Um novo sistema de cobrança de pedágios poderá ser adotado muito em breve no Brasil inteiro. Mas antes disso, o modelo passa por uma experiência no estado de São Paulo, onde os motoristas que trafegam pela rodovia SP-75, que liga Campinas a Indaiatuba. O sistema está sendo chamado de Ponto a Ponto, e tem como principal objetivo tornar mais justa a cobrança do pedágio, deixando de fixar um valor e cobrando de acordo com a distância que o motorista roda.
O projeto modelo foi implantado pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo em parceria com outros órgãos e agências governamentais. Neste cenário, saem os tradicionais pontos de cobrança onde os motoristas precisam parar, pagar e esperar para seguir sua viagem e entram sensores espalhados por todo o trecho que conseguem identificar e calcular quanto determinado veículo está andando.
Em termos de forma de pagamento, onde o motorista não precisa desembolsar nada em termos de dinheiro durante sua viagem, ele acaba sendo muito parecido ao que já vemos em diversos estados brasileiros, como o sistema Sem Parar, onde é instalado um chip que registra a passagem dos motoristas por determinados pontos.
Testes em São Paulo
Nesta primeira fase do projeto, os órgãos responsáveis por administrar este ponto a ponto em São Paulo instalaram sete sensores de cobrança a longo da rodovia. O local foi escolhido, de acordo com os responsáveis pelo projeto, para basicamente atender uma demanda que partiu da comunidade. Nesta região existem moradores de pelo menos nove bairros que tinham que pagar pedágio para chegar as regiões centrais das duas cidades pela rodovia. Ou seja, quando o motorista precisava percorrer um trecho de poucos quilômetros era tarifado da mesma forma que os outros que estavam em viagem passando pelo local.
Os motoristas que trafegam pela região foram convidados a participar do projeto, sendo que os diretores do Agência de Transportes em São Paulo ressaltam que ele ainda é voluntário. Os que aderiram ao sistema precisaram instalar um chip no seu carro, semelhante ao sistema Sem Parar. Mesmo os que já utilizam outros serviços parecidos tiveram que fazer uma atualização nos seus sensores para conseguir ser detectado pelos novos radares.
De acordo com a tabela atual de preços que foram instalados, a tabela com os valores de cada trecho seria a seguinte:
Km 25.750 | Itu | R$ 2,50 |
Km 36.400 | Salto | R$ 1,00 |
Km 38.200 | Salto | R$ 0,70 |
Km 43.350 | Salto | R$ 1,80 |
Km 60.800 | Indaiatuba | R$ 1,80 |
Km 62 | Indaiatuba | R$ 1,80 |
Km 66.700 | Campinas | R$ 0,90 |
Km 7 | Campinas | R$ 1,40 |
Sistema estrangeiro
O sistema ponto a ponto que está sendo utilizado como teste no estado de São Paulo foi baseado em sistemas semelhantes que foram instalados em outros países, como Itália, Canadá e Austrália. Porém, para melhor se adequar as necessidades dos motoristas brasileiros foi preciso realizar algumas adaptações em relação aos projetos originais. Isso porque em alguns países a tecnologia para controle de acesso as rodovias já estão mais avançadas do que no Brasil. Em alguns países da Europa todo o acesso de veículos as rodovias já são monitoras, o que facilita muito a implantação de um sistema de cobrança nesta modalidade.
Uma outra dificuldade que foi encontrada pelos engenheiros brasileiros na hora da implantação do projeto por aqui foi a grande quantidade de estradas que as nossas rodovias possuem. Isso acabou dificultando a instalação dos sensores, que tiveram seus locais escolhidos estrategicamente para abranger todo o acesso naquele ponto.
Já sobre a tecnologia que permite que os carros sejam monitorados pelo conjunto de sensores instalados na pista, os responsáveis pela execução do projeto afirmam que todos eles são baseados em um padrão desenvolvido nos Estados Unidos, mas que são produzidos no Brasil. Assim, conseguiu uma redução considerável na execução do projeto em relação aos esboços iniciais que previam a importação das peças.
Um outro ponto importante da tecnologia é que as tags que estão sendo instaladas nos carros dos motoristas que se cadastraram neste sistema de cobrança são as mesmas que serão utilizadas pelo Governo Federal para monitoramento das informações dos veículos, o que torna ainda mais barato pelo compartilhamento de funções, ao invés de ter que fazer o motorista instalar diferentes dispositivos de controle.
Além da economia que muitos motoristas terão ao não precisarem pagar uma taxa cheia de pedágio dependendo da quantidade de quilômetros que eles trafegarem, os responsáveis pela execução do projeto também ressaltam eu a implantação do sistema ajuda o meio ambiente. Isso porque não existe nenhuma necessidade do motorista diminuir a velocidade na hora de fazer este pagamento, já que ele acontece automaticamente. Sem a necessidade da retomada do motor, a quantidade de gases no meio ambiente é menor.