O Chevrolet Camaro é aquele modelo chamado de “carro de imagem” no mercado brasileiro. Desde que desembarcou no país em 2010, tem função de agregar uma certa sofisticação à generalista marca norte-americana por aqui. Como se não bastasse o poderoso cupê, a ideia de requinte da fabricante foi reforçada em julho do ano passado, quando a General Motors resolveu importar também a versão conversível do esportivo. Batizada de Sunrise – “nascer do sol”, em inglês –, o modelo se tornou o mais caro da marca no Brasil, ao atingir o preço de R$ 245.550. São quase R$ 18 mil a mais que a versão fechada. Porém, o valor alto não afugentou alguns compradores. O Camaro Sunrise atualmente responde por 20% dos exemplares emplacados. Em 2014, com a queda geral no mercado automotivo, toda gama Camaro registrou 703 unidades – longe dos mil carros anuais de 2013. Entre julho e dezembro – meses de venda do conversível –, 265 automóveis foram vendidos. Ou seja, pouco mais de 50 unidades da versão Sunrise circulam em território nacional.

Frente imponente do Camaro
Frente imponente do Camaro / Créditos: Reprodução

O que mais chama a atenção é, definitivamente, a retrátil capota. Ela é de lona e chamada de “Twillfast”. Traz uma espuma acústica e vidro traseiro térmico, que, além de mais durável, mantém o nível de ruído e as dimensões internas próximas ao do cupê. A cobertura foi desenvolvida em parceria com a fabricante que fornece a peça para o lendário Corvette. Em ambos, o funcionamento do teto removível é parecido. No Camaro, ao toque de um botão, os vidros abaixam e a capota se dobra em um padrão “Z”, e o processo dura cerca de 20 segundos. Por motivos de segurança, antes do acionamento elétrico, há uma “escotilha” que serve como trava. Ela precisa ser manualmente manuseada. A operação da ainda exige que o veículo esteja parado, com a alavanca da transmissão na posição “Parking” – P. A versão ainda se diferencia pela antena “tubarão” sobre a tampa do porta-malas.

Visão lateral do esportivo conversível
Visão lateral do esportivo conversível / Créditos: Reprodução

Mas para desfilar todo charme pelas ruas, o Camaro Sunrise passou pelas mãos dos engenheiros da General Motors. Como todo carro conversível, o cupê traz reforços na estrutura – tanto na dianteira quanto na traseira – para suprir a ausência do teto e das colunas centrais. A medida visa também garantir a rigidez necessária para um melhor equilíbrio dinâmico nas curvas e também nas retas. E também igualar ao máximo o comportamento dinâmico a configuração fechada. A sensação de segurança ainda é fortalecida pelos controles de tração e estabilidade, além do diferencial com escorregamento limitado.

Sensação de dirigir com a capota aberta
Sensação de dirigir com a capota aberta / Créditos: Reprodução

Todas as modificações empregadas e as ajudas eletrônicas contribuem para explorar com maior segurança tudo aquilo que o modelo tem a oferecer. E no Camaro Sunrise não é pouco. São 406 cv a 5.900 rpm e 56,7 kgfm de torque a 4.600 rpm extraídos do V8 6.2 litros. O trem de força ainda traz uma transmissão automática de seis marchas. O conjunto cumpre o zero a 100 km/h em 5,6 segundos. São 0,8 segundo a mais que a configuração cupê – que precisa de 4,8 segundos. A explicação pode ser a “massa”. Com a “tonificação” da estrutra, o conversível “engordou” e tem 126 kg a mais que o modelo fechado.

Interior do SS mantém originalidade do Camaro
Interior do SS mantém originalidade do Camaro / Créditos: Reprodução

Impressões ao dirigir

Quem dirige um Chevrolet Camaro amarelo fica doce, diz a canção da dupla sertaneja Munhoz & Mariano. Nesse caso, na versão conversível, o motorista se tornaria diabético. O resultado da combinação do esportivo com a chamativa cor e ainda por cima em versão cabriolet é um só: ser o centro das atenções por onde passa. Ao abaixar a capota, é difícil achar um vivente que não seja hipnotizado pelo “bólido”. As linhas musculosas do cupê aliadas ao “ar livre” formam uma perfeita receita para quem gosta de aparecer.

Capota de lona no Camaro SS
Capota de lona no Camaro SS / Créditos: Reprodução

E o mecanismo para destilar toda essa sedução é um pouco rústico, mas simples. Antes de acionar o botão que rebate a capota eletricamente, o condutor precisa destravar uma alça de segurança. A partir daí, o pequenos vidros traseiros abaixam e a sensação de liberdade demora 20 segundos para aparecer. Outro fator que chama atenção no Camaro Sunrise é o “motorzão”. O propulsor “rosna” alto quando o pedal da direita é provocado. O câmbio automático de seis marchas tem uma relação amistosa com o V8 de 6.2 litros com trocas ágeis e um suave tranco.

Chevrolet Camaro Sunrise
Chevrolet Camaro Sunrise / Créditos: Reprodução

Dinamicamente, o Camaro Sunrise traz uma vantagem em relação a versão fechada. Apesar dos reforços estruturais, o modelo não é tão “duro” quanto o cupê. Mas não se deve esperar um carro macio. Longe disso. Na primeira ondulação do aslfato, o “pony car” mostra sua brutalidade e continua castigar a coluna de quem vai dentro com o conjunto suspensivo rígido. Além das rodas de 20 polegadas calçadas com pneus de perfil baixo também não colaborarem. Em contrapartida, o Camaro Sunrise mantém um ótimo equilíbrio em curvas mais sinuosas e permite o motorista acelerar com segurança para curtir ainda mais o vento no rosto.

Chevrolet Camaro Sunrise
Chevrolet Camaro Sunrise / Créditos: Reprodução

Ficha técnica

Chevrolet Camaro Sunrise

Motor: A gasolina, dianteiro, longitudinal, 6.162 cm³, com oito cilindros em “V”, duas válvulas por cilindro e comando simples de válvulas. Acelerador eletrônico e sistema de gerenciamento de combustível, que desliga entre um a quatro cilindros.
Transmissão: Câmbio aumotático com modo manual sequencial de seis marchas à frente e uma a ré. Tração traseira. Oferece controle de tração e diferencial traseiro com escorregamento limitado.
Potência máxima: 406 cv a 5.900 rpm.
Torque máximo: 56,7 kgfm a 4.600 rpm.
Aceleração de zero a 100 km/h: 5,6 segundos.
Diâmetro e curso: 103,2 mm X 92 mm.
Taxa de compressão: 10,8:1.
Suspensão: Dianteira do tipo multilink com rodas independentes, subchassi e barras estabilizadoras superior e inferior. Traseira do tipo multilink com barra estabilizadora. Oferece controle de estabilidade.
Freios: Discos ventilados na dianteira e na traseira. ABS de série.
Pneus: 245/45 R20 na dianteira e 275/40 R20 na traseira.
Carroceria: Conversível em monobloco com duas portas e quatro lugares. Medidas: 4,83 metros de comprimento, 2,08 m de largura, 1,37 m de altura e 2,85 m de distância entre-eixos. Airbags frontais e laterais.
Peso: 1.867 kg.
Capacidade do porta-malas: 290 litros com a capota fechada e 222 litros com a capota recolhida.
Tanque de combustível: 71 litros.
Lançamento mundial: 2011, com face-lift em 2014.
Lançamento no Brasil: 2014
Produção: Oshawa, Canadá.
Equipamentos de série: Sistema central de travas elétricas e alarme antifurto acionado por controle remoto na chave, trio elétrico, faróis de neblina no para-choque dianteiro,  freios de alta performance Brembo com 4 pistões nas 4 rodas, sistema de proteção contra descarga da bateria, sistema de monitoramento de pressão dos pneus, sistema de fixação de cadeiras para crianças Isofix, central multimídia com tela LCD de 7 polegadas sensível ao toque com sistema de som, navegador e GPS integrados reconhecimento de voz em português, câmera de ré, antena tipo barbatana de tubarão, revestimento em couro, bancos dianteiros com ajustes elétricos, abertura do porta-malas por controle remoto na chave e coluna de direção regulável em altura e profundidade, computador de bordo, controle de cruzeiro, volante multifuncional, direção elétrica, retrovisor interno eletrocrômico, retrovisores externos elétricos com aquecimento e eletrocrômico do lado motorista, faróis halógenos, sensor de luminosidade, head up display e sensor de estacionamento traseiro.
Preço: R$ 245.550.

O conhecido motor de 406cv
O conhecido motor de 406cv / Créditos: Reprodução


Autor: Raphael Panaro (Auto Press)
Fotos: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias