Apesar da crise forte que assola o Brasil no mercado automotivo, a Toyota não tem o que reclamar sobre a nova geração do SW4. O SUV médio-grande registra, desde que foi lançado totalmente renovado, no final de fevereiro, 1.082 unidades emplacadas por mês – considerando o período de março, seu primeiro mês fechado, e novembro. Boa parte desse sucesso vem do fato de se aproveitar do bom momento tanto para os utilitários esportivos quanto para as marcas premium. É que o SW4, apesar de não ser fabricado por uma marca de luxo – na Toyota Motor Corporation, a Lexus cumpre essa função –, tem preço competitivo frente a esse mercado em variantes de entrada, mas com recheio tecnológico superior. A estratégia “colou” e a expectativa de média entre 650 e 750 exemplares vendidos por mês foi superada com boa folga. Mérito principalmente da configuração SRX com motorização diesel, que pode ter cinco ou sete lugares e custar entre R$ 236.150 e R$ 241.550, respectivamente.

Toyota SW4 SRX diesel

Apesar de ser construído sobre a mesma plataforma da Hilux, o SUV tem uma identidade visual própria e seu design mistura traços de elegância e sofisticação, deixando de lado a imagem mais robusta típica dos modelos com caçamba. Na frente, a grade é cromada e com barras laterais protuberantes em formato de “V” e alinhada aos faróis, que são de leds. O para-choque está mais robusto e, na lateral, a cintura do carro é enfatizada por um friso cromado até as partes inferiores da porta. Atrás, as lanternas – também em leds – traçam uma linha cromada ao longo da tampa do porta-malas. Luzes de neblina e sensores de estacionamento foram incorporados ao para-choque. Por dentro, o acabamento mistura detalhes metálicos e padrão madeira. Há dois porta-luvas, um deles refrigerado.

Toyota SW4 SRX diesel

A lista de itens de série é farta. Há volante multifuncional e sistema de entretenimento com tela touch de 7 polegadas que exibe imagens do GPS, TV digital e DVD, além de aceitar MP3 e tecnologia Bluetooth. O painel de informações tem display multifuncional colorido de 4.2 polegadas, emoldurado por duas colunas azuis, e indica o consumo de combustível, velocidade máxima, autonomia de condução, informações do áudio, navegação, temperatura exterior e até uma avaliação da condução, priorizando uma direção mais econômica.

Toyota SW4 SRX diesel

Na configuração SRX com motor diesel, só há opção de transmissão automática de seis velocidades. O turbodiesel tem 2.8 litros e gera 177 cv de potência e 45,9 kgfm de torque – é o mesmo propulsor utilizado na Hilux. A capacidade off-road do SUV médio-grande foi aperfeiçoada e conta com um novo interruptor eletrônico para selecionar a tração 4X4. O novo chassi é 20% mais rígido e a carroceria tem aço de alta resistência e 66 pontos de solda a mais que a geração anterior. A suspensão também foi reforçada e itens como assistente de subida e descida, controle de tração ativo, sistema de bloqueio de diferencial traseiro, freios a disco ventilados nas quatro rodas, controle de estabilidade, assistente de reboque e sete airbags engrossam a lista de itens de segurança. 

Ponto a ponto

Desempenho – O novo motor 2.8 litros da SW4 é o mesmo que equipa a picape Hilux, ou seja, possui quatro cilindros em linha, com turbocompressor de geometria variável e intercooler. Disponibiliza 177 cv de potência e robustos 45,9 kgfm de torque. Os números são suficientes para mover o SUV médio-grande com boa desenvoltura na cidade ou na estrada. Há dois modos de direção: um econômico, que abranda as reações do propulsor, e o Power, que investe no vigor máximo disponibilizado pelo carro. Quando se opta pelo segundo, não há qualquer sensação de falta de força, o que surpreende em um veículo com 2,1 toneladas. Nota 9.

Estabilidade – Apesar de ser pesada e alta, a SW4 faz curvas em alta velocidade com bastante eficiência e sem grandes movimentos de carroceria. Na maioria das vezes, apesar das dimensões avantajadas – são 4,79 metros de comprimento –, a impressão é a de se estar no comando de um veículo menor. O sistema de suspensão traseira, com braço de controle inferior 20 mm mais baixo que a geração anterior e amortecedores telescópicos, melhora o equilíbrio tanto nas estradas sinuosas quanto em trechos de off-road. De acordo com a Toyota, a barra estabilizadora dianteira foi reforçada e uma nova barra estabilizadora foi adicionada à traseira. Nota 9.

Interatividade – A transmissão automática acompanha borboletas atrás do volante, para as trocas manuais de marchas. Apesar de a unidade testada ter apenas cinco lugares – há versões com sete –, a fileira de bancos de trás tem sistema de rebatimento one touch, que diminui o esforço do usuário. O motorista conta com ajustes elétricos para encontrar a melhor posição de dirigir, a chave presencial possibilita o acesso e a partida do veículo através de botões e o porta-malas tem sistema de abertura e fechamento elétrico. Mas falta um freio de estacionamento elétrico. Nota 8.

Toyota SW4 SRX diesel

Consumo – O InMetro testou a SW4 SRX com motor diesel e aferiu 9/10,5 km/l na cidade/estrada. O resultado foi 2,81 MJ/km de consumo energético e nota A na categoria e D no geral. Bom, visto que se trata de um modelo extremamente pesado. Nota 8.

Tecnologia – O novo chassi aumentou sua rigidez em 20% e a carroceria, com a adição de aço de alta resistência, tem 66 pontos de solda a mais que na geração anterior. Há assistente de subida e descida, controles eletrônicos de tração e estabilidade, sistema de bloqueio de diferencial traseiro, central multimídia com tela touchscreen de 7 polegadas, GPS, TV digital e DVD. Um display multifuncional colorido de 4.2 polegadas abriga o painel de informações. São sete airbags totais e, de maneira geral, a lista de itens de série é bem farta. Nota 8.

Conforto – O isolamento acústico se destaca, mas quando se exige um pouco mais do propulsor, não há milagres: o ronco forte do motor diesel invade a cabine. A suspensão filtra bem as irregularidades do piso, o espaço interno é bem farto – pelo menos na configuração com cinco lugares – o sistema de climatização digital atua sobre as duas fileiras de bancos, com saídas específicas e capacidade de ajuste da intensidade. Difícil passar calor no habitáculo desta forma. Nota 8.

Toyota SW4 SRX diesel

Habitabilidade – Apesar de um tanto alta, a SW4 conta com alças que ajudam a acessar o habitáculo. O ângulo de abertura das portas é correto e facilita a entrada e a saída. Na traseira, é possível transportar três pessoas com tranquilidade e bastante bagagem no porta-malas. Porém, pela etiqueta de preço acima de R$ 235 mil, um teto panorâmico seria muito bem-vindo e ampliaria ainda mais a sensação de espaço. Nota 8.

Acabamento – O painel central foi rebaixado, o que inseriu mais charme ao habitáculo. Todos os materiais são suaves ao tato e detalhes metálicos e com padrão madeira estão espalhados por pontos estratégicos, como no próprio volante. Os bancos são estofados em couro e o mesmo material aparece ainda no painel e nas portas. Nota 8.

Design – A SW4 ficou, em relação à geração anterior, 9 cm mais longa, 1,5 cm mais larga e 1,5 cm mais baixa. Na frente, a grade cromada adota uma base contínua ao longo dos faróis. O para-choque tem molduras cromadas nos faróis de neblina e o perfil traz um friso cromado até as partes inferiores da porta. Soleiras laterais e spoiler traseiro conferem uma imagem ao mesmo tempo aventureira e esportiva à lateral. Na traseira, se destacam as lanternas horizontalizadas e unidas por um friso, também cromado. Nota 8.

Toyota SW4 SRX diesel

Custo/Benefício – A Toyota SW4 nunca foi barata. A versão testada, a SRX a diesel e com cinco lugares, custa impressionantes R$ 236.150. Mas a confiabilidade do conjunto do SUV médio da Toyota conta bem mais que alguns reais a menos no preço final. Consumidores que não querem gastar muito sequer cogitam modelos a diesel deste porte, que são expressivamente mais caros que os flex – nesta motorização, o SW4 parte de R$ 159.600. Nota 6.

Total – A Toyota SW4 SRX diesel com cinco lugares recebeu 80 pontos em 100 possíveis.

Impressões ao dirigir

Direção de porte

De cara, o Toyota SW4 impressiona pelo belo design. Apesar de herdar muitas características da picape Hilux, o SUV médio-grande argentino – sua produção é feita em Zárate, cidade situada na província de Buenos Aires – tem um visual que preza mais pela elegância que pela robustez. E isso se reflete em seu interior. O acabamento é superior à geração passada e a organização dos comandos facilita bastante a vida do motorista.

Achar a melhor posição para dirigir é bem fácil. Os ajustes do banco do motorista são totalmente elétricos e a climatização é garantida inclusive para os passageiros de trás – o sistema é preparado para as versões com três fileiras e sete lugares, com saídas localizadas no teto do veículo. A central multimídia é bem moderna e traz GPS e TV digital, além de DVD player. E para mudar a chave da tração 4X2 para integral basta acessar um botão giratório. Tudo simples e funcional.

Toyota SW4 SRX diesel

Ao dar a partida no motor – também a partir de um botão – e começar a trafegar com o SUV médio-grande da Toyota, nota-se o capricho no isolamento acústico. Em situações normais de trânsito, chega-se a esquecer de que se trata de um modelo com propulsor diesel. O barulho desagradável típico deste tipo de motor vem apenas quando se exige mais força – e aí é sem cerimônias mesmo, o que acontece com a maioria dos modelos. 

É claro que não se trata de um modelo esportivo – ao contrário, os atributos do SW4 ficam entre os de um veículo familiar e os de um modelo aventureiro. Mas a fabricante adota um modo de direção batizado de “Power” que, de fato, muda o comportamento do utilitário esportivo. Não chega a expressar tanta agressividade, mas parece inserir o vigor necessário para uma boa desenvoltura no tráfego urbano, com arrancadas e retomadas que impressionam diante de suas 2,1 toneladas.

Toyota SW4 SRX diesel

Os freios a disco nas quatro rodas seguram bem o modelo e se mostram extremamente eficientes na estrada. Mesmo em curvas mais acentuadas, as rolagens de carroceria são bem sutis e nada além do esperado em um carro deste porte. Ponto para o acerto suspensivo, que também não deixa a desejar diante da buraqueira típica das ruas brasileiras. O habitáculo até balança um pouco, mas não compromete o conforto dos passageiros.

Ficha técnica

Toyota SW4 SRX diesel

MotorDiesel, dianteiro, transversal, 2.755 cm³, com turbocompressor, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando variável de válvulas na admissão. Acelerador eletrônico e injeção multiponto
Potência máxima177 cv a 3.400 rpm
Torque máximo45,9 kgfm entre 1.600 rpm e 2.400 rpm
Diâmetro e curso92 mm x 103,6 mm
Taxa de compressão15,6:1
TransmissãoAutomática de seis velocidades à frente e uma a ré. Tração integral. Oferece controle eletrônico de tração ativo
SuspensãoDianteira independente, braços duplos triangulares, molas helicoidais e barra estabilizadora e traseira fourlink (4 pontos de fixação) e molas helicoidais. Oferece controle eletrônico de estabilidade
Pneus265/60 R18
FreiosDiscos ventilados na frente e atrás. Oferece ABS com EBD
CarroceriaUtilitário esportivo em chassi sobre longarina com quatro portas e cinco ou sete lugares. Com 4,79 metros de comprimento, 1,85 m de largura, 1,83 m de altura e 2,74 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais, de cortina e de joelhos para motorista
Tanque de combustível80 litros
Peso2.100 kg, em ordem de marcha
Ângulo de ataque29°
Ângulo de saída25°
ProduçãoZárate, Argentina
Itens de sérieabertura elétrica do porta-malas com memória para altura da tampa, acendimento automático dos faróis, ar-condicionado automático com saídas traseiras, banco do motorista com ajustes elétricos, câmara de ré, compartimento refrigerado no painel, computador de bordo com tela de 4,2 polegadas, controle de velocidade de cruzeiro, modos de condução Eco e Power, porta-luvas com chave, relógio digital, retrovisor interno eletrocrômico, retrovisores externos elétricos, seletor para troca de tração, central multimídia com tela de 7 polegadas touch, GPS, TV Digital, DVD, MP3, Bluetooth, acesso ao veículo e partida do motor por botão, tomada de energia (12V) no painel, console central e no porta-malas, vidros elétricos, volante com paddle-shifts e comandos integrados de telefone, áudio, vídeo e computador de bordo, acabamento em padrão madeira no console central e volante, aerofólio traseiro, barras longitudinais no teto, faróis de leds e de neblina, lanternas e luzes traseiras de leds, luzes diurnas de leds, sete airbags, assistente de descida e subida, bloqueio do diferencial traseiro, controle eletrônico de estabilidade e de tração ativo, sensores de estacionamento traseiros, alarme e travas elétricas
PreçoR$ 236.150

Autor: Márcio Maio (Auto Press)
Fotos: Jorge Rodrigues Jorge/CZN