Um acessório essencial para quem compra um veículo e um item indispensável quando pensamos na segurança do nosso carro: são as travas elétricas.

Para que elas funcionem, toda uma engrenagem de teclados, sistemas de entrada sem chaves e travas convencionais entram em ação.

Neste artigo, você vai entender como todos esses mecanismos são utilizados na hora de destravar as portas dos automóveis.

Seja qual for o método de destravamento utilizado, ele precisa, antes de qualquer coisa, ter garantias de confiabilidade já que o condutor do veículo vai utilizá-lo por centenas de vezes.

Mecanismos de destravamento

Em nosso cotidiano, observamos que as portas do carro podem ser destravadas de diferentes maneiras, a exemplo:

  • Por meio de uma chave;
  • Através do botão de destravamento que fica no interior do veículo;
  • Pela trava de combinação localizada na parte externa da porta;
  • Através da maçaneta, situada na parte interna da porta;
  • Por meio de um controle remoto de entrada, sem necessidade de chave;
  • Através de um sinal emitido por um centro de controle.

Trava Elétrica - Por dentro da porta - Atuador

A grande dúvida da maioria das pessoas é quanto ao que existe dentro da porta do veículo, que acaba gerando uma conexão com todos esses mecanismos citados acima.

O que existe dentro da porta que a faz destravar? Essa é a tarefa do atuador, equipamento que fica instalado abaixo da trava de um veículo. Com duas hastes, ele fica conectado à trava e à maçaneta localizada na parte superior da porta.

Entendendo o processo

Com a ajuda do atuador, o processo de destravamento ocorre a partir dos sinais emitidos para o veículo.

Por exemplo, em um carro que possui travas elétricas, o botão travar/destravar vai ser acionado e envia energia (SINAL) para o atuador, que entende o comando e destrava a porta.

Toda essa transmissão de informações é feita através de um equipamento chamado controlador de corpo, uma espécie de computador que tem diferentes funções na parte elétrica do veículo. É o controlador de corpo que, por exemplo, mantém as luzes interiores do automóvel ligadas até que o condutor dê a partir no veículo. Ou, ainda, que emite um bip o condutor do veículo esquecer o farol aceso ou deixar as chaves na ignição.

Para atuar no destravamento das portas, o controlador de corpo fica “atento” a todos os sinais relacionados ao comando “destravar” ou “travar”, sejam eles vindos de uma chave, de um controle remoto, ou até mesmo da maçaneta.

No caso de travas elétricas das portas, o controlador de corpo monitora todas as possíveis origens de um sinal que indique o comando "destravar" ou "travar". Portanto, se inserimos um código correto no painel de toque instalado na porta, ele reconhece o comando. Ou, quando acionamos o controle acoplado à chave do veículo, estamos emitindo um código digital (comando/sinal) por meio do transmissor de rádio que fica dentro do controle. Desta maneira, o controlador de corpo monitora a freqüência de rádio emitida e autoriza o destravamento da porta.

É importante destacar que o controlador de corpo trabalha em conjunto com o atuador. O primeiro recebe o comando e, em seguida, envia energia para o segundo, que executa o travamento ou destravamento das portas.

Por dentro da porta

O funcionamento do atuador das travas elétricas ocorre por meio de um dispositivo bem simples. No destravamento, o atuador move a trava para cima e conecta a maçaneta externa da porta ao mecanismo de abertura. Quando o comando é de travamento, a trava permanece para baixo e a maçaneta externa da porta é desconectada do mecanismo. Assim, não ocorre abertura.

O gancho de metal que você confere na ilustração abaixo pode ser movido para para a esquerda ou direita. Quando o atuador é instalado no veículo fica posicionado no sentido vertical e, dessa forma, o movimento do gancho torna-se possível tanto para cima quanto para baixo, a depender do movimento que está sendo realizado na maçaneta.

Nesse momento do movimento, dentro do atuador, um motor elétrico gira uma série de engrenagens dentadas que atuam como redução de engrenagem. Um conjunto de engrenagens de cremalheira e pinhão, que está conectado à haste do atuador, acaba sendo impulsionado pela última engrenagem. A cremalheira transforma o movimento rotacional do motor no movimento linear necessário para mover a trava.

Embora o motor possa girar as engrenagens e mover a trava, se você tentar fazê-lo manualmente, o motor não girará. Isso porque o movimento é coordenado por uma embreagem centrífuga que é conectada à engrenagem e ligada pelo motor.

No momento em que o motor gira a engrenagem, a embreagem se desloca e trava a pequena engrenagem de metal para posicioná-la junto à engrenagem plástica maior, permitindo que o motor mova a trava da porta. Se você mesmo fazer esse movimento, todas as engrenagens girarão, exceto a engrenagem plástica com a embreagem.

Problemas com a trava

Não raramente observamos alguns casos de condutores ou passageiros que travam a porta e ficam na parte externa do veículo. Em casos como esses, é recomendável acionar a polícia para ajudá-lo a entrar novamente. Em uma situação desse nível, será utilizada uma fina tira de metal com um gancho plano para força o destravamento. Sabemos que um simples movimento vertical da maçaneta ou do atuador da trava elétrica é o necessário para girar a trava e abrir a porta. Nesse sentido, o policial tenta, com a tira de metal, achar um ponto onde a maçaneta e o atuador se conectem. Nesse momento, uma rápida puxada nesse ponto e a porta será destravada!

Controles elétricos

Agora que você já entendeu a importância da trava elétrica para o seu veículo, poderá ficar mais inteirado quanto a um dos principais mecanismos de controle das travas. São esses pequenos controles remotos, que funcionam até mesmo a 5 metros de distância.

Além de garantir a segurança do seu veículo, eles estão cada vez mais sofisticados e, na maioria das vezes, também armam e desarmam um sistema de alarme automotivo.

Mas, o que existe dentro desse pequeno objeto?

Um pequeno radiotransmissor. Quando apertamos os botões do nosso controle, o transmissor é ligado e envia um código para o receptor que fica dentro do carro. Esse receptor de rádio está sintonizado na mesma freqüência utilizada pelo transmissor.

Primeiros controles

Os chamados controles remotos ou controles elétricos começaram a ser apresentados nos anos 50. Naquele período, eram bastante utilizados para a abertura de portões de garagens e contavam com transmissores bastante simples. Um único sinal era enviado e o receptor localizado na garagem respondia ao comando, abrindo a “porta” da residência. Tamanha simplicidade gerou grandes preocupações com o aspecto da segurança, pois caso alguém capturasse esse “único sinal”, conseguiria ter acesso à garagem.

Na década de 70, os controles ganharam um pouco mais de sofisticação e segurança. Para entender, veja a imagem abaixo.

Trava elétrica - Primeiros controles

Nesse controle, temos um chip controlador (preto) e uma chave de configuração (azul), que conta com oito pequenas chaves dispostas em uma pequena peça soldada à placa de circuito. Para garantir mais segurança ao código, as chaves de configuração eram ajustadas dentro do transmissor. Assim, houve um maior controle sobre o código que o transmissor enviava. As oito chaves de configuração fornecem 256 combinações possíveis.

Modelos atuais

De lá para cá, os controles remotos de travas elétricas forma sendo cada vez mais sofisticados e incorporados aos veículos automotivos. Esse modelo abaixo, já garante uma segurança ainda maior ao usuário.

Trava elétrica - Modelo atual - Chip controlador

Uma estrutura totalmente miniaturizada dá lugar aos modelos antigos. Nesse controle mais moderno, um minúsculo chip gera o código que é transmitdo ao veículo ou garagem. O transmissor é a pequena cápsula prateada.

Para garantir mais segurança que a proporcionada pelas 256 chances dos modelos antigos, o chip controlador utiliza um mecanismo chamado código rotativo, capaz de gerar 1 trilhão de códigos possíveis para travar, destravar as portas, abrir o porta-malas ou qualquer outra ação relacionada ao veículo.

Os transmissores e receptores sempre estão sincronizados e, caso ocorra dessincronização, existe a possibilidade de ressincronizar o controle remoto.

Se um simples aparelho pode dar amplo acesso ao seu veículo, garantir a segurança tornou-se meta primordial para quem desenvolve controles elétricos.

A importância das travas no dia-a-dia

Fazer a manutenção das travas elétricas também deve ser uma preocupação dos usuários. Além disso, adotar uma atenção redobrada com as travas traseiras, para que se garanta mais segurança às crianças que estão no veículo. Por conta dessa preocupação, em alguns veículos fabricados nos últimos dez anos, as portas são travadas automaticamente depois de atingida a velocidade de 20 km por hora. Mesmo com essa possibilidade é essencial que o motorista fique atento ao som emitido após o acionamento da trava.

Em alguns veículos, já existe um dispositivo no painel, que pode ser acessado a qualquer momento, mesmo com o carro em movimento para travar as portas traseiras. Especialistas garantem que nem com batidas ou paradas bruscas as portas se abrem.

Uma outra dica bem importante: alguns veículos também travam as portas através das chaves. Portanto, quando as portas estiverem fechadas e o condutor der a partida, todas as portas serão travadas automaticamente. Se você tiver interesse em instalar esse tipo de sistema no seu carro, procure uma mecânica especializada.

Para saber mais

Vídeo mostra o funcionamento das travas elétricas: