Antes apenas atributos de carros importados, e do mais alto calibre; hoje os tetos solares começam a atingir a camada mais humilde dos veículos nacionais. Inventado por Wilhelm Baier, na Alemanha, em 1937, o primeiro veículo à sair com o tal equipamento, foi a Mercedes V170, na qual o fornecimento do material que, era nada mais do que uma lona que cobria a parte superior do carros, foi feito pela empresa Webasto.

Implantado na Europa por conta das baixas temperaturas, os tetos solares serviam como uma passagem para sol adentrar-se aos veículos, já que o frio intenso praticamente não permitia um aquecimento dentro dos seus interiores, que ainda não tinham dispositivos para emissão de ar quente. Já na chegada em países tropicais, a situação era inversa, servindo para amenizar o calor e renovar o ar. Além de uma grande inovação da época, e muito mais viável em instalar o equipamento, do que comprar carros conversíveis, que tinham preços absurdos, as encomendas e instalações aconteceram de forma intensa com o passar dos anos.

Moda na Europa desde os primórdios até os dias atuais, com grande quantidade de carros já com teto solar de fábrica; no Brasil só chegou em 1965, e o primeiro experimento foi feito em uma linha de Fuscas. O teto solar era feito em chapa de metal, que ao manipular para abrir, o equipamento entrava em uma espécie de forro no teto do veículo.

Teto Solar no Fusca

O lançamento na época de um carro com teto solar, em um país com altas temperaturas, com os veículos que ainda não atribuíam de ar condicionado, tinha tudo para ser uma grande jogada, mas sucumbiu-se diante de uma piada. O Fusca com teto solar passou à ser chamado de ''Cornowagen'', já que o carro com aquela modificação, completamento diferente dos veículos convencionais, com a opção de abertura no teto, segundo maldosos era uma forma dos homens traídos por suas esposas, refrescarem seus chifres.

As piadas feitas, foram a gota d'água em um país que se levava as coisas muito a sério, e não havia espaços para o humor se misturar com o clima da ditadura militar. As vendas do carro não emplacaram, e a Volkswagen teve que retirar o projeto da linha de produção.

Sem as piadas, a moda do teto solar junto até com o lançamento de alguns conversíveis, só voltaria nos anos 80, e foi implantado em um dos carros mais cobiçados da época, o Escort XR3, que era top de linha da Ford, um dos modelos esportivos de maior sucesso de vendas. Com o êxito do equipamento no carro, a Chevrolet adotou em uma das suas grandes vitrines, o Kadett Gsi, escolhido como o carro do ano em 1991.

Outros modelos foram tentados a implantação do teto solar, mas a procura por carros com esse tipo de equipamento, ainda era baixa. A principal queixa dos clientes, era com possíveis falhas dos dispositivos em um dia de chuva, por isso o conservadorismo em instalar ou comprar um carro que já possua, sempre foi grande, e divide opiniões até os dias atuais. Algumas pessoas não fazem a aquisição dos veículos com teto solar de fábrica, por conta dos preços que ficam em média, R$ 3.200 mais caros do que os modelos comuns. Já outras, compram pois acreditam na valorização em uma possível revenda. As duas vertentes estão corretas, mas a real é que poucos veículos atingiram o sucesso com o acessório, além do lendário XR3, apenas o Golf atingiu 100% das vendas.

Com o passar dos anos, a tecnologia dos tetos solares foi evoluindo, as antigas lonas, sistemas manuais, foram substituídos por motores elétricos, vidros, sensores de chuva, fechamentos automáticos e programados, aberturas quase que inteiras do teto; as opções no mercado se multiplicaram.

Modelos de tetos solares

Manual – Pop-up: Sem adição de motores, o vidro é basculante, podendo ser removido. Esse formato do equipamento tem um preço mais baixo (em média R$ 1.600), e está disponível apenas para instalação em locais especializados.

Teto Solar Manual

Elétrico Spoiler: Modelo elétrico, quando acionado o vidro desliza para trás e para cima. No fim dos anos 90, alguns veículos saíram de fábrica inseridos com este modelo de equipamento. Para instalação à parte, o custo pode ficar em torno de R$ 3.200.

Teto Solar Elétrico

Panorâmico: Modelo mais recente do pacote de atualizações dos tetos solares, o panorâmico pode ser em um grande painel de vidro, que pega cerca de 90% do teto, ou em multi painéis, oferecendo aos demais passageiros temperatura mais agradável, e um visual diferenciado. Possui cortina e é mais comum vir de fábrica.

Teto Solar Panorâmico

Populares com luxo de importados

Algumas montadoras já há algum tempo, incluíram no seu pacote de veículos populares, alguns modelos personalizados, que podem ser incluídos os acessórios no ato da compra.

A Fiat como já anunciava há cerca de dois anos atrás que, lançaria um dos seus sucessos de vendas, o Palio, com o teto solar, concretizou o anúncio, comunicando na última sexta-feira (17) que o Novo Palio estreará o teto solar panorâmico Sky Wind. Além do Palio, outro compacto também contemplará da nova investida, o Grand Siena. Medida da Fiat, que deve agitar a concorrência, o que anuncia uma nova geração dos populares. Os valores dos novos modelos ficarão entre R$ 2.700 e 2.900 mais caros, mas ainda assim abaixo da média dos personalizados e importados.