As consequências da greve dos caminhoneiros seguem sendo sentidas em diversas cidades do Brasil. Mesmo com o enfraquecimento do movimento, que pode ser percebido especialmente com a volta do abastecimento de combustível nos postos das grandes cidades do Brasil, o país ainda segue se recuperando de forma lenta e gradual.

São Paulo registra redução de poluição pela metade durante greve dos caminhoneiros

Mas, se por um lado a greve acabou atrapalhando a vida de boa parte da população, por outro lado pode acabar ter sido benéfica para a saúde de quem vive na maior capital do país: São Paulo. Um estudo divulgado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), mostra que a poluição na cidade reduziu pela metade durante os dez dias de greve.

De acordo com as informações que foram divulgadas pela instituição, a redução teria sido uma consequência direta da redução na quantidade de carros, motos, caminhões e ônibus trafegando no período.

Segundo Paulo Saldiva, diretor do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), dados preliminares do Sistema de Informações de Qualidade do Ar, da Cetesb, apontaram diminuição de 50% no índice de poluentes na atmosfera em São Paulo. “Esse é um episódio raro e vamos estudar suas consequências na saúde pública. Quem sabe, essas evidências quantitativas sirvam de argumento para a criação de políticas públicas”, disse o pesquisador à Agência Brasil.

São Paulo registra redução de poluição pela metade durante greve dos caminhoneiros

Mais do que simples dados em um estudo, os envolvidos no relatório acreditam que a redução na poluição na cidade de São Paulo pode ter evitado, pelo menos, seis mortes na capital. Só teremos essa resposta mais para frente, com os cálculos prontos”, disse o diretor do IEA-USP.

A instituição também mediu os níveis de poluição na cidade de São Paulo durante outro momento que acabou afetando avida das pessoas: a greve dos metroviários, que aconteceu no mês de maio de 2017. Na ocasião, foi registrado o dobre de poluição na cidade, uma vez que as pessoas acabaram tendo que usar mais carros.