O grupo CAOA confirmou a compra de 50% da Chery no Brasil. A operação já teve impacto direto nas operações da empresa a partir desta segunda-feira, dia 13. De acordo com o comunicado oficial das duas companhias, a ideia é reverter o fracasso de vendas e metas impostas pela empresa chinesa em relação a sua atuação no mercado brasileiro.

Chery do Brasil passa metade das operações para Caoa

A fábrica da Chery no Brasil foi oficialmente inaugurada no ano de 2014, quando o país estava começando a entrar na sua mais recente crise econômica, cuja apenas agora está conseguindo se reestabelecer. Na época, a matriz chinesa havia colocado algumas metas, sendo que até 2018 a empresa deveria ter 3% do total de vendas de carros novos no país, além de 3 mil funcionários empregados.

Os últimos meses deixaram claro que a operação brasileira ainda estava muito longe do que estava sendo esperado. No mês passado, de acordo com os dados mais recentes divulgados, a marca tinha conseguido alcançar apenas 0,2% de mercado, tendo apenas 400 funcionários contratados.

Além dos problemas relacionados as vendas, a unidade de Jacareí também acabou enfrentando outras adversidades. No mês passado, por exemplo, a paralisação dos funcionários durou 30 dias. O sindicato e a Chery tiverem uma batalha pelo aumento dos salários, mas a empresa acabou tendo um grande prejuízo com a parada, mesmo tendo conseguido manter o reajuste salarial estipulado inicialmente.

Nova montadora

Chery do Brasil passa metade das operações para Caoa

Na prática, com a aquisição, o Brasil passa a contar com uma nova montadora, denominada Caoa Chery. A ideia é conseguir retomar o ritmo da fábrica, introduzir uma série de novas tecnologias, ao mesmo tempo que também pretende lançar novos produtos no mercado, algo que parecia ser impensável até mês passado.

Junto com a compra, a Caoa também garantiu que pretende realizar investimentos nos próximos cinco anos, totalizando um total de US$ 2 bilhões de dólares. O anúncio acabou deixando tanto os trabalhadores quando o sindicato dos metalúrgicos da região com mais esperança de um futuro promissor para a marca.

"A Chery chegou ao Brasil em um momento de crise, de mercado automotivo em baixa. Agora essa fusão vem em momento de recuperação do mercado. A expectativa é grande para que a empresa aumente a produção, os investimentos e os postos de trabalho em Jacareí", disse Guirá Borba, diretor do sindicato.