Que o brasileiro é apaixonado por carros, não resta dúvidas, e hoje cada vez mais este tão sonhado bem se torna mais acessível devido entre outras coisas ao aumento da renda e das políticas públicas. Cenário este bem diferente há 20 anos, quando somente modelos ultrapassados ou de obsoletos circulavam por nossas vias. Tal realidade histórica virou passado quando em 95, o governo Collor abriu as portas do país para a internacionalização, o que proporcionou aos brasileiros, entre outras coisas, produtos automotivos de nível até então desconhecido da maioria. A partir dessa época nosso setor automobilístico tem vivido uma constante evolução na arte de dirigir, com máquinas cada vez mais modernas e versáteis, e o melhor, com preços e condições de aquisição ao alcance dos brasileiros.

História e diferenças dos tipos de transmissões

Entre as novidades que os brasileiros experimentaram depois da abertura comercial do país, foram cada vez mais conforto e segurança dos veículos. No quesito conforto podemos destacar a evolução nos tipos de câmbios ou transmissões que passaram a fazer presença em nossas vidas, quais sejam: manual, automático, automatizado e o CVT, transmissão continuamente variável. E justamente nesse tema vamos hoje nos deter a seguir, tentando resumir as diferenças de cada uma dessas variações.

O mais conhecido e famoso tipo de transmissão é o manual, qual reinou em nosso país durante anos, competindo apenas com o câmbio automático, que não tinha nem de longe a qualidade e resistência encontrada nos veículos de hoje, principalmente por sua perda de rendimento nas trocas de marcha, sendo considerado por isso um carro lento e recusado pelos mais jovens.

Câmbios automatizadosMas como tudo muda, inclusive o tempo é motor dessa mudança, hoje em dia essa resistência a carros que não sejam manuais está caindo cada vez mais rápido, justamente devido às exigências da vida corrida e estressante da sociedade contemporânea. Nos tempos atuais as pessoas, principalmente, mulheres, estão entendendo a vantagem ou igualdade de potência de um carro de câmbio automatizado ou automático. Isso porque ainda existe muita desconfiança dos homens quanto aos inúmeros pontos positivos de um veículo com câmbio automatizado, por exemplo. Esse é um dos principais motivos para que a estatística mostre que os homens ainda não optam sem sua maioria por câmbios tradicionais, adicionado o pretexto desse tipo de câmbio proporcionar o prazer de uma direção mais esportiva, principalmente em áreas sem congestionamento, que não exijam diversas trocas de marcha.

Ao contrário do que acontecia há duas décadas, dirigir um veículo automático mudou muito e para melhor, já que constantes pesquisas sempre trabalham para evoluir a relação homem-máquina e o conforto entre eles. E foi o que aconteceu com carros com esse tipo de câmbio, a evolução tecnológica evolui e hoje proporciona, através de componentes eletrônicos, suavidade na transição de torque e controle das sequências das marchas. É um tipo de câmbio para quem deseja conforto ao volante. Entretanto, a desvantagem desse tipo de direção é o preço, que irá aumentar em média R$ 4.000,00.

Para quem não deseja dispender o esforço das mudanças de marchas todo dia, nem arcar com o alto custo de um câmbio Tiptronic, a opção mais desejada é a automatizada, um tipo de direção pensando para carros pequenos e de médio porte, já que proporciona a constância do desempenho sem elevar o gasto, e sem contar que o custo desse tipo de transmissão é bem mais barato, em torno de R$ 2.700,00.

Um câmbio automatizado tem como vantagem de dar liberdade de escolha ao motorista sobre qual marcha deseja utilizar, podendo ele decidir também, se prefere dirigir em modo automático ou esportivo, dando mais versatilidade à viagem. Entre as semelhança com o câmbio manual, está a maior durabilidade, custo com manutenção e reposição de componentes. E se você prefere autos de luxo, então vai ficar feliz em saber que já existe a alternativa de câmbio automatizado de dupla embreagem. Esta opção não conta com desvantagens em relação ao sistema automatizado convencional, mas sim, oferece trocas suaves e sem interrupção das marcha e respectiva potência, e o mesmo ou maior desempenho na aceleração e velocidade máxima. E você ainda tem mais o adicional de poder utilizar o modo manual por meio de comandos sequenciais no câmbio ou volante.

Existe ainda um tipo de direção que é menos difundida que a “Continuamente Variável”, qual toma mão de polias ao invés de engrenagens, não possuindo esse sistema um limitador de marchas, sendo aproveitada ao máximo a produtividade do torque.

Câmbio automatizado

Esse tipo de câmbio surgiu em 1989, em lugar não mais apropriado, na Fórmula 1, quando a Ferrari estava descartando as grandes alavancas para passar a utilizar atuadores eletrônicos modernos para a realização das trocas de marcha, não sofrendo alteração a caixa de câmbio nem a sequência de marchas. Sendo a principal diferença era a de apertar as borboletas atrás do volante, quais enviavam comandos aos atuadores para executarem a marcha. Tais sistemas, que nem são manuais, nem automáticos, lhe permite trabalhar com essas duas tecnologias. Esse sistema dual na Europa surgiu em 2000, e no Brasil recentemente foi lançado em produção em massa através de grandes fabricantes.

Câmbio iMotion automatizado

Eles poderiam ser chamados de "câmbios flex". Não são automáticos nem manuais. Mas trabalham como os dois, na proporção que você quiser. Assim como os motores bicombustíveis, os câmbios automatizados têm prós e contras. Na essência, não são novidade por aqui - já apareceram nos Alfa Selespeed e nas Ferrari 355 F1. Mas é a primeira vez que as fábricas investem no seu uso em veículos de maior escala.

A tecnologia desembarca simultaneamente na Chevrolet Meriva e no Fiat Stilo, batizada de Easytronic e Dualogic, respectivamente. O sistema automatizado existe desde 2000 na Europa e equipa outros modelos das duas marcas por lá. A questão é se ele vai pegar por aqui.

Esse tipo de transmissão, basicamente, constitui-se em um câmbio manual tradicional, todavia, incluindo dois servo-atuadores, sendo que faz a vez do pedal da embreagem e o outro se trata de um robô que faz o trabalho de trocar as marchas, desprezando assim a alavanca que era do câmbio. A grande novidade desse tipo de direção é a inteligência embarcada, que para controlar, analisa os parâmetros como rotação, carga, freio, velocidade e define sobre a necessidade de troca de marcha e atuação da embreagem. O papel do motorista pouco muda, sendo o exercício da direção igual o executado em um automóvel de câmbio normal. Entre as vantagens também está a da redução nos gastos com manutenção ao se comparar com um carro de câmbio manual, conseguidos através do menor consumo de combustível e o próprio preço do veículo.

Ou seja, o câmbio automatizado é um misto de transmissão automática com mecânica. A caixa nada muda em relação a uma transmissão manual, contudo não demanda a utilização do pedal da embreagem, uma vez que as alternações de marcha são realizadas por uma central eletrônica que comanda uma ‘embreagem’ eletro-hidráulica. Também é possível trocar de machar dando toques para cima e para baixo na alavanca.

Em suma um veículo com transmissão automatizada é um câmbio manual incluindo alguns robôs ou como já dito, atuadores, que ao serem acionados pela central eletrônica aciona a troca de marcha, sendo que o primeiro atuador aciona a embreagem e o segundo orienta o garfo para engrenar as marchas.Essa mesma central eletrônica analisa as variáveis temperatura, rotação, velocidade e baseada nessas informações escolhe a marcha ideal no momento. Este mesmo sistema também age borboleta de ar, alterando a rotação do motor durante a mudança.

Ao contrário de uma transmissão automática, que conta com um trilho característico com as posições P (de "parking", estacionamento), R (ré), N (neutro, ou ponto-morto) e D (drive), o automatizado só tem as posições N, R e D. No entanto, alguns modelos também contam com o botão S (de Sport, que aciona as rotações mais fortes) e basta um pequeno toque na alavanca para a esquerda que a direção passa a ser manual. Para resguardar a vida do motorista a partida é sempre em N, pisando no freio.

Como o sistema automatizado não conta com o sofisticado e caro conversor de torque, existente nas transmissões automáticas, é consideravelmente mais barato, saindo em média a R$ 2.500,00. A manutenção desse tipo de câmbio também é mais econômica e simples, já que as embreagens e engrenagens são basicamente as mesmas do tipo de transmissão manual, ou se existem diferenças, são poucas.

Infelizmente existem motoristas que acreditam que a maneira de dirigir um automático é a mesma de um automatizado, o que está errado, sendo até perigosa essa idéia, já que que um carro automatizado exige mais a presença humana do que o automático, qual demanda direção com o pé no acelerador constantemente, o que não acontece com o câmbio manual, onde é preciso retirar o pé para mudar de marcha, já no automatizado o próprio carro faz isso para o condutor, momento quando, justamente a velocidade pode cair bruscamente e ocasionar um eventual tranco. Alguns motoristas experientes em transmissões automatizadas dizem que para evitar esse inconveniente basta retirar o pé do acelerador quando ele tiver que mudar a marcha.

Cambio Dualogic automatizado

Principais dúvidas e vantagens

Para responder dúvidas, que ainda persistem em existir entre os brasileiros, passaremos a fazer alguns esclarecimentos, em linguagem bem clara e simples.

Um veículo com transmissão automatizada é aquele que troca as marchas sozinhos, da mesma forma que o faz um câmbio automático, contudo, conta com a vantagem adicional de controlar a marcha, para mais ou menos, conforme achar melhor. E como adicional esse tipo de direção tem um recuso chamado “kick down”, que pede apenas um leve toque no acelerador para que a velocidade reduza de automaticamente. E sobre os arranques que alguns julgam inconvenientes, na verdade, com a prática, desaparecem. Já que nessa fase você já terá aprendido a controlar a aceleração conforme o motor pede e do mesmo modo saberá diminuir devidamente quando mudar de marcha. Com o tempo você se torna expert e nem percebe as trocas de marcha. E quem tem receio de o carro não aguentar uma parada na subida, pode ficar tranquilo, pois um carro com sistema automatizado não volta, e se volta é questão de milímetros. Na verdade nesse tipo de veículo é até mais fácil controlar o veículo do que em um carro automático.

Para aquelas pessoas que questionam a capacidade e rendimento de um carro automatizado, vale a informação que este tipo de direção gerencia as trocas de marcha, maximizando o aproveitamento da potência do motor, escolhendo o melhor momento para trocar as rotações. E se você ainda tem receio quanto as ultrapassagens, saiba que existem modelos com o botão “Sport” que proporciona fôlego adicional nessas transposições. Para esses eventos, você ainda pode contar com a tecla “kick down”, até o momento não houve registro de reclamações de consumidores nessas situações.

E se você depois de ouvir tanta vantagem ainda achar que um veículo automatizado pode ser mais caro, terá outra surpresa. Esse veículo, na verdade conta com um tipo de direção que custa quase metade do automático e além disso é muito mais econômico no quesito consumo, registrando uma média de 10 km/L, considerando aí 75% do uso na cidade. Isso tudo mostra que o câmbio automatizado nada mais é do que a resposta a uma solução intermediária entre o câmbio manual e o automático, porém com grande superioridade ao primeiro e menor custo e flexibilidade em comparação com o segundo, e que ao mesmo tempo atenda a todos aqueles que buscam conforto e praticidade na direção.

Para as pessoas que buscam qualidade de vida no trânsito, se esquecer da esportividade das estradas, um veículo com câmbio automatizado é a decisão ideal. Sem contar que com um carro com esse tipo de câmbio o desgaste físico e mental será menor, já quer alivia as pernas e a tensão na coluna, pois exige menos esforço do corpo.