Por No mês de fevereiro, em plenas comemorações de carnaval aqui no Brasil, uma notícia acabou pegando de surpresa milhões de pessoas: a renúncia do Papa Bento XVI. Pela primeira vez na história moderna que um Papa deixaria o cargo mais alto da igreja católica por vontade própria. Apesar de estar previsto no direito canônico, a grande maioria dos papas no decorrer da história mantinham o título até o final de suas vidas. E parece que o Papa Bento XVI não teve muito tempo de usar o novo Papamóvel, entregue no final do ano passado.
O modelo que chegou as mãos de sua santidade em dezembro de 2012 foi doado pela Mercedes–Benz para substituir o antigo carro utilizado desde 2002 e que passou também pelas mãos do Papa João Paulo II. O carro que foi entregue para ser utilizado pela autoridade máxima do Vaticano e da Igreja Católica foi um modelo adaptado do utilitário esportivo Classe M. De acordo com as informações que foram divulgadas pela montadora, o desenvolvimento do carro demorou cerca de nove meses.
Na ocasião da entrega deste carro, o presidente da companhia Daimler AG, grupo cuja Mercedes faz parte entregou pessoalmente o carro ao Papa Bento XVI, que recebem o veículo em uma cerimônia reservada, mas que teve imagens divulgadas para o mundo inteiro.
Tecnologia à disposição do Papa
A montadora afirma que a maioria das características que podem ser encontradas no modelo convencional do Classe M também podem ser encontradas no veículo que acabou sendo adaptado para uso do Papa. Dentre os principais destaques, em termos de tecnologia, do carro estão o câmbio automático de sete velocidades 7Dtronic e o sistema Start-stop, que permite que o carro tenha o motor desligado em paradas rápidas para diminuir a quantidade de emissões de gases poluentes, além de economizar combustível.
O Classe M já tinha sido utilizado como base para o Papamóvel anterior, que vinha sendo utilizado até a entrega deste novo modelo, que de acordo com levantamentos feitos não chegou a ser utilizado efetivamente por Bento XVI, já que na época parecia que a decisão da renúncia já era algo certo, mas que ainda não era divulgado. Mas algumas mudanças foram feitas na parte de trás do carro, justamente a parte mais importante do Papamóvel, que é a cúpula onde o Papa fica sentado.
A principal modificação que foi feia pela Mercedes foi em relação ao espaço interno para o Papa dentro desta cúpula. Ela ficou mais alta e também mais larga do que no modelo anterior, visando um maior conforto. Além disso, com este ganho de espaço ficaria mais fácil para que o papa conseguisse entrar neste local, sem correr nenhum tipo de risco. Como a área aumentou, a Mercedes também resolveu aumentar a área de vidro da cúpula, permitindo que tanto o púbico quando o papa tivesse uma visualização melhor do que estava acontecendo do outro lado. Na parte interna, foram melhorados também os sistemas de iluminação localizados na parte de dentro e também foram feitas modificações no trono papal.
Um outro aspecto muito importante do Papamóvel é a segurança que ele proporciona ao papa. Desde que João Paulo II sofreu uma tentativa de assassinato enquanto estava em um carro aberto, o Vaticano decidiu que em toda procissão o Papa ficaria sempre fechado em uma cúpula a prova de balas. A blindagem deste novo modelo do Papamóvel também sofreu algumas alterações, com mais camadas em toda área de vidro.
Papamóvel rebaixado
Além destas modificações que foram feitos na parte da cúpula onde o Papa fica durante um determinado trajeto, a montadora afirma também que este modelo foi rebaixado alguns centímetros em relação ao modelo anterior, também com o objetivo de facilitar o acesso a cabine. Já a cor não mudou, continua sendo utilizado o chamado Branco diamante.
A Mercedes-Benz já é considerada a fornecedora oficial de carros para utilização do Papa, sendo que há mais de oitenta anos os chefes da igreja católica utilizam os veículos da montadora para percorrer determinados trechos. Apesar disso, ela não faz isso com exclusividade. Em setembro do ano passado o vaticano também ganhou um outro veículo, desta vez elétrico, entregue pela Renault. O carro seria utilizado pelo Papa Bento XVI para deslocamentos menores tanto no Vaticano quanto em Castel Gandolfo, onde fica a cada de verão do Papa.