Por AutoPress
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publicado em Testes

A BMW parece mesmo dedicada a preencher todas as lacunas do mercado de luxo. Entre as diversas configurações de carroceria, a marca investe agora nos modelos GT, uma espécie de meio-termo entre sedã e station. O mais recente é o Série 3 GT, que busca a elegância de um três volumes e o espaço de um modelo familiar. Ele tem 11 cm a mais de entre-eixos e é 20 cm mais maior que que o sedã. O Série 3 GT foi lançado na Europa no meio desse ano e começa a ser vendido no mercado brasileiro em apenas duas versões. A mais cara, a 328i GT M Sport, custa R$ 204.950, e a 320i GT Sport, R$ 159 mil. São respectivamente R$ 8 mil e R$ 5 mil mais caras que os sedãs equivalentes. 

Sob o capô, o 328i traz um 2.0 litros biturbo de 245 cv e bons 35,6 kgfm de torque constantes entre 1.250 e 4 mil rotações. O propulsor é capaz de empurrar o GT de zero a 100 km/h em 6,1 segundos e seguir até a velocidade máxima de 250 km/h. Acoplado a ele, sempre a transmissão automática de oito marchas. Para ajudar a domar a cavalaria, há diferentes modos de condução: EcoPro, que busca a máxima economia, Comfort, onde a suspensão fica mais macia, e Sport , quando o câmbio só usa as seis primeiras marchas e todo o conjunto fica mais arisco. Há ainda o modo Sport+, que mantém controles de tração e estabilidade desligados.

Visualmente, o 328i GT chama atenção pelas linhas fluidas e corpulentas. O caimento suave do teto em direção à traseira confere bastante elegância ao conjunto, além de proporcionar uma enorme tampa traseira, que se abre como num hatch. Incorporado a ela, um pequeno spoiler que se ergue assim que o carro ultrapassa os 110 km/h, mas pode se manter aberto permanentemente – para isso há um botão na porta do motorista. A frente é semelhante à do sedã, mas com faróis ligeiramente maiores. Com isso, a grade frontal também é maior. O parachoque tem pequenas diferenças no alojamento dos faróis de neblina. Mas estão lá o longo capô vincado, a silhueta esportiva – acentuada pelas rodas de 19 polegadas do pacote M Sport – e a traseira volumosa. O resultado é bastante refinado. 

O interior traz diversas comodidades já comuns a outros modelos da marca e esperados de um carro de mais de R$ 200 mil. O revestimento é sempre em couro e os dois bancos da frente têm ajustes elétricos – com memória para o do motorista. Quem vai ao volante ainda dispõe de head-up display e ajuste elétrico das abas laterais do banco. O iDrive é bem completo, com GPS, conectividade Bluetooth para celulares e entradas USB e auxiliar para o som. Ele também controla várias configurações do carro e exibe imagens da câmera de ré e das laterais – são quatro câmaras para ajudar a estacionar, além de duas outras situadas nos arcos de roda dianteiros, que dão visão perpendicular ao carro, para cruzar uma rua ou sair da garagem. O pacote ainda inclui monitor de faixa de rolagem, de ponto-cego e alerta de colisão dianteiro. 

A ideia da BMW com o carro é oferecer mais espaço e praticidade para passageiros junto a um visual mais interessante. Segundo a marca, as medidas internas superam as traseiras do sedã Série 5 e se aproximam até do topo Série 7, graças ao esticamento da plataforma do Série 3 sedã. No Brasil, o modelo tem a concorrência direta do Audi A5 Sportback, cuja configuração topo – a Ambition 2.0 TFSI com 225 cv e tração Quattro – custa R$ 226.300 mil quando equipado com opcionais importantes como o sistema de navegação, indisponível no modelo básico. É uma briga com estilo.

Ponto a ponto

Desempenho – Os 245 cv do 2.0 litros biturbo empurram o 328i GT com facilidade. A aceleração de zero a 100km/h em 6,1 segundos e a máxima de 250 km/h, limitada eletronicamente, expressa o poderio do quatro cilindros. O câmbio automático funciona muito bem e contribui para a boa performance do conjunto. Nota 9.

Estabilidade – Apesar de relativamente grande, o Série 3 GT é bem plantado no chão. A carroceria oscila muito pouco e as reações ao volante são rápidas. As transferências de peso são absolutamente controladas e o comportamento é bastante neutro. Nota 10.

Interatividade – A lista de equipamentos do 328i GT é extensa, mas os comandos têm uso descomplicado. Apenas o iDrive, que controla o sistema multimídia, demanda um certo aprendizado na configuração. Em volta do botão giratório do console há atalhos rápidos para funções importantes, como som, telefone e GPS. O sistema keyless para partida e destravamento portas facilita bastante. Nota 10.

Consumo – O InMetro não testou nenhuma unidade do BMW 328i GT. No entanto, o computador de bordo acusou 4,7 km/l de gasolina em circuito urbano. Nota 5.

Conforto – O entre-eixos alongado amplia o conforto interno e os bancos em couro têm estofo firme – o que vocaciona o carro para longas viagens. O isolamento acústico deixa de fora boa parte do ruído e quase nem se nota o funcionamento do motor, mas o barulho de rolagem de pneus se faz presente em velocidades de estrada. Nota 8.

Tecnologia – O GT é recente – foi lançado em junho – e é dotado de boa parte do arsenal tecnológico da BMW, como alerta de mudança de faixa e de colisão. O conjunto motor/câmbio também é bastante moderno. Mas a BMW resiste à tecnologia touch. Prefere o sistema iDrive, similar a um mouse. Nota 9.

Habitabilidade – A enorme tampa do porta-malas do GT ajuda na colocação de bagagens maiores, mas o caimento do teto dificulta a visão traseira – problema que as câmaras periféricas resolvem. Na frente, há nichos no console nas portas e sob o descanso de braço. Nota 8.

Acabamento – No padrão da marca, o 328i GT é bem acabado, com excelente montagem e materiais de qualidade. Nota 9.

Design – O visual do GT é um tanto controverso. A polêmica é sempre em função do volume traseiro. As linhas, porém, conservam elegância e sobriedade comuns a praticamente todos os BMW. Nota 8.

Custo/benefício – Por R$ 8 mil a mais que o sedã equivalente, a 328i GT oferece espaço interno e versatilidade. Os R$ 204.950 pedidos pela BMW são condizentes com o nível de qualidade entregue pelo carro. A Audi até oferece o A5 Sportback por menos – R$ 185.800 –, mas cobra à parte por equipamentos que vêm de série no GT e acaba mais caro. Nota 6.

Total – A BMW 328i GT somou 82 pontos em 100 possíveis.

Impressões ao dirigir

Por si só, o visual diferente do Série 3 GT já chama atenção para o carro. A traseira caída tem traços elegantes, ainda que as proporções sejam, à primeira vista, um tanto “esquisitas”. No entanto, as qualidades do modelo aparecem mesmo logo ao abrir a porta – traseira, no caso. Os 11 cm a mais na distância entre-eixos abrem bastante espaço no banco de trás, bem mais amplo que no sedã. O três volumes não é exatamente apertado, mas a área extra no GT é bastante perceptível. Além disso, mesmo com uma linha externa acentuada, a parte de trás acomoda bem adultos sem grandes apertos e ainda permite a abertura da tampa do porta-malas por inteiro, como em um hatch. A área para bagagens é generosa e torna o modelo quase tão versátil quando uma station wagon tradicional. 

Mas os predicados do GT vão além dos métricos. O 2.0 biturbo rende ótimos 245 cv e 35,6 kgfm de torque a baixíssimas 1.250 rotações e faz dele um carro bem esperto. O câmbio automático de oito marchas trabalha de forma sutil e aproveita bem a força do propulsor. As trocas são muito suaves e a transmissão parece estar sempre na marcha certa. O volante tem peso correto – somente no modo Sport+ fica um tanto pesado – e o acerto dinâmico é muito bom.

De resto, ele traz um bom arsenal tecnológico de segurança e conveniência para os ocupantes. O GPS é fácil de usar e mostra gráficos em 3D, ainda que precise ter os endereços inseridos através do botão giratório que controla o iDrive. Mas uma vez feito o trabalho “braçal”, o sistema funciona bem. O monitor de faixa de rolagem funciona a partir dos 70 km/h e vibra levemente o volante se o motorista mudar de faixa sem sinalizar, num aviso notável mas muito pouco incômodo. O senão vai o barulho dos pneus no asfalto, que entram na cabine sem cerimônia.

Ficha técnica

BMW 328i GT M Sport

Motor: A gasolina, dianteiro, longitudinal, 1.997 cm³, biturbo, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e sistema de abertura variável de válvulas. Injeção direta de combustível e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio automático com oito marchas à frente e uma a ré. Tração traseira. Oferece controle de tração.
Potência máxima:  245 cv entre 5 mil e 6.500 rpm.
Aceleração de 0 a 100 km/h: 6,1 segundos.
Velocidade máxima: 250 km/h.
Torque máximo: 35,6 kgfm entre 1.250 e 4.800 rpm.
Diâmetro e curso: 90,1 mm X 84,0 mm. Taxa de compressão: 10,0:1.
Suspensão: Dianteira independente em alumínio do tipo double wishbone e amortecedores a gás. Traseiro tipo five-link e amortecedores a gás. Barras estabilizadoras na frente e atrás. Oferece controle eletrônico de estabilidade.
Pneus: 225/45 R19 na frente e 255/40 R19 atrás.
Freios:  Discos ventilados na frente e sólidos atrás. ABS, EBD, assistente de frenagem de emergência e controle de frenagem em curvas.
Carroceria: Crossover em monobloco, com quatro portas e cinco lugares. Com 4,82 metros de comprimento, 1,83 m de largura, 1,48 m de altura e 2,92 m de distância entre-eixos. Airbags frontais, laterais, para os joelhos dos ocupantes dianteiros e do tipo cortina.
Peso: 1.670 kg.
Capacidade do porta-malas: 520 litros.
Tanque de combustível: 60 litros.
Produção: Munique, Alemanha.
Lançamento mundial: 2013.
Itens de série: Ar-condicionado automático de duas zonas, direção elétrica, ABS com EBD, airbags frontais, laterais, de cortina e de joelho para os ocupantes dianteiros, controle de estabilidade e tração, controlador de velocidade de cruzeiro adaptativo, Dynamic Drive, sistema de entretenimento com GPS e tela de 8,8 polegadas, aplique de alumínio no painel, bancos em couro, teto solar panorâmico, faróis bixenônio direcionais, luzes de neblina dianteiras e traseira, head-up display, três camâras de estacionamento e sistema de auxílio de mudança de faixa.
Preço: R$ 204.950.

Autor: Igor Macário (Auto Press)
Fotos: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias

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