Por O governo brasileiro anunciou um acordo assinado que prevê a criação de um sistema de livre comércio automotivo com a Argentina nos próximos 10 anos. De acordo com as informações que foram divulgadas, o acordo foi assinado pelos ministros Paulo Guedes (Economia) e Dante Sica, ministro argentino da Produção.
No ano de 2016 o Brasil assinou um acordo com a Argentina justamente neste tema, mas que se encerra no ano que vem. Agora, o novo texto prevê uma regra de comércio pela qual as exportações de um país para o outro não pode ultrapassar uma vez e meia do valor que importa do outro. É chamado sistema flex do acordo.
O novo acordo prevê que essa relação vá aumentando gradativamente até chegar a três vezes. De uma forma prática, as exportações de um país podem exceder em até três vezes as importações. A partir do ano de 2029, se cria um livre comércio, sem qualquer limite para importações e exportações de veículos entre os dois países.
O acordo tende a beneficiar o Brasil, uma vez que o país acaba exportando mais carros para a Argentina do que importando do país. Mas o acordo também acaba sendo ampliado para outros tipos de comércio, como é o caso de autopeças, que acaba sendo relevante para os dois países. Cerca de 50% das exportações de automóveis do Brasil tem como destino a Argentina. Já em relação à Argentina, as vendas para o Brasil representam 80% das exportações totais de veículos.
Além disso, o acordo tem como objetivo alinhar as regras de comércio entre os dois países. Caso este seja um acordo ratificado, ele prevê imediata redução de 35% para 17,5% da alíquota de importação de automóveis da Europa, limitada a uma cota anual de 50 mil veículos, dos quais 32 mil são para o Brasil. A partir do décimo ano, a alíquota cai progressivamente até chegar a zero no 16° ano. A partir de então, haverá livre comércio de veículos entre os dois blocos, sem restrição de cotas.