Tipos de Bombas de Óleo

A bomba de óleo é o componente responsável pela lubrificação forçada do motor do veículo.

Esse processo acontece quando o óleo do carter é retirado e enviado pela galeria principal de lubrificação. Quem executa todo o envio é a bomba de óleo. O óleo é enviado para várias partes do motor, que passam a ser lubrificadas constantemente.

Para fazer o deslocamento do óleo, a bomba faz uso da rotação de engrenagens ou rotores internos. A rotação é produzida pelo giro do próprio motor. Nesse sentido, percebemos que a bomba de óleo precisa do próprio motor para funcionar e vice-versa.

Na composição da bomba de óleo, temos o corpo, a tampa, alguns eixos, engrenagens internas e válvula. Tanto nos motores a gasolina, quanto naqueles movidos a álcool, o formato da bomba é bem semelhante, com corpo e a tampa feitos de alumínio injetado sob pressão. Os eixos e a válvula são feitos em aço tratado termicamente. Já as engrenagens, são compostas de ferro sinterizado.

Em alguns motores a diesel, também é utilizado ferro fundido para produzir o corpo e tampa, com aço tratado para os eixos, válvula e engrenagens.

Transferência do Óleo

O processo de deslocamento do óleo do cárter para o motor é chamado de “deslocamento positivo”.

Isso acontece porque a bomba garante uma considerável capacidade de compressão do óleo que sai de si mesma e permanece “deslocando” óleo, mesmo se sofrer resistência em sentido contrário.

Essa capacidade é garantida pela rotação das engrenagens internas que “fazem o transporte” do óleo por meio do vão que existe entre os dentes e a carcaça da bomba. Assim, criam uma espécie de “sucção” que suga o óleo pelo pescador.

As engrenagens giram com bastante rapidez (em média 40 rotações por segundo) e o óleo é deslocado do vão com bastante força, que o permite ser filtrado e subir até as partes altas do motor.

O que chama atenção nesse processo é a grande força utilizada pela bomba. Só através dessa força é que ela consegue continuar enviando óleo para o motor, mesmo quando sofre a “contra pressão”.

E é essa mesma potência que em alguns momentos precisa ser freada por uma peça chamada válvula de alívio. Sem esse item, a bomba de óleo terminaria por utilizar tamanha força no envio que poderia causar a destruição de outros componentes do motor, como por exemplo, os filtros e radiadores de óleo. A válvula de alívio fica acoplada à própria bomba e tem o papel de reduzir a força quando o giro do motor sofre um aumento.

Desgastes e troca

Todas as peças de um automóvel estão propensas ao desgaste. No caso da bomba de óleo, algumas questões devem ser observadas para o caso de uma futura troca.

Inicialmente, precisamos entender que o óleo lubrificante é enviado por conta do esforço do motor, que força a passagem do óleo pelas folgas internas da bomba. Apenas por conta desse processo, já observamos um esforço radial nas engrenagens internas porque o óleo empurra as engrenagens contra seus eixos. Se estas últimas não fossem tratadas termicamente, elas “abririam o bico” rapidamente.

Por conta dessa compressão, temos alguns prejuízos:

  • O afinamento dos dentes das engrenagens e o crescimento da carcaça ou corpo da bomba. Assim, abre-se ainda mais a folga entre o topo das engrenagens e a tampa cria o vão;
  • Diminuição do embolo da válvula de alívio, que acaba não permitindo a vedação correta do óleo;

E em meio a esses desgastes, a válvula de alívio é quem mais sofre, ficando fraca e cansada. Em alguns casos, pode abrir antes da hora por conta de uma contra-pressão do motor.

Esses processos acontecem simultaneamente e, quando observados, deve-se analisar a possibilidade de troca da bomba de óleo. Quem sinaliza por completo a chegada desse momento é a bronzina. Se houver o desgaste dessa peça, fique atento.

E mais alerta você deve ficar com alguns mecânicos que, ao perceberem a necessidade da troca, tentam apresentar a alternativa do “jeitinho”. Não há maneiras de economizar ou criar um prolongamento da vida útil de determinados componentes automotivos. A melhor decisão sempre é aquela que garante um produto confiável. Claro, que com um preço justo e adequado para a realidade do cidadão. Além disso, temos tecnologia avançada para que justamente possamos utilizar bem e, no período recomendado, os componentes do nosso veículo. Portanto, não procure dar jeitinhos quando a sua bomba de óleo apresentar sinais de desgaste.

Instalando a bomba de óleo

É importante que a bomba de óleo seja instalada por um profissional de sua confiança. Mas, para ficar ainda mais seguro, conheça abaixo como é o processo de instalação.

Inicialmente, tornam-se necessários alguns cuidados da montagem:

  • Limpar todas as galerias de óleo.
  • Verificação das folgas de óleo no virabrequim, eixos intermediários e comando de válvulas.
  • Verificação da sequência de montagem das capas de mancal e de biela.
  • Apertar os parafusos das capas, com torque especificado.
  • Montar o eixo do distribuidor (verificar exceções).

Após adotar esses procedimentos é hora de:

  1. Pegar uma cuba e colocar óleo de motor limpo e novo
  2. Mergulhar o pescador da bomba e girar manualmente o eixo, de modo que o óleo suba e comece a sair pelo furo de comunicação com o bloco
  3. Colocar a junta nova na bomba-bloco, que vem com o jogo de juntas do motor
  4. Encaixar manualmente a bomba ao bloco
  5. Forçar a bomba contra o bloco com a mão, girando manualmente o eixo do distribuidor, sendo que este último deve girar apenas com a força da outra mão.
  6. Colocar e apertar os parafusos de fixação, com o torque especificado.
  7. Confirmar se o eixo do distribuidor continua girando manualmente
  8. Colocar o cárter, que deve estar rigorosamente limpo

Mesmo depois de todo esse processo, sempre é necessário verificar se todas as peças estão encaixadas e nos seus respectivos locais e fazer o seguinte teste:

  1. Retirar o sensor de pressão do óleo e colocar um manômetro
  2. Colocar óleo limpo e com viscosidade normal
  3. Preparar a tampa de válvulas para ser retirada
  4. Dar a partida no motor sem acelerar
  5. Imediatamente, abrir a tampa de válvulas e verificar se o óleo está chegando e o tempo que demora. Fechar a tampa logo em seguida.
  6. Anotar a pressão de marcha lenta com o motor frio
  7. Se tudo estiver normal, deixar o motor esquentar
  8. Com o motor quente e em marcha lenta, observe que a pressão do óleo cai. Mas, ela nunca deve ficar inferior a 1Kgf/cm2 (a depender do motor)
  9. Acelerar gradativamente o motor e verificar se a pressão aumenta
  10. Acelerar fundo e observar se a pressão está estabilizando em um valor máximo em torno de 5 a 7 Kgf/cm2
  11. Deixar o motor funcionando por pelo menos uma hora
  12. Se o motor foi recondicionado, trocar o óleo e o filtro, antes de finalmente dar o processo por finalizado. O óleo deverá ser trocado novamente, após 500Km.

Nesse vídeo, abaixo, você pode visualizar o que descrevemos acima:

Fique atento

Duas situações um tanto comuns preocupam alguns motoristsa quando o assunto é a bomba de óleo. Confira o que deve ser feito em cada situação.

Óleo não está sendo puxado pela bomba

A primeira verificação deve ser feita por meio de um teste manual: você pode utilizar uma bacia com óleo, imergir o pescador, acionar o eixo da bomba e observar como o óleo está sendo expelido.

É um método recomendável para observação de falhas em bombas novas. Pode identificar falhas ou obstruções no pescador.

Ocorre quando a bomba após ser desmontada, perde o ajuste entre corpo e tampa, gerando entrada de ar. Também pode ser causada por um desmonte da válvula ou ainda pela falta de componentes internos quando a bomba é remontada.

Uma segunda possibilidade para o caso do óleo não estar sendo puxado, pode ser a montagem da bomba no motor.
Nesse sentido, torna-se necessário observar se não houve puxamento do óleo ou se as condições do motor e a técnica utilizadas na montagem impediram esse processo. Para confirmar uma das hipóteses, você deve observar:

  • Se bomba foi lavada com querosene e, após totalmente seca, montada. Se a resposta for sim, fique sabendo que a maneira certa seria carregá-la com óleo limpo antes da montagem.
  • Confirmar se há vão suficiente entre o pescador e o fundo do cárter ou se está apresentando algum tipo de amassado neste último.
  • Verificar como foi feito o ajuste da bomba ao bloco. O correto é usar a junta que vem no jogo de juntas do motor. Jamais deve ser utilizado cola ou vedante para juntas.
  • Checar o estado da galeria principal de lubrificação do motor.

Não há pressão por parte da bomba

É importante alertar que bomba pode ser a responsável pela queda ou ausência de pressão do óleo, mas também existem outras causas para esse tipo de problema. De qualquer forma, algumas possibilidades podem estar causando esse problema na bomba:

  • Baixo nível de óleo no cárter;
  • Tubo de retorno e/ou tela entupidos por conta do excesso de contaminação e/ou depósitos;
  • Óleo do motor muito denso ou viscoso para ser sugado pela bomba de óleo;
  • Filtro de óleo excessivamente restrito;
  • Válvula reguladora de pressão parada na posição aberta.
  • Vazamento no bico injetor ou uma falsa entrada de ar, com contaminação do motor.

Para evitar conclusões precipitadas, procure sempre um especialista.