Na nova economia, nada mais é deixado ao acaso. Os recursos eletrônicos e a facilidade de transmissão de dados acabam gerando fontes de economia para as empresas impensáveis poucos anos atrás. Caso do sistema de gerenciamento de frota desenvolvido pela Volvo Bus, que permite que um frotista tenha total controle sobre tudo que acontece com cada ônibus e cada motorista o tempo todo. O sistema telemático monitora consumo, emissão de poluentes, horas rodadas, velocidade média, percentual de operação em faixa econômica, em marcha lenta e número de ativações do freio, por exemplo. Além disso, é possível acompanhar a posição do ônibus em tempo real, identificando atrasos, paradas não planejadas e desvios de rotas.

Essa espécie de “grande irmão” se adequa bem à realidade das empresas de ônibus com linhas regulares. Como os trajetos e horários de ônibus são previsíveis, é possível se criar uma “viagem ideal”, onde o motorista vai acelerar, desacelerar, frear e parar na hora exata e com a intensidade perfeita. Esta “viagem ideal” serve de parâmetro para que todos os motoristas da empresa possam ser treinados.

Gerenciador de frota da Volvo Bus

Além de “vigiar” os motoristas, o gerenciador controla também o desgaste de peças e permite que a empresa programe a manutenção dos ônibus para o momento mais conveniente. O serviço oferecido pela Volvo funciona como uma assinatura, em que o frotista paga mensalmente por cada ônibus monitorado e por cada serviço contratado. Os modelos deverão ser a partir da geração que adotou o Euro V, que já saíram de fábrica com a central eletrônica adequada ao gerenciador – é preciso apenas ativar o recurso. Os custos começam em R$ 40 para um serviço e vão a R$ 140 para todos os quatro, que são Relatórios, Eventos, Posição e Perfil de Condução.

Em Relatórios, as informações básicas de consumo e manutenção do veículo são oferecidas ao cliente, mas sem detalhamentos. No Eventos, tudo que acontece com o ônibus é relatado: parou em tal ponto, abriu a porta em outro, etc. Em Posição, o ônibus é monitorado “real time”, nos trajetos em que há comunicação – quando não há, as informações são acumuladas e repassadas quando a conexão é retomada. Por fim, Perfil de Condução descreve todas as manobras do motorista: quanto acelerou, em que velocidade andou, etc. No cruzamento destas informações, o frotista pode definir, por exemplo, em que ponto e com que intensidade o motorista deve frear. 

O sistema já vem sendo implantado no mundo inteiro há pouco mais de três anos e conta com mais de 2.500 veículos monitorados – 500 apenas no Brasil. Uma das empresas que adotou o sistema foi a Expresso Nordeste, do Paraná, que garante obter economia de até 10% no consumo de combustível nos veículos monitorados. Nas contas da própria Volvo, a vantagem é facilmente comprovável. Um ônibus que rode 16 mil km por mês, consuma 3,2 km/l e passe a economizar 3% com o sistema pode reduzir o custo de combustível em torno de R$ 300 em cada ônibus. Mesmo pagando pelo serviço completo, isso significaria uma economia de R$ 2 mil anuais. Isso para cada veículo da frota.


Autor: Eduardo Rocha (Auto Press)
Ilustração: Afonso Fernandes