Diversos colecionadores no país adquiriram a versão de despedida da Kombi – veículo clássico da Volkswagen que já saiu de linha em todas as partes do mundo, sendo apenas produzido no Brasil. Dispostos a desembolsar a “pechincha” de R$ 85 mil, o que parecia ser um ato de amor ao mundo dos carros, tem se transformado em uma autêntica piada de mau gosto, por parte da montadora alemã.
Para entendermos melhor essa história, devemos lembrar que, ontem – dia 11 de dezembro de 2013 – o Governo Federal, na figura do Ministro da Fazenda, Guido Mantega, veio anunciar que deverá rever o início dos efeitos da Lei federal que obrigaria todos os veículos fabricados no país a já sair de fábrica com ABS e Airbag duplo já a partir de 2014. Por questões mecânicas, então, a Kombi não conseguiria se adaptar à nova configuração, sendo necessário ser retirada de fabricação – após ser fabricada por mais de cinco décadas e meia. Agora, com tal adiamento, a Lei deve entrar em vigor somente em 2016.
Portanto, o que antes era anunciado como uma linha super exclusiva – com apenas 1.200 unidades fabricadas – tem passado por deliberações internas na Volks e há quem defenda que, com a perspectiva de adiamento da exigência do Governo, a Kombi volte ao mercado, no ano que vem.
Está criado o problema: quem comprou o carro pelo astronômico valor, confiando no que era dito pelo departamento de marketing da empresa, agora pensa em devolver o “Last Edition” à alemã.
Oficialmente, a empresa aposta em uma suposta neutralidade: “ A Volkswagen do Brasil atende plenamente à legislação vigente. A empresa seguirá toda e qualquer nova regra a ser aplicada para o setor automotivo”, declararam, sem revelar muito.
Até o presente momento, a mudança já entraria em vigor em menos de um mês, no dia 01 de janeiro de 2014. A decisão sobre a obrigatoriedade deve ser tomada pelo governo até o dia 17 de dezembro – terça-feira. A Fiat também declara que aguarda retorno da equipe de Dilma, pois o seu modelo Mille pode ter o mesmo destino – recentemente também tem sido comercializada a linha “Grazie”, de despedida.
Um dos compradores da Kombi “Last Edition”, Leonardo Pierucci, indignou-se: “Estou em dúvida sobre o que vai acontecer. Vou exigir algum tipo de indenização, já que toda a campanha de venda da Last Edition esteve embasada em ser a última edição da Kombi”. Para os consumidores, essa estratégia de marketing pode se configurar como propaganda enganosa, passível de processo, segundo o Código de Defesa do Consumidor.