Existem diversos marcos alcançados aos 60 anos. Os mais jovens encaram como um futuro distante, enquanto os casais comemoram bodas de diamante. Alguns sexagenários contam os dias para a tão sonhada aposentadoria. Para a Mercedes-Benz do Brasil, as seis décadas de existência no Brasil se traduzem não apenas em uma trajetória marcada por produtos bem-sucedidos, mas também de contribuição para o desenvolvimento do próprio país. A fábrica de caminhões e ônibus de São Bernardo do Campo, em São Paulo, inaugurada no dia 28 de setembro de 1956, foi a primeira da marca na América Latina. Apesar de ter forte presença no segmento de automóveis de luxo – que esse ano começaram a ser produzidos também na nova fábrica de Iracemápolis, no interior paulista –, foi através dos caminhões e ônibus que a marca alemã marcou sua participação na história brasileira.
Para valorizar o passado, a Mercedes criou um espaço identificado como “Museu do Cliente” na própria fábrica de São Bernardo do Campo. Com a colaboração de diferentes empresas de transporte, estão expostos um caminhão L 7500 importado, ano 1952, e um LP 331, ano 1961, veículos utilizados ativamente na construção e no desenvolvimento da capital Brasília, por exemplo. Ao lado deles, dois ônibus clássicos ganham destaque: o O-355, que serviu como referência na empresa de novo padrão de conforto no transporte de longa distância, a partir de 1972, e mais antigo, um O-321 do acervo da Mercedes-Benz, o primeiro monobloco produzido no país, em 1958. Os modelos atuais também ganham espaço de destaque. Estão lá o novo caminhão extrapesado Actros, o chassi de ônibus urbano O-500 U e a van Vito – fabricada na Argentina e lançada no mercado brasileiro no ano passado – na versão de passageiros luxo.
Em seus 60 anos de atividades no Brasil, a Mercedes-Benz acumulou números expressivos. São 2,12 milhões de veículos comerciais produzidos, sendo 1,45 milhão de caminhões e 670 mil ônibus. Além disso, são mais de 2,9 milhões de motores fabricados no país. A empresa ocupa liderança nas vendas de veículos comerciais. No segmento de ônibus, são 60 anos de liderança, posição que já se confirmou no primeiro trimestre deste ano. Aliás, nos primeiros três meses de 2016, apesar da crise, a marca também liderou as vendas de caminhões no Brasil. De acordo com a fabricante, isso se reflete na frota circulante nacional: de cada 10 caminhões que rodam no Brasil, quatro são Mercedes-Benz. E de cada 10 ônibus, seis levam a logo da estrela de três pontas. Nessas seis décadas, a Mercedes-Benz também se intitula a maior exportadora de veículos comerciais do país, enviando 432 mil modelos a mais de 60 nações diferentes.
A principal estrela das comemorações dos 60 anos da Mercedes-Benz no Brasil, sem dúvidas, é o Mercedes-Benz Future Truck 2025. Em sua primeira aparição no solo nacional, o modelo traduz a aposta da fabricante de que, em cerca de dez anos, caminhões rodoviários poderão rodar de forma independente pelas vias expressas. Com visual futurista, o caminhão é equipado com um sistema autônomo de condução, que permite rodar em rodovias sem a necessidade de um motorista ao volante. “Estamos empenhados em tornar a condução autônoma pronta para a produção em massa até o final da década”, promete Stefan Buchner, chefe mundial da Mercedes-Benz Trucks.
Com o desenvolvimento dessa tecnologia, a intenção é aumentar a eficiência dos transportes, entregar mais segurança ao trânsito rodoviário e diminuir o consumo de combustível e, consequentemente, a emissão de poluentes. Além disso, a ideia é que a função do motorista seja alçada à de gestor do transporte. Para isso, a Mercedes-Benz conectou os sistemas de assistência já existentes com sensores aprimorados do Highway Pilot. Assim, a condução autônoma já é possível em velocidades realistas e em situações de trânsito em rodovias expressas. A mecânica é a mesma utilizada no Actros 1845. O motor, um turbodiesel de seis cilindros, gera cerca de 450 cv de potência e roda com transmissão automática de 12 velocidades.
Autor: Fabio Perrotta Jr. (Auto Press)
Fotos: Divulgação