Na década de 70 os consumidores não tinham tantas variedades de modelos de veículos como hoje em dia, isso é notório. Mas foi nesta década que começaram a surgir alguns dos modelos que se transformariam em grandes utilitários nos anos de hoje. Por exemplo, para as pessoas que precisam de carros que tivessem uma maior capacidade de carga mas que fosse um veículo de passei tinha poucas opções na hora da compra. Mas nesta década surgiu uma opção interessante que ficaria conhecida como a única perua que seria vendida no Brasil na década de 70: a linha Belina da Ford.
A Belina fez muito sucesso no Brasil, sendo que o seu primeiro modelo chegou no Brasil exatamente no início da década de 70, em 1970. O modelo foi descontinuado apenas em 1991, portanto, durante 20 anos fez história no mercado automobilístico do Brasil. E durante este tempo a Ford realmente apostou pesado na Belina, em no final da década de 70 ela acabou dando uma reformulada no veículo, tentando deixar ele um pouco mais moderno. Assim, surgiu a Belina II. Muitas pessoas tinham a Belina II sem saber, chamando todos os modelos apenas de Belina, mas mesmo assim as mudanças entre um modelo e outro foram significativas.
Características da Belina II
Dois dois pontos que realmente chamaram muito atenção das pessoas que compravam a Belina era a robustez que o carro tinha, sendo realmente um carro que poderia ser considerado como forte e potente ao mesmo tempo, e também o amplo espaço interno. Os motoristas poderiam carregar muitas coisas na parte de trás do veículo, e havia lugar de sobra para pessoas no interior do carro, lembrando que estamos falando da década de 70, onde os carros não corriam muito e o trânsito não representava os perigos que vemos hoje em dia.
A Ford soube fazer uma boa reformulação no veículo mas manteve algumas das principais características e alterações que já tinham surgido na linha Corcel. Ou seja, em termos de design podemos perceber que a Belina apresenta linhas retas e angulosas. Mas a grande vantagem deste projeto de design escolhido para este carro é que ele disfarçava bem o projeto que quase 10 anos de vida, mas mesmo assim conseguia parecer muito atual. A bem da verdade, a Belina II mantinha a robustez e economia de sua antecessora, em um pacote mais funcional e atraente.
Design diferenciado
Ainda falando do design da Belina II, uma das grandes características do carro é que ele tinha uma grande área com vidros, o que permitia que as pessoas tivessem uma grande visibilidade para o lado de fora. O carro era amplamente aberto, o que realmente permitia que as pessoas tivessem uma boa ideia do que tinha na parte interior do carro, ou seja, este novo modelo não seria muito interessante hoje em dia. Além disso, a capacidade interna do carro chegava até 768 litros, mas nisso não era muito diferente do que sua rival Caravan, da Chevrolet.
Uma outra característica do veículo que realmente chama atenção e conquistava os motoristas era a economia que o carro permitia. E um dos segredos deste baixo consumo de combustível estava na aerodinâmica do carro: suas linhas foram desenvolvidas em túnel de vento, diminuindo o coeficiente de arrasto. Ela continuou sendo explorada nos anos seguintes, com defletores que diminuíam a turbulência sobre diversos componentes mecânicos. Além disso, uma espécie de ventoinha diminuía o chamado coeficiente de arrasto, permitindo que o carro tivesse mais agilidade usando o mesmo consumo de combustível do que outros veículos.
Desempenho da Belina II
Em termos de desempenho do carro, o depoimento de grande parte dos motoristas ressaltavam sempre que o veículo tinha uma forma de rodar mais macia do que grande parte dos carros da época. Esta característica é tipicamente americana e o comportamento do carro na pista era de fácil correção. Apesar da Ford não ter colocado um sistema de assistência na hora de dirigir o carro, a direção como um todo da Belina era bastante leve e precisa, sendo que as frenagens do carro não provocam desvios da trajetória. Idealizada para ser econômica, espaçosa e confortável, era difícil encontrar alguma esportividade na Belina II. O excelente isolamento acústico suprimia o som do pequeno motor 1.4, capaz de percorrer mais de 12 km com apenas 1 litro de gasolina.
Em termos desempenho de um modo geral, o fato e que o carro acabava não impressionando tanto os motoristas da época, mantendo um padrão de outros carros que eram vendidos na época. Segundo as informações técnicas que eram distribuídas na época que o carro era vendido, a velocidade máxima era de de 133,8 km/h e 21,5 segundos para atingir 100 km/h. No ano seguinte, surgiu o 1.6, com carburador de corpo duplo e ignição eletrônica. Apesar do desempenho não ser uma grande novidade para os motoristas, também não existiam muitos carros disponíveis no mercado nesta época que tivessem uma grande diferença a mais de desempenho.
Outra informação técnica relevante que era divulgada na década de 70 quando o carro fazia sucesso era em relação ao aumento de consumo, que ra desprezível, mas ganhava-se 10 km/h na velocidade final e o 0 a 100 km/h levava 18 segundos. A Ford também investiu em um câmbio de cinco marchas, que a colocava num patamar superior ao da VW Variant II e mais atraente que as Caravan mais simples. O tanque de 63 litros garantia autonomia de 750 km, indispensável numa época de postos fechados.
Durante muitos anos esta 2ª geração da Belina realmente acabou mantendo o reinado e sendo muito vendida no mercado nacional. Mas no ano de 1982 o carro acabou perdendo uma significativa fatia do mercado quando surgiu a Parati, que era menor, mas ágil e mais potente. A Belina recebeu algumas melhorias durante a década de 80, mas já na metade da década o carro acabou perdendo força de vez. Mesmo assim, ainda é considerado um clássico do mercado nacional.