O presidente da Volkswagen para a América Latina, o argentino Pablo Di Si, falou sobre o que o segmento automotivo deve esperar para o período pós-pandemia, e que deve ser de uma forte crise financeira. De acordo com as declarações que foram dadas pelo executivo, o setor, como um todo, deve precisar de cerca de R$ 40 bilhões para passar pela crise.

Indústria automotiva vai precisar de R$ 40 bi para passar pela crise

"É uma crise sem precedentes. A história nunca viu o mundo parar todas as regiões e todas as indústrias ao mesmo tempo. A saída não vai ser instantânea", resumiu o presidente da companhia. A declaração acabou sendo dada durante uma conversa pela internet com os jornalistas.

A coletiva virtual foi organizada, de uma forma geral, com o objetivo de detalhes uma série de planos de retomada da montadora para a produção no Brasil, que deve acontecer a partir do mês que vem. A montadora afirma que a previsão é a reabertura da fábrica de motores de São Carlos (SP) para o próximo dia 8. As demais unidades devem reabrir a partir do dia 18 de maio.

A montadora já  acertou com os trabalhadores a redução de jornada e salários em 30%, por 3 meses, lançando mão da Medida Provisória 936, que flexibilizou as regras trabalhistas temporariamente. Ela também está sendo usada por outros montadoras, como a General Motors, dona da Chevrolet, e a Fiat.

Indústria automotiva vai precisar de R$ 40 bi para passar pela crise

O executivo afirmou ainda que o setor automotivo vai precisar de R$ 40 bilhões para passar pelo auge da crise, que deve se estender por junho e julho. Isso, de acordo com o executivo, é o equivalente ao que as montadoras investiram no mercado, de uma forma geral, pelos próximos 3 ou 4 anos.

"Não (buscamos) dinheiro público", disse. "E não estamos pedindo para a gente. É para toda a cadeia, para concessionários e fornecedores, os elos mais fracos.” Segundo o presidente da Volks, as conversas com o governo estão "caminhando bem", mas ainda não há nada definido. "Se não sair nas próximas semanas, eles (fornecedores e lojistas) não têm como pagar os salários. Estamos falando em quase 1 milhão de empregos", observou.