O caso que ficou conhecido como dieselgate, e que envolve uma série de veículos que foram adulterados para fraudar os dados de emissão de poluentes no mercado mundial, ainda continua repercutindo em diversos locais, inclusive o Brasil. Testes que foram feitos por aqui mostram que mais modelos podem estar diretamente envolvidos no esquema, o que vai de encontro as informações que foram confirmadas no ano passado pela Volkswagen.

Volks pode ter mais carros com software que frauda dados de emissão de poluentes

Os testes que foram feitos eram de responsabilidade da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e foram encomendados pelo Ibama. No relatório final que foi enviado pela Companhia indicam que os modelos novos da picape Amarok também podem acabar emitindo mais gases poluentes do que os modelos realmente informam.

No ano passado, quando a fraude acabou vindo à tona e se tornou pública, a Volks confirmou que, no Brasil, apenas 17 mil modelos antigos da Amarok tinham tido o chip ativado para alterar os dados de emissão de poluentes. O resultado da pesquisa agora vai ser encaminhado para a Diretoria de Proteção Ambiental, que deve decidir ou não sobre uma investigação sobre os modelos mais novos da picape.

Estes mesmos testes acabaram confirmando que os modelos antigos da Amarok estavam com o software ativo e serviu de base para que o Ibama emitisse uma multa para a Volkswagen do Brasil, que chegou aos R$ 50 milhões.

Diferença maior

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Os pesquisadores já desconfiavam que os modelos mais novos da Amarok também estavam tendo os seus dados de emissão de poluentes alterados, mas o que realmente acabou surpreendendo a todos foi o fato de que os modelos mais novos acabaram apresentando uma diferença maior entre os dados divulgados e os obtidos, em relação aos poluentes, do que os modelos que foram confirmados com o dispositivo.

“Baseado nos resultados obtidos há indícios que os veículos Amarok, que devem atender a fase L6 do Proconve, podem estar equipados com algum item de ação indesejável, mas será necessário desenvolver estudos complementares para se estabelecer uma certeza”, diz a Cetesb no relatório.

Por enquanto, a Volkswagen apenas emitiu um comunicado afirmando que está analisando a decisão e que deve se manifestar oportunamente.