A General Motors do Brasil anunciou na última sexta-feira, dia 26, que está fazendo um estudo de viabilidade técnica e financeira para a instalação de uma nova linha de produção que ficaria localizada na planta de São José dos Campos, interior do estado de São Paulo. De acordo com as informações da empresa, os investimentos estariam sendo disputados por outros dois países e depende ainda de uma negociação envolvendo governo municipal, estadual e federal, além do sindicato dos metalúrgicos.
A montadora colocou um prazo para a definição do local onde será instalada esta nova linha de produção: até o final de maio o anúncio deverá ser feito. A montadora não revelou maiores detalhes de quais serão os impactos em termos de produção e empregos de uma possível abertura de nova linha de produção na cidade. Também não foram reveladas informações relacionadas ao modelo que poderia ser feito por aqui. A única informação concreta neste sentido foi feita em relação ao investimento, de R$ 2,5 bilhões para todo o processo de instalação.
Segundo a fabricante, a nova linha seria uma requalificação da planta local. “Esse investimento é uma oportunidade da GM ter uma planta mais moderna e é vital para a sobrevivência da planta em São José dos Campos”, afirmou Luiz Moan, diretor de relações institucionais da montadora.
Apesar da competição pelos investimentos envolver mais dois locais, que também não foram revelados, o diretor da empresa afirma que São José dos Campos possui uma boa chance de realmente ganhar esta nova linha de montagem dos carros, já que conta com uma localização privilegiada. Nas palavras de Luiz Moan, a montadora possui realmente uma excelente e estratégica localização, isso faz com que seja mais fácil direcionar os recursos para cá.
Aumento de salários
Mas a montadora sabe que precisa também enfrentar alguns outros desafios para trazer a linha de montagem para cá. Um deles está diretamente relacionados com os operários. A direção da empresa na cidade precisa provar que pode resolver problemas como os que acontecera no ano passado e no início deste ano, com uma grande quantidade de funcionários sendo demitidos. Por isso, a empresa já está revendo sua política de salários na região, em uma negociação que envolve também o sindicato dos metalúrgicos.
O próprio presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros, afirma que já houve uma grande flexibilização de parte da empresa no sentido de negociar os salários dos funcionários.
Readmissão
Uma outra informação que acabou sendo confirmada pela montadora no final da semana passada está relacionada a um estudo que poderia readmitir uma parte dos 598 funcionários da companhia que acabaram sendo demitidos da planta do interior paulista.
O Sindicato local afirma que está negociando uma revisão do número de pessoas que foram demitidas, sendo que cerca de 100 funcionários foram incluídos neste processo, que está sendo analisado caso a caso pela direção da montadora. O grupo, que representa 20% do total de demissões, é formado por trabalhadores lesionados ou em fase de pré-aposentadoria, que teriam direito a estabilidade, segundo a entidade.