minha irmã Eliana chegou da praia e estranhou a casa toda fechada” — Ainda Estou Aqui, de Marcelo Rubens Paiva.
O modelo era um Kadett de terceira geração, que popularmente era chamado de Kadett B. O carro era equipado com motor 1.1 de quatro cilindros, capaz de desenvolver 60 cv de potência. Já o câmbio era manual de quatro marchas. Poucas unidades são encontradas para venda, mas o valor gira em torno de R$ 170 mil.