Os motoristas que contam com modelos flex acabam tendo que fazer uma escolha na hora de abastecer o seu carro. Essa escolha sempre depende de contas feitas que levam em consideração os preços dos combustíveis em comparação com sua eficiência energética. Existe até mesmo uma regra básica utilizada neste setor: combustível vegetal proporciona 70% da autonomia da gasolina e só é vantajoso caso custe 30% a menos.
Mas existem algumas iniciativas que estão tentando desmistificar algumas informações e conceitos que são utilizados na hora de abastecer o carro com Etanol. O Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), em parceria com a ÚNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) fez uma série de testes e análises para entender melhor como se comporta o motor abastecido com etanol em comparação com aquele que se utiliza de gasolina.
De acordo com o professor que liderou a pesquisa, Renato Romio, o principal objetivo do estudo era conseguir mostrar que a autonomia apresentada pelos veículos em uso real pode ser diferente do valor mencionado no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular do Inmetro (PBEV), baseado em testes de laboratório que não reproduzem as condições cotidianas na totalidade.
Para fazer os testes, que aconteceram entre os meses de janeiro e julho, o IMT se utilizou de veículos de diferentes categorias, definidos basicamente pela sua popularidade em seus segmentos: Popular 1.0 (Fiat Uno MT), Popular 1.6 (Hyundai HB20 AT), sedã médio (Toyota Corolla 1.8 CVT) e SUV (Renault Duster 2.0 AT).
De acordo com as informações que constam no relatório final dos testes feitos, o desempenho médio do etanol nos veículos testados variou de 70,7% a 75,4% em relação à gasolina comum, que contém 27% de etanol anidro em sua composição. A referência dos valores do PBEV para os mesmos modelos variaram entre 66,7% e 72,1%.
Como conselho, a partir dos resultados dos testes, as instituições que estão diretamente relacionadas a pesquisa, os motoristas deverão avaliar a autonomia do veículo com dois tipos de combustíveis antes de escolher um ou outro. As informações consideram também que essa relação dos 70% pode ser diferente, uma vez que em alguns casos os testes apontaram uma paridade entre etanol e gasolina comercial de 75,4%.