Na hora de trocar de carro, um dos primeiros números que o consumidor escuta do vendedor da concessionária é: "O valor de mercado segundo a Tabela Fipe". Mas afinal, como essa tabela influencia de fato o valor de troca? Por que muitas vezes a oferta feita pela loja é menor do que o valor indicado na Fipe?

Se você está planejando trocar de carro, entender essa relação pode fazer diferença no seu poder de negociação.

O que é considerado no valor de troca?

O valor de troca é o quanto a concessionária está disposta a pagar no seu carro usado, considerando que ela ainda precisará:

  • Revender o veículo
  • Arcar com custos de preparação (higienização, revisões, pequenos reparos)
  • Cobrir os custos operacionais (garantia, estoque, impostos)

Por isso, o valor oferecido ao cliente quase nunca será exatamente o valor da Tabela Fipe.

Como a Tabela Fipe influencia o valor de troca na concessionária

Como a Tabela Fipe entra nessa conta?

A Tabela Fipe funciona como uma referência inicial. Ela define o preço médio de mercado daquele modelo, considerando dados de vendas em todo o Brasil.

As concessionárias usam a Fipe para:

  • Ter uma base segura para começar a avaliação
  • Justificar propostas ao cliente
  • Calcular os limites para financiamento de veículos usados (bancos costumam aceitar no máximo o valor Fipe como garantia)
  • Definir estratégias de precificação de estoque

Exemplo prático:

Se a tabela indica que o seu carro vale R$ 60.000, a concessionária provavelmente fará uma oferta de troca entre R$ 50.000 e R$ 55.000, dependendo das condições do veículo e da negociação.

Fatores que fazem a oferta ser menor que a Tabela Fipe

Além das despesas operacionais da loja, outros pontos influenciam:

  • Conservação do veículo:
    Carros com avarias, alto desgaste ou sem revisões registradas tendem a ter uma desvalorização extra.
  • Demanda local:
    Se o modelo tem baixa saída na região, o valor de troca pode ser ainda menor.
  • Cor e versão:
    Versões ou cores com menor aceitação de mercado podem ter desconto maior.
  • Liquidez:
    Carros com venda mais lenta (como sedãs grandes ou modelos de nicho) também recebem propostas abaixo da Fipe.
  • Ano-modelo:
    Veículos com ano de fabricação mais antigo do que o ano-modelo podem sofrer depreciação maior.

Por que as concessionárias não pagam o valor cheio da Fipe?

A resposta é simples: elas precisam obter margem de lucro na revenda. Além disso, elas assumem o risco de manter o carro em estoque por semanas ou meses até a revenda.

Outro ponto importante é que muitas concessionárias também oferecem vantagens extras na troca, como:

  • Descontos no carro novo
  • Taxas de financiamento reduzidas
  • Bônus de fábrica (em campanhas promocionais)

Esses benefícios podem compensar uma eventual diferença entre o valor da Fipe e o valor da troca.

Loja de Carros

 

Dicas para melhorar a avaliação na troca

  1. Apresente o carro em boas condições:
    Lavagem, polimento e pequenos reparos podem valorizar a oferta.
  2. Tenha o histórico de manutenção em dia:
    Isso aumenta a confiança da loja na qualidade do veículo.
  3. Pesquise os preços praticados no mercado:
    Consulte outros lojistas e plataformas como o Salão do Carro antes de negociar.
  4. Negocie o valor da troca junto com o desconto no carro novo:
    Muitos vendedores flexibilizam a proposta para fechar o negócio.

Conclusão

A Tabela Fipe é uma referência fundamental na hora de calcular o valor de troca, mas não é um valor fixo nem garantido. Cada concessionária faz sua própria análise baseada na Fipe, nas condições do veículo e nas realidades do mercado local.

Antes de fechar negócio, informe-se, compare propostas e use a Tabela Fipe como uma aliada na negociação, sempre com consciência de que ela é um ponto de partida – e não o preço final.