Durante muitos anos os parentes de Noriko Uno, que faleceu aos 66 anos de idade, tentaram provar para justiça que ela não poderia ter morrido da forma como morreu. A mulher que era dona de um restaurante de Sushi fazia sempre o mesmo caminho de casa para o trabalho e vice-versa. Sempre foi conhecida por odiar andar em alta velocidade, sempre evitando as vias expressas da cidade de Los Angeles.

Toyota é julgada por acidente fatal envolvendo aceleração involuntária

Durante os quatro anos que teve o seu Toyota Camry ela acabou rodando apenas 16 mil quilômetros. Todos estes argumentos acabaram servindo para embasar um processo, que começou a ser julgado em Los Angeles, envolvendo a morte da dona de casa quando o carro teria acelerado “do nada” a 160 km/h. O veículo que estava sendo conduzido pela senhora acabou batendo em uma árvore e depois em um poste de telefone.

De acordo com o depoimento de pessoas que viram o que aconteceu com esta mulher, houve uma tentativa de frear o veículo, utilizando inclusive o freio de mão na tentativa de impedir que o carro colidisse com outros veículos. “Ela salvou muitas vidas, mesmo sabendo que a sua poderia não ser salva”, declarou o advogado durante um dos milhares de documentos que faz parte do processo.

O caso está sendo julgado na mesma cidade onde o acidente aconteceu, sendo que a previsão para um veredito deve sair em dois meses.

Recall

Toyota será julgadaO problema relacionado a uma possível aceleração involuntária de diversos modelos da montadora acabou gerando um recall que envolveu milhares de carros no mundo todo. Este problema, de acordo com analistas, acabou colocando em cheque a imagem da Toyota, especialmente nos Estados Unidos, onde a empresa está sendo alvo de uma série de processos milionários.

Alguns advogados das pessoas que estão colocando a montadora ná justiça afirma que a Toyota resolveu transformar a segurança em um item opcional em seus carros, economizando dinheiro em investimentos que poderia salvar vidas.

No caso específico da morte de Noriko Uno, a empresa alega que não existia falhas mecânicas no veículo, sendo que a aceleração involuntária teria acontecido por causa de possíveis erros dos condutores.

O caso está sendo considerado muito importante na justiça norte-americana porque o seu resultado deverá decidir também o futuro de outros processos semelhantes que estão sendo movidos contra a empresa, o que é chamado de jurisprudência. Caso a montadora seja culpada, existe uma grande probabilidade que ela também seja condenada nos demais processos que estão sendo movidos.