Apesar de um 2013 animador para o mercado brasileiro de caminhões, quando registrou uma alta de 13% segundo a Anfavea, as perspectivas para este ano ainda são comedidas. Mesmo assim, é com relativo otimismo que Roberto Leoncini, diretor geral da Scania do Brasil, encara 2014.

A Scania terminou 2013 na liderança do segmento de pesados com o R440, que é um dos principais produtos da marca. O modelo, com motor de 13 litros, tem potências disponíveis entre 360 cv a 620 cv e três tipos de configurações de tração: 4X2, 6X2 e 6X4. E emplacou nada menos que 10.508 unidades em 2013, um recorde para a Scania. Além dele, o semipesado P310 também teve seu melhor ano, com 1.617 caminhões vendidos. No entanto, no que se refere ao mercado nacional, Leoncini projeta em 2014 uma ligeira queda no segmento acima de 16 toneladas de PBT, em função da alta das taxas de financiamento do Finame para 2014 – pularam de 4% para 6%. Isso, segundo ele, pode frear a compra de novos caminhões. 

  • Scania R500
    Scania R500

P – Quais foram os maiores acertos da Scania em 2013?

R – A Scania termina o ano de 2013 na liderança dos emplacamentos de caminhões pesados. Pelo sexto ano consecutivo, o Brasil também será o maior mercado da Scania no mundo. Neste ano, lançamos o Streamline, um novo conceito de solução integrada de transporte, em que produtos e serviços são oferecidos juntos, como um só pacote ao cliente. Ele representa uma busca da melhoria contínua, um conceito de evolução de produtos da marca, com foco na rentabilidade. Os caminhões dessa gama podem chegar a até 15% de redução de consumo em relação aos produtos Euro 3 e de 4% em comparação à linha Euro 5 convencional, pois trazem uma combinação formada pelos novos ganhos aerodinâmicos com defletores de ar, o eficaz trem de força, a quarta geração do câmbio automatizado Opticruise e os motores Euro 5. Além disso, 60% das unidades vendidas saíram com um tipo de programa de manutenção. 

P – Quais são as prioridades de investimentos da Scania para 2014?

R – Vamos continuar com a ideia do atendimento personalizado a cada cliente para manter os patamares de vendas. Outra estratégia é o atendimento na rede de concessionárias. Para atender o cliente da melhor maneira, a força de vendas das 112 concessionárias da rede Scania é dividida por segmentos, com vendedores de semipesados, pesados, ônibus e caminhões fora de estrada. Profissionais especializados garantem um atendimento mais personalizado e qualificado. O cliente chega na concessionária e o atendimento da Scania já é diferenciado, pois o vendedor Scania é na verdade um consultor. Em termos de investimentos, de forma geral, nosso aporte em 2013 foi de R$ 100 milhões, na fábrica e em produtos. Para 2014, vamos investir o mesmo montante.

P – De um modo geral, quais foram os pontos altos de 2013 para a marca?

R – O resultado positivo do ano é reflexo de uma estratégia da Scania de ter sido a primeira fabricante a vender os produtos Euro 5 no Brasil em outubro de 2011. Sem dúvida, nosso maior destaque é o pesado R 440, campeão de emplacamentos pelo segundo ano consecutivo. O R 440 possui vocação para aplicações de longas distâncias com diversos implementos diferentes. Além disso, apresentamos na Fenatran o R Highline 620 8X4, que oferece uma solução para o segmento de cargas indivisíveis. No segmento fora-de-estrada, a Scania bateu seu recorde histórico no Brasil ao emplacar 1.430 unidades. O grande destaque da linha 2013 foi o lançamento do novo P 310 6X4 com redutor nos cubos.

Entrevista com Roberto Leoncini, diretor-geral da Scania do Brasil

P – O que 2014 deve reservar para a Scania no Brasil?

R – A Scania vai manter sua posição no Brasil de oferecer soluções de vendas de produtos e serviços aos clientes. Essa filosofia vem fazendo a diferença no mercado, pois procuramos entender o que de fato o cliente necessita. Nossa rede continuará estruturada para atender todas as demandas em nossos 112 pontos de atendimento que cobrem 100% do território nacional. Por outro lado, o governo anunciou as novas taxas do Finame para 2014. A tendência com o aumento da taxa de juros é que o volume do mercado de caminhões com PBT acima de 16 toneladas possa ser menor do que em 2013. Nossa intenção é mantermos uma participação de mercado nesta faixa – cerca de 20%.

P – Que rumos o mercado brasileiro de caminhões, que é o quinto maior do mundo, deve tomar nos próximos anos?

R – O crescimento econômico do país gera a necessidade por operações logísticas cada vez mais sofisticadas. Em função disso, o setor de transporte de cargas está ficando cada vez mais profissionalizado. Nossa intenção é continuar ajudando os clientes, por meio de soluções customizadas, para que atinjam patamares de excelência operacional, contribuindo ainda mais para o crescimento do Brasil.


Autor: Igor Macário (Auto Press)
Fotos: Divulgação