Produzido no México, o Kia Rio já chegou à Argentina e a expectativa é de que chegue às lojas brasileiras da marca coreana apenas no segundo semestre deste ano. Em sua quarta geração, apresentada no Salão de Paris, em 2016, o hatch até já foi flagrado no território brasileiro – inclusive em sessão de fotos para divulgação, na cidade do Rio de Janeiro, pela equipe de “Auto Press”. Neste momento, a chegada do Rio é providencial, pois ele só consegue brigar entre compactos mais sofisticados e mais caros. E é um subsegmento que tem se mostrado promissor. Casos das versões superiores de Fiat Argo e Hyundai HB20, além de Ford Fiesta e Volkswagen Polo, que atuam na faixa de preço mais alta entre os compactos.
A quarta geração do Kia Rio tem uma frente agressiva, mas que destaca um capô quase plano, com os volumes do modelo bem enfatizados. Para-choque, faróis, e grade são novos. O resto da silhueta é destacado pelo uso de linhas retas e um espesso pilar traseiro, que até transmite uma imagem mais alinhada com a ideia de solidez dos modelos alemães do que com o dinamismo característico dos carros coreanos.
Para essa nova geração, o Kia Rio usa um motor 1.6 litros 16V de 4 cilindros, que oferece 123 cv no México e torque máximo de 15,4 kgfm disponíveis em 4.850 rpm. Na prática, trata-se do trem de força 1.6 disponível no Hyundai HB20 no Brasil, carro com o qual o Rio compartilha alguns elementos da plataforma. No mercado brasileiro, esse propulsor é flex, chega aos 128 cv e 16,5 kgfm de potência e torque máximos, com transmissão manual ou automática de seis velocidades, mesmas opções de câmbio do modelo vendido no México.
As medidas são superiores às do Hyundai HB20. São 4,06 metros de comprimento, 14 cm a mais que o modelo já vendido no Brasil. A largura também é maior: são 4 cm a mais, totalizando 1,72 m. O entre-eixos fica em 2,58 m e o porta-malas recebe 325 litros. Na carroceria sedã, que também é esperada para o Brasil, o comprimento chega a 4,40 m e o porta-malas abriga bons 500 litros de capacidade.
Em termos de segurança, destaca-se a adoção de freio a disco nas quatro rodas. Porém, apenas a versão mais cara do hatch recebe controle eletrônico de estabilidade e tração e seis airbags. Já em relação ao equipamento de som e entretenimento, aparece uma tela sensível ao toque de 7 polegadas com conectividade com Android Auto e Apple CarPlay. Há também sensores de estacionamento traseiros e câmara de ré.
No México, os preços vão dos 241.900 pesos pedidos pela variante de entrada aos 309.900 pesos cobrados pela mais cara. Na conversão direta, a conta dá algo em torno de R$ 44.500 e R$ 57 mil. No Brasil, no entanto, a configuração mais cara, com transmissão automática, deve superar os R$ 70 mil.
Primeiras impressões
Belo pacote
Cidade do México/México – Por dentro, o Kia Rio traz bastante plástico, mas sempre em boa qualidade. O toque não é lá tão suave, mas tudo é bem montado, sem falhas aparentes. O espaço para os passageiros é amplo, com boa área atrás para as pernas, a cabeça e os ombros. Sobre a direção, é suave, confortável e dinâmica. Firme quando precisa ser e bem leve para as manobras de estacionamento. A suspensão ficou mais dócil ao lidar com as oscilações do solo e a caixa manual de seis marchas presente na unidade testada tem engates precisos.
O conforto a bordo também se mantém no que diz respeito ao isolamento acústico mesmo em alta velocidade. Ruídos de vento não aparecem e, no rodar, por mais que demore um pouquinho até que o carro realmente ganhe vigor, ele se mostra bastante ágil e leve em seguida. O trabalho dos freios é excelente, seus quatro discos respondem com pressa às ordens dadas através do pedal do meio – cujo curso é curto.
O Kia Rio se mostra um hatch com boa qualidade de fabricação e manuseio agradável, ágil e estável. A marca coreana está mirando no topo do segmento de hatches compactos com ele, o que faz com que alguns pontos decepcionem um pouco. A falta de uma versão intermediária com mais recursos de segurança e que economizasse apenas no couro e no teto solar, por exemplo, pode ser algo que o prejudique em alguns mercados.
Autor: Jorge Blancarte (Autocosmos.com) e Márcio Maio (Auto Press)
Fotos: Divulgação