Hoje em dia a indústria automobilística do Brasil está muito bem, obrigado. Alguns analistas econômicos conseguem medir a situação de um País justamente por industrias como a automobilística. Isso porque, apesar do carro ser considerado artigo de primeira necessidade em alguns casos, as pessoas para comprar um veículo precisam realmente se preparar financeiramente devido aos altos preços. Principalmente por causa dos impostos que são cobrados em cima dos veículos que são vendidos aqui no Brasil. Mas mesmo assim, a média de vendas de carros vem subindo ano a ano.

A tendência está justamente seguindo o crescimento da economia como um todo. Ou seja, quanto mais os brasileiros conseguem ter acesso a trabalho e estudo, mais eles ganham e amis facilmente eles conseguem comprar itens mais caros, como é o caso de carros e casas. Mas isso na década de 70 era um pouco mais complicado. Em termos de comparação entre os preços dos carros e o poder de compra dos brasileiros, era muito mais complicado comprar um automóvel. Mas o País estava em pleno crescimento nesta década, e para isso precisou investir em determinados setores da economia para começar a definitivamente pleitear nos grupos de países chamados de emergentes.

Foi a partir deste momento que o governo brasileiro resolveu dar uma ajudinha para determinados setores que considerava essencial que se desenvolvesse. Foi no ano de 1965, quando a indústria de carros como um todo no Brasil estava caminhando ainda para chegar aos primeiros 10 anos de vida, que o governo decidiu tomar o que seria a primeira medida na criação de um plano de incentivos para que os brasileiros conseguissem comprar um carro mais facilmente. Ou seja, o governo iria colocar a disposição das pessoas uma linha de crédito para facilitar o financiamento dos veículos.

Volkswagen Pé de Boi

Mas nem todos os carros estavam contemplados nesta primeira medida do governo. O principal requisito era um teto de preço muito baixo, o que obrigou fabricantes a cortar itens de série de alguns modelos. Surgiram DKW Pracinha, Simca Profissional e Willys Teimoso. A opção da Volks, que teve origem no Fusca, seu carro mais barato, ganhou o nome "Pé de Boi". Casou tão bem com o projeto que até hoje é usado como apelido para versões básicas bem despojadas de equipamentos.

Um fusca mais simples

A saída mais simples que a montadora encontrou de conseguir entrar neste pacote de medidas do governo foi retirar itens do seu veículo mais barato ao invés de gastar uma fortuna pensando em um outro modelo para ser lançado no Brasil. Até porque isso precisaria de um certo tempo e ninguém sabia ao certo quanto tempo o governo iria manter esta linha de créditos especiais para a compra dos carros. Além disso, realmente era uma excelente oportunidade para a montadora, já que ela sabia que esta seria uma grande chance de dar um up nas suas vendas aqui no Brasil, que não eram maiores justamente por causa das condições ainda difíceis de se comprar um carro.

Volkswagen Pé de BoiA melhor maneira de se descrever este modelo que foi colocado a venda no Brasil pela Volks não é ressaltando aquilo que o carro trazia de novo, e sim dando ênfase naquilo que o carro realmente não tinha. Na verdade, o modelo foi conhecido como um dos mais simples colocado a venda no Brasil. Tudo que não era considerado fundamental para o funcionamento do veículo foi retirado. Além disso, a montadora também tomou cuidado para manter os acessórios que eram exigidos pela legislação brasileira. Era praticamente um modelo pelado.

Portanto, as pessoas que vissem um Pé de Boi pelo lado de fora não encontrariam frisos, retrovisores, ou piscas na parte superior dos para-lamas dianteiros. O nível de economia no carro era tanto que nem mesmo o famoso símbolo da montadora estava no capô do carro. O consumidor tinha apenas duas opções de cores para serem compradas: cinza claro e azul pastel. Em vez de cromados, aros dos faróis, calotas e para-choques exibiam pintura branca. Os tubos superiores e as garras dos para-choques também foram eliminados.

Se por fora o carro estava praticamente nu, por dentro também faltavam muitas coisas, grade do alto-falante do rádio, tampa do porta-luvas, alça de apoio, cinzeiro e marcador de combustível - no lugar, usava-se uma vareta imersa no tanque. Tampouco havia aquecedor, iluminação, porta-objetos na porta, apoio de braço, para-sol e borracha no acelerador. O carro tinha uma forração de bancos bem mais simples do que a maioria dos modelos da épica, e encosto da poltrona do motorista não oferecia qualquer tipo de regulagem. Ou seja, a pessoa realente tinha que dirigir como se estivesse sentada em uma cadeira de cozinha. Pelo menos o macaco para a troca de pneus não foi retirado, mas em compensação ele vinha solto dentro do porta malas.

Interior - Volkswagen Pé de BoiEm compensação, segundo alguns testes que foram feitos na época, o carro ainda conseguia manter o seu excelente desempenho, aquele que consagrou o Fusca como um dos carros mais vendidos do Brasil de todos os tempos. Além da excelente qualidade de desempenho do carro, ele também continuava tendo um bom acabamento. Ou seja, apesar de não ter praticamente nada além da carroceria, motor e estofados, pelo menos ele ainda era um carro bem pintado.

A direção do carro havia sido reduzida muito pouco se comparado ao restante dos veículos, mesmo assim ela atendia rapidamente as solicitações do carro. grade do alto-falante do rádio, tampa do porta-luvas, alça de apoio, cinzeiro e marcador de combustível - no lugar, usava-se uma vareta imersa no tanque. Tampouco havia aquecedor, iluminação, porta-objetos na porta, apoio de braço, para-sol e borracha no acelerador. Ou seja, se as pessoas já se incomodavam naturalmente com o barulho que o Fusca convencional fazia, imagine só a barulheira que não era com um Pé de Boi? Mesmo assim, o carro conseguiu fazer sucesso no Brasil por um determinado tempo, até que o governo lançou outro subsídio com um teto maior, o que permitia que as pessoas comprassem carros mais completos.

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