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A Grand Cherokee já está no Brasil nas versões Laredo e Limited sempre a gasolina, mas a grande aposta da Jeep é mesmo na nova versão diesel. Mais especificamente, a Jeep aposta na afinada combinação do propulsor 3.0 litros CRD Turbo Diesel V6, produzido pela italiana VM Motori, com o novo câmbio automático de 8 marchas da alemã ZF, com acionamento manual através de borboletas no volante – que substituiu o antigo de 5 velocidades. 

Com a incorporação total da Chrysler à Fiat – desde janeiro desse ano, ambas formam juntas a Fiat Chrysler Automobiles –, o intercâmbio de tecnologias entre as marcas do grupo tende a se incrementar. A VM Motori é uma subsidiária da FPT, tradicional empresa de motores do Grupo Fiat que tem grande expertise na produção de propulsores diesel para automóveis na Europa, onde o combustível é fartamente utilizado em carros de passeio. Agora incorporada à linha 2014, a motorização diesel fabricada na cidade de Cento, na região italiana da Emilia-Romagna, vai continuar a tarefa de dividir por aqui as vendas da linha Grand Cherokee com o Pentastar V6 a gasolina – esse sim 100% Chrysler.

O vigoroso “cuore italiano” do utilitário é um Multijet II, com turbo de geometria variável e sistema de injeção common-rail de última geração. Ele é capaz de render 241 cv a 4 mil rpm e 56 kgfm de torque entre 1.800 e 2.800 rpm. Com diversos componentes em alumínio, o novo propulsor de 3.0 litros tem seis cilindros dispostos em duas bancadas em V a 60°. Segundo o Grupo Chrysler, o off-road de quase 2.400 kg tem aceleração de zero a 100 km/h em apenas 8,2 segundos e velocidade máxima de 202 km/h.

Grand Jeep Cherokee

O Grand Cherokee diesel promete uma espantosa autonomia de 1.433 km – aproximadamente a distância entre o Rio de Janeiro e Campo Grande, a capital do Mato Grosso do Sul. Nas versões a gasolina, a autonomia fica em 1.135 km. Para isso contribui a ótima média rodoviária prometida – 15,4 km/l – e também o gigantesco tanque de 93,1 litros. Na cidade, a Jeep fala em impressionantes 10,8 km/l, com 13,3 km/l de consumo combinado. Afinado com a cartilha “ecologicamente correta”, o marketing da empresa ainda afirma que a emissão de CO² baixou 10% em relação ao modelo antigo: agora é de 198 gramas por quilômetro, em ciclo combinado cidade/estrada. Até um recurso Eco Mode, que prioriza sempre a marcha mais alta possível, foi introduzido na linha 2014 para reduzir o índice de consumo e de emissões. Ele é ativado automaticamente quando se liga o carro e pode ser desativado através de um botão no painel, quando se quer mais desempenho. No asfalto, para ter ainda mais diversão sem se preocupar com ecologia, basta acionar o modo Sport no botão Selec-Terrain.

A caixa de transferência Quadra-Trac II conta com 4X4 integral e reduzida. Já conhecida desde o modelo anterior, a tecnologia Selec-Terrain permite que o motorista adapte o sistema de tração integral de acordo com as condições do solo. Operada através de um botão giratório no console central, coordena eletronicamente as diferentes combinações do conjunto motor/transmissão, sistemas de frenagem, controle de aceleração, mudança de marchas, caixa de transferência, controle de tração e controle eletrônico de estabilidade.

O Grand Cherokee diesel desembarca no Brasil apenas na versão “top” Limited. No interior redesenhado, também está presente o novo sistema multimídia com GPS da Garmin e tela sensível ao toque de 8,4 polegadas, já apresentado em janeiro nas versões a gasolina. No console, destaca-se a nova alavanca do câmbio de oito marchas, revestida em couro – revestimento que se espalha pelo habitáculo, pontuado por detalhes cromados e em madeira. Tudo para justificar os vultosos R$ 239.900 pedidos pelo Grand Cherokee Limited diesel nas concessionárias - R$ 20 mil a mais que a Limited 3.6 V6 a gasolina.

Interior do Jeep Grand Cherokee

Primeiras impressões

Campos do Jordão/SP – No bem cuidado asfalto da estrada que leva à badalada cidade serrana paulista de Campos do Jordão, o motor italiano do Grand Cherokee trabalha forte – mas sem alarde. No interior, o silêncio impera e a trepidação é tão pouca que quase não parece um carro a diesel. O câmbio ZF de 8 marchas representa uma evolução considerável em relação ao antigo de 5 marchas, que eventualmente parecia indeciso, principalmente nas marchas iniciais. Agora, com a nova transmissão, o elástico propulsor da FPT esbanja força em qualquer giro. Mesmo com mais de duas toneladas e meia nas costas – 2.393 kg do carro mais dois passageiros –, o jipe tem retomadas bastante vigorosas.

Nos trechos sinuosos, embora a suspensão pareça um tanto macia, o utilitário esportivo da Jeep mostra boa estabilidade. Logo o motorista percebe que eventuais exageros nas curvas são prontamente corrigidos pelos eficientes sistemas eletrônicos – controle de rolagem, de estabilidade, de tração, etc. Mesmo nas freadas abruptas, o mergulho é discreto. Os novos pneus 265/50 R20 – os do modelo antigo tinham 18 polegadas – também dão boa contribuição ao conjunto.

Traseira do Grand Cherokee

Por melhor que seja a performance no asfalto, ela é inapelavelmente empanada quando o Grand Cherokee diesel chega em seu próprio terreno. Nas trilhas de “off-road”, o jipão norte-americano não se intimida com obstáculos de qualquer tipo, sejam valões ou pirambeiras. A tecnologia a bordo e a óbvia robustez do conjunto mecânico e da estrutura monobloco de aço tornam situações normalmente temerárias em quase banais. Na lama ou na pedra, tanto nas subidas quanto nas descidas, os recursos eletrônicos propõem soluções adequadas para um deslocamento célere e seguro. Para facilitar, o Selec-Terrain tem cinco ajustes: Auto, de automática, Sand (areia), Mud (lama), Snow (neve) e Rock (pedra).

Quando a questão é de força, o propulsor entrega 56 kgfm de torque – quase 60% a mais que os 35,6 kgfm do V6 a gasolina. É nas horas difíceis, nas trilhas mais sinistras, que o “motorzão” prova seu valor. O ótimo trem de força junto com a suspensão robusta e confortável e o aparato tecnológico sofisticado credenciam o novo Grand Cherokee diesel a ostentar com justiça o nome Jeep. E isso não é pouca coisa.

Motorização do Grand Cherokee

Ficha técnica

Jeep Grand Cherokee Limited Diesel

MotorDiesel, dianteiro, longitudinal, 2.987 cm³, seis cilindros em V a 60º, turbo de geometria variável, quatro válvulas por cilindro e comando duplo no cabeçote. Acelerador eletrônico e injeção direta common-rail
TransmissãoCâmbio automático com oito velocidades à frente e uma a ré com opção de mudanças manuais sequenciais atrás do volante. Controle eletrônico de tração e cinco configurações para os dispositivos dinâmicos. Tração integral com reduzida
Potência máxima241 cv a 4 mil rpm
Diâmetro e curso83,0 mm x 92,0 mm
Taxa de compressão16,5:1
SuspensãoDianteira independente com braços curto e longo, molas helicoidais, amortecedores a gás, barra estabilizadora. Traseira independente do tipo Multilink com molas helicoidais, amortecedores a gás, braço de controle inferior e superior. Oferece controle eletrônico de estabilidade
Pneus265/50 R20
FreiosDiscos ventilados na frente e atrás. ABS com EDB de série
Capacidade off-roadÂngulo de 26,3 º de ataque, 26,5º de saída, 18,8º de rampa e 218 mm de altura livre para o solo
Peso2.393 kg em ordem de marcha. Controle eletrônico de descida
ProduçãoDetroit, Estados Unidos
Lançamento no BrasilAbril/2014
Itens de sérieAr-condicionado dual zone, sete airbags, ajuste automático de altura do facho dos faróis, ajustes lombares para os bancos dianteiros, bancos dianteiros com ajustes elétricos e aquecidos, câmera de ré, coluna de direção com ajustes elétricos, controle de tração e estabilidade, controle de velocidade em descidas, faróis bixenônio, sensor de luminosidade, acabamento interno em couro, sensor de chuva, monitor de pressão dos pneus, sistema de entretenimento com tela de 8,4 polegadas, sistema de entretenimento com navegador GPS integrado, volante revestido em couro com comandos do áudio, cruise control e rodas de liga leve de 20 polegadas

Autor: Luiz Humberto Monteiro Pereira (Auto Press)
Fotos: Luiz Humberto Monteiro Pereira/Carta Z Notícias