Por Picapes realmente fazem muito sucesso no Brasil, principalmente em ambientes mais rurais, afinal de coisa, mas do que um veículo de comunicação, a picape é um utilitário realmente muito útil para as pessoas que precisam realmente carregar coisas na parte de trás do carro. Um dos primeiros carros que começou a esta popularização do veículo foi o F-100 da Ford, que chegou no Brasil no ano de 1957, que praticamente inaugurou o segmento de picapes grandes nacionais. Mas apesar do modelos ser considerado o grande marco deste segmento, foi o seu sucessor que acabou popularizando o segmento das Picapes, a F-1000.
O zero a mais no nome da empresa estava relacionado ao motor diesel que desta vez tinha quatro cilindros, com capacidade total de 1000 Kg. Além disso, o lançamento do carro não foi simplesmente uma evolução do veículo, mas também acabou sendo uma resposta para um outro carro que foi lançado no mesmo segmento, só que laçado pela Chevrolet, que foi a D-10, que acabou chegando ao consumidor na mesma data do que o modelo lançado pela Ford. Outro fator que também era incomum em relação as duas montadoras é que os carros também estavam passando por um processo de atualização de motor.
O motor que podia ser encontrado no F-1000 era um D229-4 de 83 cv, da MWM, sendo que estes motores eram utilizados para fazer tratores. Além disso, a economia na hora de colocar combustível no veículo também era sentida. Os motoristas tinham uma economia de 40% se comparada ao motor V8 da Picape antecessora. A Ford adotou uma estratégia agressiva na hora do lançamento do seu F-1000. Geralmente os modelos conviviam durante um tempo, mas neste caso a Ford resolveu tirar o modelo antecessor imediatamente da linha de fabricação assim que lançou a atualização, para que as pessoas realmente comprassem o modelo novo.
A Ford decidiu que ainda não estava na hora de faze ruma grande atualização na carroceria do carro, sendo acabou mudando muito pouco de uma versão para outra. Aliás, a carroceria acabou sendo a mesma desde 1971. Mas em compensação, uma das modificações acabou não agradando muito em relação ao modelo anterior: o preço. Na época do lançamento, o F-1000 era muito mais caro do que o modelo anterior.
Modelo Rural vs Modelo Urbano
Como os carros que eram feitos neste segmento invariavelmente eram feitos para pessoas que viviam mais no meio rural, os modelos acabaram ganhando realmente esta cara mais do campo, que é um utilitário mais robusto, com linhas mais duras e geralmente mais alto do que a maioria dos carros mais urbanos. Este visual mais rural acabou durando ainda uns bons anos nos modelos de Picapes da Ford, mais especificamente até a década de 80. A partir desta data estes carros começaram a ser utilizados também muito na cidade, principalmente pelas pessoas que deixavam os seus locais de origem do campo e passaram a morar na cidade. O visual das Picapes também começaram a ficar mais urbanas e menos rural. Grande parte dos modelos passaram a ganhar um acabamento mais esportivo, especialmente para tentar fisgar os consumidores mais jovens. Dentre os principais elementos que apareceram como novidade nas Picapes como a F-1000 estava linhas laterais em cores mais vibrantes e também rodas diferenciadas.
Com a chegada das picapes para o perímetro mais urbano, diversas pessoas que olhavam com desconfiança para as Picapes passaram a nutrir uma certa curiosidade sobre este utilitário. Afinal de contas, mesmo as pessoas que moram nas grandes cidades necessitam de carros espaços para carregar algumas coisas. Além disso, os veículos de imprensa especializados passaram a dar mais atenção as Picapes. Muitos testes começaram a ser feitos com os carros, comprando uma marca com a outra. A F-1000 invariavelmente se sair melhor nas comparações com outros carros do mesmo segmento do que seus rivais. Dentre os pontos em que o carro conseguia se destacar o principal deles estava na estabilidade e também na maciez da suspensão. Apesar deste desempenho, alguns pontos do carro ainda se mostravam piores do que seus concorrentes, dentre eles o fato do carro ter um espaço menor na caçamba do que grande parte dos seus concorrentes e também na questão de ruído.
A montadora aproveitou que o carro estava chamando mais atenção do que nos anos anteriores e lançou mais um modelo, desta vez batizado de F-1000-A. Dentre os principais destaques destas modificações que foram feitas no carro estavam um motor de seis cilindros argentino que era movido a álcool. Algumas modificações também foram feitas nos itens e acessórios, como um novo banco que estava sendo vendido como item de série que tinha uma composição de 2/3 fetos de tecido. Um novo sistema de ventilação também estava sendo lançado juntamente com este novo modelo do carro, além de calotas de alumínio.
Algumas atualizações foram lançadas dois anos depois do lançamento deste modelo, desta vez com um painel completo e com espelhos retrovisores maiores do que os que eram encontrados em outros carros. Segundo o depoimento de alguns usuários que tinham esta F-1000 do final da década de 80, o motor apresentava um excelente torque, soando como um trator domesticado, mas faltava força na hora da subida da ladeira.
Já no ano de 1991 um outro marco na vida da F-1000. Foi lançado a versão Turbo do carro, com um motor que garantia um desempenho nas pistas semelhante aos de muitos carros de passeio, e mais leve do que seus antecessores, mas com uma capacidade de carga superior, o que deixava um carro uma excelente combinação para as pessoas que precisavam carregar uma carga extra de vez em quando mas que também usavam o veículo como carro de passeio.