O presidente do conselho da montadora japonesa Nissan, Carlos Ghosn, foi preso neste começo de semana no Japão. De acordo com as informações que foram divulgadas pela imprensa local, a principal acusação é de sonegação fiscal. O brasileiro teria deixado de declarar milhões ganhos nos últimos anos.

Brasileiro presidente do conselho da Nissan é preso no Japão

Além disso, o executivo também está sendo acusado de ter se apropriado, de forma ilegal, de uma série de bens ativos da companhia que comandava. As informações preliminares dão conta de sonegação na casa dos 5 bilhões de ienes (o equivalente a equivale a R$ 167,4 milhões). Todo o dinheiro sonegado seria dos ganhos pessoais de Ghosn.

Os levantamentos que foram feitos pelas autoridades e também pela montadora Nissan revelam que as fraudes teriam acontecido durante 5 anos, entre 2010 e 2015, Nesse período, segundo a agência Jiji, o executivo recebeu quase 10 bilhões de ienes (R$ 334 milhões). O salário anual de Ghosn foi de 1,1 bilhão de ienes entre 2016 e 2017 (R$ 36,8 milhões), de acordo com relatórios financeiros da Nissan.

Brasileiro presidente do conselho da Nissan é preso no Japão

Assim que a informação começou a circular pela imprensa internacional, a Nissan emitiu uma nota oficial, afirmando que já estava conduzindo uma série de ações de auditoria interna, baseado em denúncias, sobre o caso. Além do brasileiro, outro diretor da empresa, Greg Kelly, estaria envolvido no esquema de fraudes.

Tanto Ghosn quanto Kelly estavam divulgando ganhos na bolsa de Tóquio muito menores do que os valores reais, e isso era feito para reduzir o montante que Ghosn deveria declarar como compensação”, escreveu a Nissan em nota. No ano passado, a compensação do executivo foi de 735 milhões de ienes, o que dá R$ 24,6 milhões. Em 2017 ele também recebeu uma compensação de 227 milhões de ienes da Mitsubishi (R$ 7,75 milhões), além de um salário de 7,4 milhões de euros na Renault (R$ 31,9 milhões).

Agora, o caso vai parar na justiça japonesa, e o brasileiro pode acabar sendo condenado ao pagamento de 10 milhões de ienes (R$ 334 mil) em multa e cumprir até 10 anos de prisão, se for julgado culpado.