Especificamente no segmento dos superesportivos, são poucos os carros que, com o passar dos anos, conservam a mesma designação que lhes foi imposta desde suas criações. Porém, dentro da gama dos veículos que levam essa tradição, o modelo “número um” é o 911 que, por mais transformações que tenha sofrido desde 1964, sempre é reconhecido como um legítimo “novecentos e onze” a nível mundial pelos entusiastas automotivos. Além disso, não há outro esportivo na atualidade que disponha de tantas versões como o Porsche 911, que contempla uma gama de 23 variantes. Isso quer dizer que, do mesmo modelo, pode-se optar desde um sóbrio 911 Carrera até um extremo 911 GT2 RS.
Nesse vastíssimo espectro, é possível escolher o carro por quantidade de potência, tipo de tração, carroceria cupê ou conversível, bem como por variantes que se assemelhem o mais próximo de um carro de corrida. Ao colocar na balança todas as opções que há na atualidade do 911 tanto em relação à força quanto em configuração de carroceria, pode-se destacar a versão Targa 4 GTS. Primeiro porque, por ser um “targa”, oferece o melhor de dois mundos: o de um cupê e o de um conversível. Segundo, ele fica entre as versões Turbo e Carrera quando se fala em potência. E, por último, oferece um desempenho bruto, mas dócil quando necessário em caso de uso diário.
Com a quantidade de supercarros que superam com facilidade os 600 cv de potência, talvez venha o pensamento de que o 911 Targa 4 GTS “fique devendo” com seu motor de 450 cv. Mas isso não é verdade. Partindo da grande relação peso/potência que esse modelo alemão oferece, as arrancadas são realizadas de forma vertiginosa acompanhadas do “ronco” furioso do motor. Para se ter ideia, a agulha do velocímetro demora apenas 3,6 segundos para se elevar de zero a 100 km/h. Obviamente, esse desempenho não tem a ver apenas com a quantidade de cavalos, mas também pelo torque de 56 kgfm disponível já nas 2 mil rotações.
Apesar de ter capacidades de carros de corrida, o 911 Targa 4 GTS também é dócil para o uso diário graças ao seu modo de condução “normal”. Como um bom esportivo, a baixa altura que tem em relação ao solo – 20 mm mais baixo que o 911 Carrera – e a configuração dos amortecedores orientados a uma condução esportiva permitem que as imperfeições da pavimentação do asfalto sejam sentidas com facilidade.
Primeiras impressões
Tempos modernos
Cidade do México – Muito se diz que os superesportivos da atualidade não oferecem a mesma emoção de antigamente devido ao fato de que a maioria carece de um terceiro pedal. Ou seja, não têm mais câmbio manual. Mas a realidade é que é necessário se adaptar à realidade. O que não se pode negar é que nem um piloto nem a pessoa mais experiente, em se tratando de direção, podem fazer trocas tão rápidas como faz a transmissão de dupla embreagem de sete velocidades que esse Porsche carrega.
Aliado a uma capacidade feroz de arrancada, a mínima sensação de “turbolag” do seis cilindros 3.0 litros, o ótimo trabalho da caixa de velocidades e os modos de condução fazem desse GTS superior na gama dos 911 pelo fato de oferecer tração nas quatro rodas e uma largura de pneus 40 mm maior, o que proporciona mais estabilidade. Os sistemas de segurança, incluindo os freios, são suficientes para deixar o carro eficaz, até mesmo em sua velocidade máxima, que é de 307 km/h.
Autor: Luis Hernández (Autocosmos.com) e Victor Alves (Auto Press)
Fotos: Divulgação