Uma pesquisa realizada recentemente por especialistas da fabricante de antivírus Kaspersky Lab revelou que alguns dispositivos utilizados para carregar veículos elétricos podem acabar causando problemas em toda a rede elétrica da vítima. Seria uma brecha de segurança que poderia ser facilmente explorada por pessoas que possuem conhecimento avançado em tecnologia.
O problema estaria localizado na interface de controle remoto do dispositivo, que permite controlar a velocidade da carga através de um aplicativo, geralmente fornecido pela própria montadora do veículo.
O estudo conduzido por Dmitry Sklyar se concentrou no ChargePoint Home, um carregador fabricado pela ChargePoint, que já corrigiu as vulnerabilidades encontradas. Porém, com a possibilidade de que outros dispositivos "inteligentes" tenham problemas semelhantes, a Kaspersky Lab levantou a questão: será que vale a pena correr riscos apenas para controlar remotamente um carregador?
O responsável pelo teste afirmou que foi uma “sorte” ter encontrado o problema concentrado em uma fabricante que acabou reagindo bem aos resultados da pesquisa e foi rápida ao solucionar a brecha de segurança. Mas os pesquisadores estão preocupados, pois essa é uma falha que pode estar presente e em outros dispositivos também.
Foram divulgados mais detalhes sobre o funcionamento dos dispositivos. No caso do que foi utilizado para os testes, ele conta com uma placa com processador e armazenamento, onde é executada uma versão reduzida do sistema operacional Linux. Esse sistema é responsável pela comunicação e recepção dos comandos dados pelo usuário.
Segundo os profissionais que estavam diretamente envolvidos nos testes, o grande problema encontrado foi em um servidor web que também estava presente no dispositivo. Ele podia receber determinados comandos e tinha um sistema de autenticação que era considerado falho. Dessa forma, se tornava mais fácil para que qualquer pessoa conectada à mesma rede de Wi-FI do aparelho conseguisse enviar comandos e até de enviar programas específicos para serem executados pela unidade.
Os testes revelaram que poderia ser possível até mesmo controlar a corrente utilizada na carga, e isso poderia sobrecarregar a rede elétricas utilizada para carregar o carro, desarmando o disjuntor, queimando um fusível ou até mesmo danificando outros equipamentos ligados através do superaquecimento dos fios.