30 de outubro de 2013, embora muitas pessoas não tenham reparado, é uma data das mais marcantes para os verdadeiros aficionados pelas grandes máquinas do mundo do automobilismo. Nesse dia, completa-se exatos 50 anos de fundação da montadora italiana Lamborghini, um dos maiores clássicos de que se tem notícia.

Diz-se, segundo boatos, que a história dessa marca de dá de maneira passional, como é comum entre os italianos: surge a partir de um desentendimento entre Ferruccio Lamborghini e Enzo Ferrari – fundador da marca que leva seu nome. Na ocasião, Lamborghini, que era fabricante de tratores – além de um grande cliente da Ferrari – revela-se insatisfeito com a embreagem e conforto de seu automóvel, mas tal crítica não é bem acolhida por Enzo, que responde que “um fazendeiro jamais poderia entender realmente sobre carros. E que não deveria jamais se referir a seus modelos.”

Ferruccio Lamborghini

Revoltado, Ferruccio toma aquilo como um desafio, e ali toma para si  a missão de rivalizar com a Ferrari, no segmento dos superesportivos.  Esse forte temperamento era conhecido em sua época, afinal esse grande criador era do signo de Touro, símbolo da própria marca. Como curiosidade, o fato de muitos dos modelos tradicionais da montadora serem batizados com nomes de touros famosos – Reventón, Gallardo, Diablo e assim por diante.

O lançamento que marca o início da Lamborghini foi um marco de sua época: tratava-se do 350 GT, do ano de 1963. Até hoje, foram mais de 20 modelos distintos – e incríveis – já criados pela marca do touro.

Lamborghini 350 GT

A Lamborghini também tem uma história conturbada e mudou de mãos muitas vezes: primeiro na década de 1970, quando foi administrada por Tonino Lamborghini, filho de Ferrucio, logo em seguida foi associada à alemã BMW, depois foi vendida a empresários senegaleses, para a norte-americana Chrysler – quando fez incursões no mundo da F-1 – até que, no ano de 1998, finalmente passa a ser de propriedade do grupo alemão Volkswagen, e, até hoje, está sob o comando de uma de suas maiores subsidiárias, a Audi.

Com a finalidade de celebrar o aniversário de meio século, a Lamborghini cometeu mais duas ousadias: primeiro, apresentou, no último Salão do Automóvel de Genebra, na Suíça, seu superconversível Veneno, pelo valor estimado de 3 milhões de euros, cerca de 9 milhões de reais; em seguida, apresentou oficialmente um carro-conceito, que bem poderia ser uma síntese da própria marca, ao longo de toda a sua trajetória. Isso porque só muita coragem para fazer um veículo com tal grau de loucura, uma vez que o novíssimo Egoista – palavra italiana que é cognata ao adjetivo egoísta, em português – só oferece espaço para o condutor, e apresenta um motor V10, 5.2 litros, que oferece simplesmente 600 cv de potência. Essa belezinha mira no público dos muito ricos, que não se contentam em apenas dirigir um veículo, mas, nas palavras do designer Walter da Silva “querem se sentir parte integrante do próprio carro”. Salve, Lamborghini!

Lamborghini Egoista