O mercado de automóveis teve uma notícia importante no ano passado, com o anúncio da mega fusão entre dois gigantes do setor, a italiana Fiat e a norte-americana Chrysler.

Com essa fusão, muito do que se vê hoje, tanto por parte da montadora italiana, como por parte da montadora norte-americana, irá mudar radicalmente nos próximos anos, já que haverá colaboração mútua entre as equipes de criação.

Uma consequência dessa mega fusão, segundo fontes ligadas à Fiat, é que o primeiro passo dado pelas duas empresas será transferir a listagem das ações do grupo para os Estados Unidos.

Essa medida faria com que o foco do novo grupo surgido dessa fusão passasse a ser a América, e não mais a Europa, no caso da Fiat.

Isso ocorreria muito provavelmente em 2015, quando o processo de fusão entre as duas empresas estaria consumado.

Essa fusão significa uma espécie de salvação para a Fiat, que se estivesse sozinha, teria fechado o ano de 2013 com um prejuízo de 501 milhões de euros. Com a ajuda da Chrysler nessa conta, o valor deixou de ser um prejuízo e se tornou um lucro de 435 milhões de euros.

Fiat e Chrysler anunciam fusão

Com a fusão, a Fiat deixa de ficar próxima dos problemas enfrentados pela montadora na Europa, especialmente em seu país natal, a Itália, e se aproxima mais do mercado americano, onde tem apresentado um desempenho satisfatório.

Para a Chrysler, essa fusão traz a oportunidade de conseguir reunir forças para tentar enfrentar seus maiores rivais locais: as poderosas General Motors e a Ford Motors. Representaria também para a montadora norte-americana um acréscimo de receita e um aumento de tamanho considerável. Com essa robustez que ela pretende encarar as duas gigantes.

Para a Fiat, será a primeira vez em seus mais de 115 anos de história que seu centro nervoso e decisório deixará de ficar em Turim, no norte da Itália, onde fica a sua histórica sede. Com a fusão, tudo se mudará para os Estados Unidos.

Com essa mudança, muitos investidores, que estão com o pé atrás com a Fiat e as políticas trabalhistas europeias, especialmente as italianas, ficarão mais propensos a voltar a investir na montadora italiana, agora mais forte do que nunca com a ajuda de sua nova irmã norte-americana, a poderosa Chrysler.

Quem não está gostando nada disso tudo, especialmente dessa provável transferência da listagem de ações para os Estados Unidos, são os membros do governo italiano e os sindicalistas locais, com medo de que isso signifique perda de empregos e de capital.