Por AutoPress

publicado em Testes

Quando a Chevrolet lançou o Agile em 2009, a intenção era entrar no segmento dos “high roof”, hatches compactos com teto elevado,de maior espaço interno, onde estava Volkswagen Fox e Renault Sandero. Funcionou: o modelo conseguiu um bom patamar de 6 mil vendas mensais – praticamente toda a produção da fábrica de Rosário, na Argentina. O tempo passou, o Agile perdeu o frescor e a Chevrolet tem em seu estande o atraente Onix. Para sacudir o modelo, hoje estacionado em cerca de 3.500 carros por mês, a Chevrolet promove sua primeira reestilização. A proposta não foi reinventar o Agile, mas apenas dar um novo argumento para manter o atual desempenho no mercado. Nesse sentido, sai de cena a versão mais básica LT e todo o esforço foi concentrado na topo LTZ, recheada de equipamentos. Além disso, criou a Effect, uma série especial com proposta esportiva e visual mais jovem. Tudo para deixar o Agile com um ar mais premium e sobreviver ao “fogo amigo”.

As mudanças visuais integram melhor o Agile à identidade da marca. Ele perdeu os exagerados faróis a grade dianteira ficou mais proporcional, com o emblema da gravata maior. As luzes de neblina estão maiores e há uma faixa preta – como um “borrachão” – atravéssando o parachoque. A função é justamente proteger contra impactos e arranhões leves. O perfil continua o mesmo, com o controverso prolongamento da janela lateral traseira em preto brilhante na última coluna. As rodas maiores, de 16 polegadas, e desenho bonito, dão vigor ao ar comportado do hatch. Atrás, apenas um parachoque mais envolvente completa o pacote. No Agile Effect, o teto vem pintado em preto e a carroceria apenas em dois tons, branco ou vermelho. Nas laterais e capô, faixas decorativas e adesivos identificam a versão, que também tem as rodas pintadas de preto. Os adornos acabam adicionando R$ 1.950 ao preço.

Na parte mecânica, o câmbio do Agile foi revisto, com novos sincronizadores para melhorar os engates – isso tanto para a versão manual, quanto para a automatizada Easytronic. Também reescalonou as marchas e adotou uma relação final mais longa, para compensar o conjunto de rodas maior. O sistema também foi atualizado, para uma adaptação mais rápida às demandas do motorista e passou a contar com bem-vindas espátulas atrás do volante para as trocas manuais.

Por dentro, as mudanças se restringem ao volante. Além de um novo desenho – parecido com o do Onix –, ele passa a ser multifuncional, com comandos de som e controlador de velocidade de cruzeiro. Os instrumentos ganharam uma grafia nova, mas seguem com os ponteiros que se movimentam em direções opostas. Nas alterações, ficou fora o MyLink. Segundo a GM, seria necessário não apenas uma reformulação no painel, mas refazer a arquitetura eletrônica do carro para suportar o equipamento – o que teria invibializado economicamente a mudança. Por outro lado, itens como ar-condicionado, direção hidráulica, vidros, travas e retrovisores elétricos e rádio CD/MP3/USB/Bluetooth são de série. 

A GM espera que as novidades sejam capazes de, no mínimo, manter o atual patamar de vendas. Ao preço de R$ 42.990 para o LTZ manual e R$ 45.490 para o Easytronic, ele está bem no miolo dos compactos, quando equipados à altura. O problema é que se aproxima do valor pedido por um Onix LTZ com câmbio automático tradicional – mais caro que o sistema automatizado – que sai a R$ 47.690. Na balança, uma diferença de pouco mais de R$ 2 mil contra o projeto mais moderno do Onix. Em relação aos rivais, um Volkswagen Fox 1.6 I-Motion equivalente sai por cerca de R$ 46 mil, enquanto um Renault Sandero Automatique encosta nos R$ 47 mil, quando equipado com o sistema de navegação com GPS e tela sensível ao toque. Estão todos no bolo.

Primeiras impressões

Indaiatuba/SP – As mudanças no visual fizeram bem ao Agile. Os faróis mais estreitos compõem melhor a frente, que também ostenta uma grade ligeiramente menor. As luzes de neblina na parte baixa do parachoque cresceram e ajudam a equilibrar um pouco as proporções. Atrás, a não ser pelo parachoque mais bojudo com pequenos refletores, tudo igual. O perfil continua o mesmo, comportado, ainda que para 2014 o Agile tenha ganho novas rodas de liga-leve em 16 polegadas, que dão um tom mais elegante à versão LTZ.

O interior também continua o mesmo, mas as aletas para mudanças manuais no câmbio automatizado e o novo volante tem comandos do som ajudam bastante a convivência com o carro. O primeiro compensa a alavanca muito pequena e o volante multifuncional minimiza a má localização dos comando do rádio, muito baixos. Além disso, tem boa pegada e descomplica o uso do controlador de velocidade de cruzeiro, agora com botões específicos.

A nova caixa de câmbio deu ao hatch saídas mais “espertas”, com um escalonamento mais aberto. A primeira marcha ficou mais curta, enquanto as últimas estão mais longas, para rotações menores em velocidade de cruzeiro. Os engates estão ligeiramente mais firmes e secos, mas a alavanca merecia um trambulador mais justo – há uma “folga” excessiva que diminui a precisão e dificulta uma tocada mais entusiasmada. No entanto, em ritmos mais amenos, o modelo entrega relativa suavidade de funcionamento e ruído interno controlado até a casa dos 100 km/h. A suspensão dá conta do recado e, mesmo com as rodas maiores, filtra bem as imperfeições do asfalto – como as da pista de durabilidade do Campo de Provas da GM de Cruz Alta. Mas cobra seu preço ao deixar a carroceria rolar um pouco demais em curvas mais fechadas. 

O motor 1.4 não faz milagres e dá ao Agile um desempenho apenas compatível com a proposta. O propulsor entrega bom torque em rotações mais baixas, mas é áspero e pouco brilhante quando exigido ao máximo. Pelo menos, é bem casado com a transmissão. O também modernizado câmbio automatizado Easytronic funciona bem no Agile. É claro que as trocas são bastante perceptíveis – inerentes ao sistema com embreagem única –, mas entende rápido os chamados do pé direito, tanto para trocas ascendentes, quanto para descendentes. E faz o trabalho com relativa competência.

Ficha técnica - Chevrolet Agile LTZ

Motor: Etanol e gasolina, dianteiro, transversal, 1.389 cm³, quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro e comando simples de válvulas no cabeçote. Injeção eletrônica multiponto sequencial e acelerador eletrônico.

Transmissão: Câmbio manual de cinco velocidades à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle eletrônico de tração.

Potência máxima: 97 cv com gasolina e 102 cv com etanol a 6 mil rpm.

Aceleração 0-100 km/h: 10,9 s.

Velocidade máxima: 177 km/h.

Torque máximo: 13,2 kgfm com gasolina e 13,5 kgfm com etanol a 3.200 rpm.

Diâmetro e curso: 77,6 mm x 73,4 mm. Taxa de compressão: 12,4:1.

Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com braços triangulares transversais, molas helicoidais, amortecedores telescópicos hidráulicos e barra estabilizadora. Traseira interdependente, com braços longitudinais, molas helicoidais e amortecedores telescópicos hidráulicos. Não oferece controle eletrônico de estabilidade.

Pneus: 195/50 R16.

Freios: Discos ventilados na frente e tambor atrás. 

Carroceria: Hatch compacto em monobloco, com quatro portas e cinco lugares. Com 4,06 metros de comprimento, 1,68 m de largura, 1,54 m de altura e 2,54 m de entre-eixos. Oferece airbag duplo de série.

Peso: 1.076 kg.

Capacidade do porta-malas: 327 litros.

Tanque de combustível: 54 litros.

Produção: Rosário, Argentina

Lançamento no Brasil: 2011. Reestilização: 2013.

Itens de série

Versão LTZ: Airbag duplo, desembaçador traseiro, ABS, BAS, EBD, sensor de luminosidade, faróis de neblina, trio elétrico, computador de bordo, ar-condicionado com visor digital, coluna de direção com regulagem em altura, direção hidráulica, rádio/CD/MP3/USB/Aux/Bluetooth e bancos do motorista com regulagem de altura, volante multifuncional. Preço: R$ 42.990.

Versão LTZ Easytronic adiciona: Câmbio automatizado Easytronic. Preço: R$ 45.490.

Versões Effect adicionam: Saias laterais, teto pintado em preto, spoilers dianteiro e traseiro e adesivos decorativos por mais R$ 1.950.

Igor Macário (Auto Press)
Fotos: Igor Macário/Carta Z Notícias

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