Uma notícia nada boa para 1500 trabalhadores, e também para as suas famílias, da linha de montagem da fábrica da General Motors localizada na cidade de São José dos Campos, no interior paulista, foi dada hoje no final do dia. Depois de uma reunião que durou mais de nove horas entre representantes do sindicato, da montadora e também da prefeitura da cidade, não houve nenhum acordo e a demissão destes funcionários está cada vez mais próxima.

Reunião entre GM e sindicato termina sem acordo

A única certeza ao final da reunião é que o impasse realmente a tensão entre os representantes dos trabalhadores e a empresa, enquanto o tempo passa cada vez mais rápido para as pessoas que dependem de uma decisão positiva para manter os seus empregos. O prazo do contrato destes 1500 funcionários termina no dia 26 de janeiro, ou seja, caso não aconteça nada de diferente até lá os contratos estarão automaticamente encerrados e estes trabalhadores sem emprego. Agora, os representantes das duas partes marcaram mais duas reuniões mais uma rodada de negociação, que ficou marcada para o dia 18 (próxima sexta-feira) e dia 23 de janeiro.

O sindicato conseguiu um apoio importante na briga pela não demissão destes funcionários. Na próxima reunião estarão presentes também os representantes do Ministério do Trabalho e também do Desenvolvimento, Industria e Comércio. Antes disso, no dia 17, está marcada uma assembleia entre o sindicato e também os trabalhadores para definirem novas ações que serão tomadas no movimento contra as demissões. Não estão descartadas ainda greves gerais que paralisariam toda a fábrica da montadora na cidade. Mas o sindicato, pelo menos por enquanto, não está confirmando esta possibilidade.

Impacto econômico

O motivo da entrada nas negociações dos representantes dos ministérios é o impacto negativo que as demissões causariam na cidade, um dos principais polos industriais da região de São Paulo. Um documento foi entregue na semana passada pelos manifestantes para o prefeito da cidade e também para representantes da câmara de vereadores com números que mostram quão prejudicial será está demissão para a cidade com 1500 pessoas, e suas respectivas famílias ficando sem empregos já no dia 27 de janeiro. O documento acabou também sendo enviado para o Ministério do Trabalho e também do Desenvolvimento que decidiram entrar na jogada para tentar intermediar uma negociação boa para ambos os lados.

Durante a reunião de hoje os representantes do sindicato apresentaram para a empresa s eu conjunto de solicitações, dentre eles o pedido de continuidade da fabricação do modelo Classic na planta de São José dos Campos, a produção local de modelos que atualmente são importados, retomada da produção de caminhões e um novo acordo trabalhista que garanta empregos e investimentos. O solicitação principal é a primeira, que foi justamente o motivo para o começo dos problemas com os trabalhadores, já que quando a montadora decidiu parar de fazer o modelo nesta planta os trabalhadores que estavam nesta linha de montagem acabaram tendo seus contratos suspensos.

Ajuda

O sindicato, desde o início dos problemas com a montadora, está tentando reunir o maior número de forças políticas possível para conseguir negociar com mais propriedade com a montadora. Como a decisão de fechar a linha de produção do Classic em São José dos Campos aconteceu no ano passado, quando ainda aconteciam as eleições, o atual prefeito da cidade, Carlinhos Almeida, que estava naquele momento arrecadando votos para sua campanha, foi até a porta da fábrica falar para os trabalhadores que faria de tudo para evitar estas demissões.

Na semana passada o sindicato decidiu cobrar uma atitude do político e solicitou uma reunião presencial com ele e também outros representantes da prefeitura para que e eles entrassem nas negociações, que até o momento estava sendo ignorada pela empresa, de acordo com o próprio sindicato. Os representantes do sindicato, que organizaram uma passeata que se dirigiu até a sede da prefeitura, acabou sendo recebido pelo prefeito e também por representantes da Câmara Municipal. Na ocasião, o prefeito manteve a posição de que iria entrar nas negociações para tentar impedir que estas 1500 pessoas ficassem sem emprego.

A Câmara Municipal, que também se dispôs a ajudar no impasse, agendou para o próximo dia 24 de janeiro uma audiência pública para discutir sobre os empregos na GM. Serão convocados representantes do sindicato e da montadora. A audiência acontecerá um dia depois da última rodada de negociação, marcada para o dia 23. Até lá, o Sindicato ainda continuará com mobilizações e insistindo em agendar uma reunião com a presidente Dilma Rousseff para que o governo federal intervenha e impeça as demissões.

A GM ainda mantém a posição de não comentar publicamente as negociações com o sindicato.