A Fiat é autoridade quando o assunto é o segmento de comerciais leves. A marca italiana lidera o setor de picapes compactas há 14 anos com a Strada. Já no de furgões, quem dá as cartas há 23 anos é a Fiorino. Criado em 1980, o modelo registra mais de um milhão de unidades produzidas. Em 2013, reinou absoluta entre os furgões pequenos com média de pouco mais de mil emplacamentos/mês. E em dezembro do último ano, a Fiat foi obrigada a renovar sua oferta devido a obrigatoriedade de airbag duplo e freios ABS, que retirou de linha o velho Mille – até então modelo-base da Fiorino. A renovação forçada criou a terceira geração do utilitário, que usou o novo Uno como base. E pelos números obtidos neste início de comercialização, o caminho parece apontar para mais alguns anos na liderança. Em janeiro, a nova Fiorino abocanhou quase 65% do share do segmento, com 1.458 licenciamentos. Nem o acréscimo de preço na virada do ano, quando o modelo passou dos iniciais R$ 38.540 para R$ 39.820, inibiu as vendas. Nas primeiras três semanas de fevereiro, mais de 1.500 unidades foram comercializadas.
Visualmente, a nova Fiorino lembra dois carros da Fiat. O modelo recebeu um desenho com linhas mais fluidas e arredondadas, similares às do novo Uno. Atrás, o baú compartilha as lanternas da Dòblo. Com a nova base, as dimensões foram alteradas. Ficou 200 mm mais comprido, 21 mm mais largo e 27 mm mais alto, com um entre-eixos 140 mm maior. O aumento de tamanho e a nova suspensão permitiram crescer a capacidade de carga para os 650 kg – contra 620 kg anteriores. O novo design retirou 100 litros da capacidade volumétrica do compartimento de carga, que caiu para 3.100 litros. A nova Fiorino aguenta mais peso mas oferece um volume ligeiramente menor.
Para executar o trabalho do dia a dia com facilidade, as portas do compartimento de carga assimétricas têm abertura de 180° e em dois estágios. Em uma primeira fase, ficam travadas quando formam um ângulo de 90º em relação à carroceria. Depois de destravadas, podem ser abertas totalmente. Já a maçaneta da porta foi posicionada verticalmente para uma melhor manuseio. A marca italiana ainda oferece – como opcional – portas traseiras envidraçadas. Os volumes transportados na nova Fiorino também ganharam atenção especial. De série, o veículo vem com forração integral do assoalho de vão de carga, recobrimentos laterais parciais de plástico, luz do vão de carga com três posições de funcionamento e ganchos para a fixação.
E a similaridade com o novo Uno não para no visual. A Fiorino também ganhou o “coração” do carrinho de entrada da Fiat. Trata-se do motor 1.4 Evo, que substitui o anterior 1.3 litro flex de 70/71 cv e 11,4/11,6 kgfm de torque. Agora, o propulsor bicombustível é capaz de produzir 85 cv a 5.500 rpm e 12,4 kgfm a 2.500 giros com gasolina e 88 cv/12,5 kgfm com etanol no tanque. O gerenciamento da potência é sempre feito pela transmissão manual de cinco velocidades. Com o design projetado pelo Centro de Estilo Fiat no Brasil, que obedece o conceito Round Square usado no novo Uno, e ainda aliado ao novo motor 1.4, a nova Fiorino garantiu a nota “A” na categoria e “B” no geral no Programa de Etiquetagem Veicular do InMetro. O furgão apontou médias de 7,5 km/l na cidade e 8,4 km/l na estrada com etanol. Com gasolina os números foram 11 km/l e 12,2 km/l na cidade e na estrada, respectivamente.
Impressões ao dirigir
Como já diz a música criada pelo sertanejo Gabriel Gava “, ...de Land Rover é facil, é mole, é lindo, quero ver jogar a gata no fundo da Fiorino”. Essa não é uma tarefa simples, mas também não é o propósito para o qual a Fiorino foi criada há 34 anos – apesar do bom espaço no baú. Veículos feitos essencialmente para o trabalho pesado, geralmente, trazem a maior simplicidade possível. E a nova Fiorino não foge à regra. Tudo é muito básico e funcional – e não impressiona ninguém. Mesmo no caso da versão testada, equipada com tudo que a Fiorino tem a oferecer – o que não inclui um retrovisor interno, já que o modelo tem visão traseira nula. A não ser por isso, a sensação é de estar em um Uno: painel, botões e instrumentos são do modelo-base.
A Fiorino não traz equipamentos de conforto de série. Mas a carga é bem tratada. Há forração no assoalho e luz em três posições na área de carga, recobrimentos laterais parciais de plástico e ganchos para a fixação. Comodidades para quem vai passar boa parte do seu dia dentro do do carro, como ar-condicionado, direção hidráulica, vidros e travas elétricas, computador de bordo, rádio com MP3, sensor de estacionamento e volante com regulagem de altura são opcionais – a versão testada incluía todos. Já o motor 1.4 litro não teve grandes problemas para movimentar o furgão, mas às vezes acusa o peso – tem 168 kg a mais que o Uno 1.4. Nas retomadas é preciso recorrer ao câmbio muitas vezes. A suspensão dianteira é correta e a traseira, mesmo com feixes de molas – derivada da Strada –, preserva o conteúdo da Fiorino.
Ficha técnica
Fiat Fiorino 1.4
Motor | A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.368 cm³, com quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica |
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Transmissão | Câmbio manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira |
Potência | 85/88 cv com gasolina e etanol a 5.750 mil rpm |
Aceleração 0-100 km/h | 12,4/11,9 s com gasolina e etanol |
Máxima | 157/158 km/h com gasolina e etanol |
Torque máximo | 12,4 kgfm/12,5 kgfm com gasolina e etanol a 3.500 rpm |
Diâmetro e curso | 72,0 mm X 84,0 mm |
Taxa de compressão | 12,3:1 |
Transmissão | Câmbio manual com cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle de tração |
Suspensão | Dianteira do tipo McPherson com braços oscilantes inferiores transversais e barra estabilizadora. Traseira com mola parabólica longitudinal e eixo rígido tipo Ômega |
Freios | Discos na frente e tambor atrás com ABS |
Carroceria | Furgão em monobloco com duas portas e dois lugares. Com 4,38 metros de comprimento, 1,64 m de largura, 1,90 m de altura e 2,71 m de distância entre-eixos. Tem airbag duplo |
Peso | 1.118 kg |
Pneus | 175/70 R14 |
Capacidade do baú | 3.100 litros |
Capacidade de carga | 650 kg |
Tanque de combustível | 58 litros |
Produção | Betim, Minas Gerais |
Itens de série | Ganchos de fixação de carga, porta-objetos no teto, iluminação e cobertura do assoalho do compartimento de carga |
Preço básico | R$ 39.820 |
Opcionais | Ar-condicionado, direção hidráulica, vidros e travas elétricas, computador de bordo, calotas, faróis de neblina, conta-giros, banco do motorista com regulagem de altura, portas traseiras com vidros, retrovisores externos com comando interno, sensores de estacionamento, rádio USB/MP3, parachoques na cor do carro, volante com regulagem de altura e pintura metálica |
Preço completo | R$ 44.684 |
Autor: Raphael Panaro (Auto Press)
Fotos: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias
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