Foi anunciado durante a tarde de hoje mais uma prorrogação do desconto no Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para os carros vendidos no Brasil. Também entraram na decisão a linha branca (composta por artigos para casa como fogões, geladeiras, máquinas de lavar e tanquinhos elétricos) e também móveis. De acordo com o texto que foi aprovado hoje, a redução vai valer por mais seis meses a partir de janeiro. As informações foram confirmadas durante coletiva de imprensa pelo Ministro da Fazenda Guido Mantega.
Mesmo continuando menor do que o considerado normal para os setores, algumas alíquotas vão começar a subir a partir de janeiro de 2013 em vários casos, dentre eles no segmento de automóveis. A notícia poderá provocar uma nova corrida dos brasileiros até as concessionárias para conseguirem comprar o seu carro por um preço mais baixo do que será vendido a partir do próximo ano.
As concessionárias e lojas também já estão se aproveitando da notícia para começarem a fazer propagandas alertando os consumidores que estes são os últimos dias para aproveitar o desconto no IPI. Mas pergunta que fica é a seguinte: Os consumidores ouviram este tipo de propaganda quantas vezes este ano? Será que elas ainda possuem algum efeito no consumidor?
O Ministro da Fazenda, Guido Mantega, também aproveitou mais cedo durante o dia de hoje para anunciar que pretende fazer desonerações de R$ 40 bilhões em 2013. De acordo com as informações que foram passadas tanto pelo ministro quanto pela equipe dele durante o evento desta quarta-feira, a renúncia fiscal com a desoneração do IPI dos automóveis será de R$ 2,63 bilhões em 2013. No caso da linha branca, o governo deixará de arrecadar R$ 550 milhões e, no caso dos móveis, R$ 650 milhões.
Histórico
O primeiro anúncio de corte na alíquota do IPI no setor de automóveis aconteceu no mês de maio deste ano. Já no mês de agosto Guido Mantega convocou a imprensa para anunciar que aquela que seria a primeira prorrogação da redução do imposto que estava sendo cobrado em cima dos carros. Com aquela prorrogação, o prazo final seria dia 31 do mesmo mês, e as montadoras e concessionárias aproveitaram para fazer grandes promoções na tentativa de levar o consumidor as compras antes do final de ano. No mês de Outubro o governo anunciou mais uma vez que o IPI continuaria com o valor cortado até o final deste não
Como fica
Mas tudo indica que esta realmente é a última prorrogação do IPI para o setor de carros, pelo menos nos mesmos moldes que foram realizados nos últimos meses, com realmente uma redução significativa do imposto. A partir do mês de janeiro o imposto já voltará a ser aumentado, mas Mantega que mesmo assim ele ainda vai permanecer mais baixo do que o que era cobrado antes do primeiro anúncio de redução feito este ano. Para mostrar isso, o Ministro lançou alguns dados relacionados com os impostos que serão cobrados a partir de cada tipo de carro.
Um dos exemplos foram dados em cima dos carros populares, os mais vendidos no Brasil e portanto os que mais causam impacto tanto nos rendimentos das montadoras e concessionárias quanto na movimentação geral do setor. O governo considera carro popular aqueles com motor no máximo 1.0. Antes de anunciar o primeiro corte no Imposto os consumidores estavam pagando uma alíquota de 7% em cima do preço final do veículo. Com o corte do IPI este valor foi para 0%. Agora, a partir do mês de janeiro os consumidores poderão perceber um retorno gradativo destes índices, sendo que durante o primeiro mês ele sobe 2%, no quarto mês do ano ele irá para 3,5% e assim por diante.
Já os veículos que não se encaixam na categoria de populares e possuem um motor de 1.0 a 2.0 (flex), a aliquota normal é de 11%. Se o motorista for comprar um carro nesta categoria hoje, ele vai estar pagando uma IPI equivalente a 5,5% em ciam do valor final do carro. De janeiro a março de 2013, será de 7% e, entre abril e junho, subirá para 9%. Para carros a gasolina, 1.0 a 2.0, a alíquota normal é de 13% e tinha caído para 6,5% com a desoneração. Entre janeiro e março, será de 8% e, de abril a junho, subirá para 10%.
No setor de carros utilitários normalmente o governo estaria comprando IPI de 8%, sendo que depois do corte deste ano e até o dia 31 os consumidores estão pagando 1% de IPI sobre o preço final de cada carro. Entre janeiro a março, será de 2% e, de abril a junho, passará para 3%.
Guido Mantega ressalta ainda que a partir do mês de julho, a alíquota normal vai voltar para todos as categorias de automóveis. Neste mercado, os únicos que continuarão tendo um tratamento diferenciado são os caminhões, que continuará tendo 0% de IPI mesmo depois de Julho de 2013.
Durante o evento o Ministro falou que esta medida adotada pelo governo foi essencial para que a indústria nacional automotiva continuasse firme e forte como nos outros anos. Mantega lembrou que no começo deste na grande parte das empresas estavam pessimistas em relação ao que viria pela frente. Mas a partir da decisão da redução do IPI a indústria voltou a crescer, conseguiu aumentar a fabricação, vendeu o seu estoque e ainda por cima contratou mais funcionários durante o ano inteiro.