A Ford é uma das principais marcas de veículos em atuação dentro do mercado nacional, devido a grande qualidade em seus veículos, a empresa rapidamente se tornou bastante popular entre os consumidores brasileiros, sendo considerada por muitos anos como uma das melhores marcas em atuação dentro do Brasil. Mesmo sendo uma marca bastante prestigiada dentro do mercado nacional, a Ford sempre se preocupou bastante com o mercado norte americano e também com o mercado europeu, sendo dois gigantes mundiais, mas que atualmente não estão conseguindo competir com o grande desenvolvimento que o mercado brasileiro está sofrendo.

Ford Versailles

Justamente por isso, a Ford vem apresentando durante os últimos anos várias novidades, que tem por finalidade chamar a atenção dos consumidores brasileiros, porém mesmo com esse grande número de veículos já lançados, alguns modelos não saem da memória dos brasileiros, mesmo que sejam veículos que não foram tão populares entre os consumidores brasileiros na época. Esse também é o caso do Versailles, modelo que não ficou tão popular entre os consumidores brasileiros, mas que se perguntarmos para alguém se já ouviu falar sobre esse veículo, a pessoa irá confirmar que sim, mostrando que mesmo não sendo popular, o modelo conseguiu marcar época entre os vários outros modelos lançados dentro do mercado nacional.

Diferente do que muitos consumidores imaginam o modelo Versailles não foi um lançamento exclusivo dentro do mercado nacional, claro que a Ford preparou essa versão exclusivamente para o mercado brasileiro, porém um modelo lançado entre 1954 e 1957 também utilizava o nome Versailles, esse modelo foi lançado na França e não conseguiu agradar os consumidores exigentes do país em questão. Devido a essa falta de popularidade, a Ford acabou tirando o modelo de linha e seu nome foi preservado até que o Versailles brasileiro foi para a linha de produção no ano de 1991. Desde seu nascimento no Brasil, o modelo já tinha uma dura missão dentro do mercado nacional, que era disputar mercado com o Volkswagen Santana, sendo considerado um dos modelos mais populares da Volkwagen e que na época era um líder de vendas.

Atualmente, o modelo pode parecer não oferecer tanta qualidade, porém se fosse vendido hoje em dia, o modelo equivale ao Ford Fusion, sendo considerado um dos melhores modelos da atualidade, cujo Versailles também atuava na mesma categoria, sendo apenas uma comparação para que as pessoas estejam cientes de que se tratava de um veículo que tinha uma responsabilidade muito grande dentro do mercado nacional. No Brasil, o modelo conseguiu mais sucesso do que em sua primeira versão que foi lançada no mercado francês, mas não conseguiu tanto sucesso quanto outros modelos da Ford.

No mercado nacional, o modelo foi lançado em duas versões, sendo uma versão com duas portas e outra versão lançada com quatro portas, a versão de quatro portas era considerada a top de linha vendida dentro do mercado nacional. Na realidade, o Versailles nasceu com a finalidade de trazer novidades aos consumidores brasileiros, até mesmo porque 1991 foi um período de muita renovação, a Volkswagen contava com o Santana, a Fiat já lançava o Tempra e a Chevrolet já tinha modificado o Monza para uma versão bem diferente, agradando muitos os consumidores brasileiros.

A chegada do modelo

Em 1991, os modelos que trabalhavam na categoria do Versailles já estavam em pleno desenvolvimento, como dito acima, as marcas já tinham investido pesado e criado modelos que chamavam muito a atenção dos consumidores brasileiros, enquanto isso, o Ford Del Rey e também a Belina já estavam sentindo esse desenvolvimento e as portas do mercado nacional se fechando. Nesse momento, a Ford percebeu que era necessário sangue novo em sua linha de produção para disputar mercado, foi quando nasceu o Versailles que também vinha com dura missão de substituir dois líderes de vendas que foi o Del Rey e Belina, modelos que além de manterem um bom fluxo de vendas, também marcaram época no mercado nacional.

Ford Versailles Royale

Na primeira versão do Versailles o que marcou muito no modelo foi o uso de uma faixa preta que se encontra praticamente na altura do para-choque dianteiro do modelo, essa cor se estende por todo o veículo, sendo com certeza um dos fatores que fizeram toda a diferença até mesmo pelo reconhecimento do modelo nas ruas. A Ford utilizou a plataforma do Volkswagen Santana para criar o Versailles e as pessoas que acompanham o mercado automotivo, também estão cientes de que o Santana tinha uma versão perua que era o Santana Quantum, modelo que não foi muito bem aceito entre os consumidores brasileiros, mas que mesmo assim conseguiu imprimir um bom ritmo de vendas.

Com o lançamento desses dois modelos, a Ford percebeu que essas duas plataformas poderiam ser o fim de seus problemas, pois o mercado exigia uma renovação de frota e nada melhor do que contar com uma plataforma no qual é possível adaptar um novo desenho. Diferente do que muitas pessoas imaginam o Versailles também recebeu uma versão perua assim como aconteceu com o Santana, porém essa versão não manteve o mesmo nome, sendo denominada de Royale, que também não conseguiu atingir as expectativas da marca.

Por utilizar a mesma plataforma do Santana, suas modificações eram praticamente na parte exterior e mesmo assim um desenho lembrava muito o outro, lembrando que essa comparação é feita com o Santana e não versão especial 2000, cujo desenho já é totalmente diferente. A diferença entre o Versailles e o Santana é que o Versailles adotou uma grelha que parecia ser unida com o capô, além disso, os faróis dianteiros ficaram um pouco diferente, assim como a pintura que além de ajudar a destacar o modelo, também foi uma ótima forma de se diferenciar do Santana.

Em relação à versão Royale e Quantum, as únicas diferenças se encontram na dianteira e traseira, sendo que as lanternas traseiras tem o desenho diferente, porém no demais os modelos ficaram rigorosamente parecidos, o que também pode ter se tornado um problema para a Ford, até mesmo porque o Santana já estava à venda quando o Versailles começou a ser oferecido dentro do mercado nacional.

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Detalhes técnicos

Pensando em acompanhar a concorrência, a Ford estudou bastante algumas características dos modelos vendidos na época, visando criar um motor que oferecesse qualidade e bom desempenho, compensando também no consumo que é algo que os consumidores da época também já cobravam das montadoras. Justamente por isso, a marca resolveu lançar duas opções de motorização, sendo um motor de 1.8 litros e um motor de 2.0 litros, para atualidade são considerados motores bastante potentes, mas como dito acima a categoria que o Versailles era vendido é a mesma categoria que o Fusion é oferecido atualmente, sendo considerado modelo de luxo entre os consumidores brasileiros.

O modelo também oferecia bastante luxo em seu interior, pois a Ford sempre foi bastante conhecida por oferecer muito luxo em seus modelos, não poupando em equipamentos e produtos de qualidade pra ser implementados ao interior e mecânica do veículo. Porém, esse ponto positivo também diminuiu muito as vendas do modelo, até mesmo porque seu valor de custo era bem acima, principalmente se comparado com seus três principais concorrentes, sem contar que o custo de manutenção dos modelos da Ford é sempre mais caro do que se comparado com outras marcas, o que acabou se tornando um grande problema, principalmente durante esse período onde o Real ainda está em plena transição.

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Mesmo tendo utilizado a plataforma do Santana, seu interior era exclusivo, a marca trabalhou muito bem em seu interior e principalmente em seu painel, porém muitos consumidores afirmavam que o painel tinha sido inspirado do painel do Santana. Durante o seu período de vendas o modelo praticamente não recebeu modificações, mas foi muito elogiado principalmente pelos consumidores mais exigentes que afirmavam que o Versailles era o veículo mais confortável de sua categoria. Uma das principais reclamações por parte dos consumidores era a inexistência de uma versão quatro portas para a perua Royale, pois seus concorrentes como no caso do Quantum, contava com uma versão de quatro portas, porém durante os primeiros anos de atuação do Royale, não foi criado nenhuma versão com essa configuração.

As faltas de novidades também fizeram com que o modelo caísse de produção, pois essa era uma época de transição e consequentemente os consumidores brasileiros estavam esperando novidade por parte das montadoras e isso realmente aconteceu, o Santana recebeu uma nova versão, assim como o Monza que também recebe a versão Tubarão que futuramente viria a ser um dos modelos mais populares entre os consumidores brasileiros e devido a preocupação da Ford com os grandes mercados, como no caso dos Estados Unidos e continente europeu, a marca acabou deixando de lado o mercado nacional.

Outro fator muito interessante que aconteceu na época foi a produção do modelo, para muitos a Ford fabricava o Versailles, mas na realidade a Volkswagen era responsável por fabricar o modelo, como a plataforma utilizada era praticamente a mesma, as marcas acabaram criando uma parceria, visando dessa forma diminuir gastos. Isso acontece porque uma linha de produção precisa ser toda re-configurada para a produção de um determinado veículo, como as plataformas eram muito próximas, a Volkswagen ficou responsável por produzir o Versailles.

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Versões

Durante o seu período de vendas dentro do mercado nacional, podemos afirmar que o modelo foi lançado em três versões sedan e uma versão perua, a Royale foi apresentada somente com a configuração em duas portas e nenhuma edição especial foi lançada do modelo, a única opção eram os motores de 1.8 e 2.0 litros que poderiam ser escolhidos conforme as necessidades dos consumidores. Na versão sedan o modelo foi lançado com uma versão duas portas, uma versão quatro portas e também uma versão especial denominada de Ghia.

Ford Versailles GhiaNa versão Ghia, a marca resolveu apresentar alguns equipamentos exclusivos que não poderiam ser vistos em suas outras versões, entre esses equipamentos estava o sistema de freios utilizando ABS, também foi investido pesado em sistemas de segurança, como no caso de airbag. O modelo também contava com teto solar elétrico, câmbio automático, e vários outros equipamentos que por final elevaram muito seu valor de custo, mas também fez com que o modelo se tornasse um dos mais completos da época, ganhando até mesmo de veículos que se classificavam bem acima do Versailles, sendo que para época eram equipamentos de luxo que poderiam ser vistos somente em veículos importados.

Porém, mesmo com essa nova tentativa da marca em manter o modelo vivo dentro do mercado nacional, suas vendas acabaram não conseguindo suprir as expectativas da Ford e também não conseguiram manter o modelo na linha de produção. No ano de 1996 o modelo acabou saindo da linha de produção, sendo paralisado e em seu lugar entrou o Ford Mondeo, lembrando que o Versailles era considerado um sedan médio de luxo e praticamente não conseguiu espaço no mercado nacional devido a seu alto custo, pois a Ford não mediu esforços para criar um veículo completo, porém a economia do país infelizmente não acompanhava o valor cobrado pela Ford.

O modelo foi vendido no mercado nacional entre 1991 e 1996, vivendo praticamente 5 anos sendo vendido dentro do país, enquanto isso alguns de seus concorrentes ainda conseguiram se manter a venda dentro do mercado nacional. Porém o Fiat Tempra também deixou muito a desejar, sendo um modelo muito bonito e que marcou época, porém sua manutenção muito cara e alto consumo fez com que o modelo não se tornasse tão popular entre os consumidores brasileiros.


Comercial do Ford Versailles (1992)

Atualmente, ainda que de forma rara, é possível ver alguns Versailles rodando no Brasil, como o seu fluxo de vendas foi bem abaixo do que a marca esperava, hoje em dia acaba sendo difícil encontrar alguns desses modelos rodando, porém a maioria ainda se encontra em bom estado. A versão Ghia vendeu poucas unidades do que se comparado com o Versailles comum, por isso também é muito difícil encontrar uma unidade do Versailles Ghia rodando em estradas brasileiras.