Todos sabem dos grandes problemas que o excesso de peso que as pessoas podem ter, principalmente relacionado a sua saúde. Muitas doenças acabam tendo as suas potencias chances de surgirem em uma pessoa que está acima do peso. Mas não só estes os problemas que os obesos enfrentam. Foram divulgados recentemente dados que provam que quem está acima do peso tem muito mais chance de morrer durante uma colisão de veículos do que os que estão em dia com a balança.

Obesos correm mais risco de morte em acidentes de carro

A conclusão e os estudos foram feitos por duas respeitadas universidades norte-americanas, da Califórnia e também da Virgínia Ocidental e foi publicado esta semana em um periódico científico. Para chegar a esta conclusão os pesquisadores acabaram se utilizando de dados que estavam disponíveis no sistema norte-americano denominado US Fatality Analysis Reporting System (em português, Sistema de Análise de Fatalidades dos EUA) da National Highway Traffic Safety Administration (Administração Nacional de Segurança de

Trânsito em Estradas). Trata-se de um grande banco de dados onde todas as mortes no trânsito são registradas em detalhes e que servem para subsidiar a tomada de decisão em determinados assuntos de interesse público relacionado ao trânsito.

Nesta análise que foi feita pelas duas universidades foram utilizados os dados entre os anos de 1996 até o ano de 2008. Para caráter de análise foram utilizados colisões entre dois veículos de portes semelhantes (carros, minivans, pick-ups ou utilitários esportivos), nos quais o impacto resultou na morte de um ou ambos os motoristas. A amostra que acabou sendo selecionada para que os estudos fossem viáveis acabaram pegando 3403 pares de motoristas, sendo que um em cada três estavam acima do peso, e um em cada cinco eram obesos.

Resultados

Os resultados que os pesquisadores obtiveram mostram claramente que o risco de morte durante um acidente de carro aumenta junto com o peso do motorista. Para conseguir detalhar melhor a pesquisa os cientistas também acabaram analisando mais especificamente as pessoas que estavam nos diferentes tipos de obesidade, que de acordo com a classificação mundial adotada pela Organização Mundial da Saúde são três níveis, que são calculados em virtude do índice de Massa Corporal.

Assim, motoristas no nível I de obesidade (IMC de 30 a 34,9) apresentam um risco 21% maior de morrer em acidentes de trânsito do que pessoas com peso normal. No nível II (IMC de 35 a 39,9), o risco aumentou em 51% e, no nível III (IMC igual ou maior do que 40), aumentou 80%.

Mulheres

O estudo também fez alguns levantamentos dividindo o grupo entre gêneros masculinos e femininos, e neste caso as mulheres acabam saindo em desvantagem. Elas apresentam um risco maior de se envolver em um acidente fatal do que os homens. No nível I de obesidade, elas apresentaram um risco 34% maior. No nível II, 120% e no III, 95%. A pesquisa também mostrou que homens abaixo do peso ideal também tinham mais chances de morrer em colisões, em comparação àqueles de peso considerado normal.

Conclusões

Juntamente com os dados das pesquisas os cientistas também divulgaram algumas considerações sobre os estudos, e durante este trecho do material que foi divulgado os envolvidos acabaram citando uma outra pesquisa que havia sido realizada no ano de 2009. De acordo com a pesquisa anterior, a metade inferior do corpo de motoristas obesos se projetava mais para frente, para longe do assento, em caso de acidentes, do que a de pessoas com peso normal, mesmo com o cinto de segurança. Isso ocorreria devido ao fato de a camada de gordura, um tecido 'macio', impedir que o cinto fique ajustado próximo à pélvis.

Os pesquisadores também acabaram, com base nestes estudos, dando algumas orientações para as montadoras, mas como esta não foi uma pesquisa oficial solicitada por algum órgão que esteja envolvido no controle de trânsito do País, elas não serão obrigatórias, pelo menos neste primeiro momento. Dentre as ações recomendadas pelo grupo está o início de projetos feitos pensando justamente nas pessoas que forem com o problema de obesidade. "Muitos países desenvolvidos estão vivendo uma epidemia de obesidade. Eles precisam desenvolver sistemas de proteção para corpos maiores. Por exemplo, os 'testes de batida' poderiam ser feitos utilizando bonecos maiores", disse Tom Rice, um dos autores do estudo.