"Creio que nunca irei utilizar, porém saber nunca é demais". A frase foi dita por um consumidor quando questionado sobre o uso do airbag em seu veículo.

Apesar desse mecanismo de segurança ainda não ser obrigatório no Brasil, o mercado automotivo já está se organizando para conscientizar a população brasileira, pois a partir de 2014 o uso do airbag será obrigatório em todos os modelos vendidos no país.

Os primeiros conceitos de airbags foram idealizados no final dos anos 40. Porém, só em 1980 eles entraram na rota comercial, especialmente nos países do primeiro mundo.

Introdução

Em termos práticos, o airbag é uma almofada que infla rapidamente e previne ferimentos, reduzindo em torno de 30% o risco de morte em colisões frontais diretas.

Vale destacar que a eficácia desse equipamento depende da sua utilização em conjunto com o cinto de segurança de três pontos, principal responsável por mais de 50% de proteção a acidentes.

O objetivo de qualquer sistema de retenção complementar consiste em paralisar o passageiro e evitar todos os tipos de danos. Nesse sentido, o airbag conta com mecanismos que buscam zerar a velocidade do indivíduo em situação de risco.

Airbag inflado

Os componentes de um Airbag

Em uma situação de colisão, o airbag faz o seu trabalho em frações de segundos, ao desacelerar o passageiro de maneira uniforme. Tudo acontece no espaço localizado entre o condutor e o volante ou painel. As partes que compõem um airbag atuam em conjunto. São elas:

BOLSA – confeccionada em um tecido fino de náilon, permanece dobrada dentro do volante ou painel. Em alguns veículos é mantida no interior do encosto do banco e da porta.

SENSOR – é o componente que envia o comando para inflar a bolsa, quando ocorre uma força de colisão. A informação da colisão chega aos sensores a partir de um acelerômetro, localizado em um microprocessador do airbag.

SISTEMA DE INFLAÇÃO - é a reação da azida de sódio (NaN3) com o nitrato de potássio (KNO3), que resulta na produção do gás nitrogênio. Os fortes deslocamentos de nitrogênio quente inflam o airbag, que explode de dentro de seu compartimento a aproximadamente 320 km/h (200 m/h). A velocidade é cinco vezes maior que a de um piscar de olhos. Um segundo depois, o gás dissipa-se rapidamente por meio de minúsculos furos na bolsa, que logo esvazia para que o passageiro consiga se mover.

Tudo acontece em centésimos de segundo e a substância em pó expelida pelo airbag é formada por amido de milho comum ou talco. Elas permitem que o airbag permaneça maleável e lubrificado enquanto estiver armazenado.

Tipos de Airbag

FRONTAIS – um dos airbags mais comuns do mercado. Será obrigatório em todos os automóveis produzidos no Brasil a partir de 2014.

Airbags frontais

LATERAIS – visa proteger o torso dos ocupantes. Pode ser alongado, também incluindo a cabeça.

Airbags frontais, de cortinas e de joelhos

CORTINA – instalado de uma coluna a outra do carro, serve para minimizar traumas em batidas laterais e também protege contra os fragmentos de vidro.

JOELHOS – protege os joelhos do condutor e tem se popularizado cada vez mais por atender rígidos critérios de impacto identificados pelos institutos de pesquisa.

CENTRAL - serve para diminuir os riscos de batidas entre os ocupantes do veículo.

Airbags frontais, de cortina, laterais e de joelhos

VIDRO TRASEIRO - nas batidas por trás, o airbag de vidro traseiro atua ao redor dos encostos e com isso, protege a cabeça de quem viaja na parte traseira.

DE CINTO – nas batidas frontais ou laterais, esses airbags inflam em apenas 40 milissegundos e distribuem melhor a força do impacto.

CAPÔ – um dos últimos lançamentos, esse tipo de airbag fica alojado na base do para-brisa e serve para impedir o choque do pedestre contra o capô e o para-brisa.

Airbag de Cinto

Cuidados essenciais

Apesar da comprovada função na prevenção de acidentes, alguns cuidados essenciais devem ser adotados quanto ao uso do airbag, pois a força desse equipamento pode machucar quem estiver muito próximo a ele.

De acordo com especialistas, os primeiros 5 a 8 centímetros de inflação constituem uma zona de risco para o airbag do motorista.

Para evitar prejuízos, o condutor do veículo deve estar posicionado a uma distância de 25 centímetros do airbag. Essa separação garante uma completa margem de segurança para o indivíduo.

Como definir a distância ideal

A distância deve ser medida entre o centro do volante até a região do osso esterno do motorista. Se o indivíduo costuma sentar a menos de 25 centímetros de distância, a posição de direção deve ser ajustada conforme as orientações abaixo:

  • Mover o assento para trás o máximo possível. Os pedais devem ser alcançados confortavelmente.
  • Inclinar levemente o encosto do assento. Caso a inclinação do assento dificulte a visão da estrada, o motorista pode elevar-se com o uso do sistema de elevação do assento. Caso o veículo não disponha desse mecanismo, pode ser utilizada uma almofada firme e não escorregadia.
  • Direcionar o airbag em direção ao peito, e nunca para a cabeça ou pescoço. Em seguida, baixar o volante de direção, caso o veículo possua volante ajustável.

Regras específicas para crianças

Os cuidados com o público infantil são diferenciados.

Para aquelas que estão na faixa inferior aos doze anos, recomenda-se que estejam afiveladas em cadeira própria para a idade, instalada no banco traseiro do carro.

Os bebês com menos de um ano de idade e peso inferior a 10kg devem ficar em cadeiras infantis voltadas para trás. Jamais permitir que esse público viaje em bancos dianteiros que tenham airbag do lado do passageiro.

Já as crianças que possuem mais de um ano de idade e que precisam viajar no banco dianteiro com airbag do lado do passageiro, estas devem estar em uma cadeira de segurança voltada para a frente. A cadeira permanece sobre um assento com sistema de elevação ou com um cinto de segurança de três pontos de ajuste apropriado. O banco deve ser deslocado ao máximo para trás.

Desativando o Airbag

Em que pese a enorme eficácia dos airbags na prevenção de acidentes, alguns casos especiais levaram a Administração Nacional de Segurança de Tráfego nas Estradas (National Highway Traffic Safety Administration - NHTSA) a permitir, em 1977, a produção de airbags menos potentes. Mas, vale ressaltar que essa exceção atende a uma preocupação com crianças, adultos de baixa estatura e indivíduos com saúde debilitada que porventura poderiam ser prejudicados por conta do mau funcionamento de um airbag ou da potência excessiva do equipamento.

Outra medida que visa proteger esse tipo de público foi estabelecida em 1998, quando oficinas mecânicas e revendedores de automóveis foram autorizados a instalar interruptores que permitem que os airbags sejam desativados.
Se você quiser instalar um interruptor no seu carro, procure mais informações específicas com o fabricante do veículo.
Depois de conhecer um pouco mais sobre esse item preventivo, a dica é uma só: não esperar muito e já investir em sua segurança. Esse sempre é um bom negócio!

Números impressionam

O trânsito brasileiro é comprovadamente violento. O Brasil é o quinto país em número de acidentes de trânsito no mundo. Diante dessa realidade, o investimento em veículos seguros torna-se essencial. A obrigatoriedade dos airbags a partir de 2014 pode contribuir para a redução das vítimas.

  • O Brasil registra 112 mortes por dia (uma morte a cada 12,8 minutos);
  • Nesse universo, o uso do airbag poderia contribuir para manter a vida de aproximadamente 490 pessoas que hoje são vítimas de acidentes no trânsito;
  • Estudos já comprovaram que a redução das fatalidades seria de 47% com o uso do cinto de segurança e de 52% se acompanhado dos airbags.
  • Fabricantes afirmam que apenas 30% dos carros vendidos no Brasil contam com esse item de segurança.

Números acidentes de trânsito no Brasil

Obrigatório a partir de 2014

O Contran (Conselho Nacional de Trânsito), desde 2009, vem estabelecendo novas normas de segurança para os veículos brasileiros. Uma delas torna obrigatória a instalação de freios ABS e airbag nos carros produzidos no Brasil.
A determinação está sendo gradual, mas os dois equipamentos deverão estar em 100% da produção em janeiro de 2014. Após esse período, veículos sem os dispositivos não poderão ser registrados ou licenciados.

Para motociclistas

Uma outra novidade que movimenta o mercado e já causa polêmica são os airbags para motociclistas. Segundo estudos, eles poderão reduzir em até 80% o risco de ferimentos dos condutores. O produto está sendo lançado no Brasil e nada mais é do que uma vestimenta inflável que protege os eixos cruciais do corpo em caso de colisões. Um exemplar está custando, em média, R$ 1.800,00.

Airbag para Motociclistas da Denko

Veja um vídeo explicativo:

Airbag para pedestres

Um tipo exclusivo de airbag para pedestres foi lançado recentemente pela Volvo. O sistema levanta o capô do carro e infla uma bolsa na parte inferior do para-brisa quando os sensores detectam uma colisão com uma pessoa. O mecanismo funciona em velocidades entre 20 e 50 km/h.

O carro deve chegar ao Brasil no início de 2013.

Airbag para pedestre da Volvo

Veja um vídeo do airbag para pedestres em funcionamento (em inglês):