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Lançar uma série especial pode ter motivações diferentes entre as fabricantes. E no caso do Chevrolet Sonic, a edição Effect cai como uma luva na proposta inicial do carro: atrair mais público jovem para a marca. O hatch premium ostenta por si só um visual que alia charme e esportividade mesmo nas versões LT e LTZ. A configuração Effect reforça essa ideia e dá ao carro um ar ainda mais agressivo. E isso já se reflete nas vendas do modelo. Em 2013, a Chevrolet emplacou 7.487 Sonic hatches, média de 624 mensais. No primeiro trimestre de 2014, já foram 2.169 vendidos, cerca de 723 por mês. E 15% deles na série especial, totalizando 331 exemplares entre janeiro e março. Parece pouco, mas está além da meta de 500 unidades mensais planejada pela fabricante na época de seu lançamento, em 2012.

A versão especial é feita em cima da configuração de topo, a LTZ. De diferente, incorpora adesivos nas laterais, capô, teto, traseira e tampa do tanque de combustível em cinza e preto. Além disso, o hatch ganha roda de liga leve de 16 polegadas com pintura escurecida, espelhos retrovisores na cor preta, protetor de soleira com acabamento em alumínio escovado e tapetes de borracha exclusivos. De resto, todos os itens de série que a linha LTZ já traz, como o sistema multimídia MyLink, volante multifuncional, bancos em couro e controle de cruzeiro, entre outros.

Frente invocada do Sonic Effect

O espírito jovem e esportivo fica bem marcado na frente do carro. Os faróis são expostos, dando um olhar “naked” ao Sonic, típico de uma moto esportiva. Os vincos são protuberantes na dianteira e ascendentes nas laterais, subindo em direção à traseira. A inclinação transmite uma ideia de movimento e de agilidade que combina com os adesivos decorativos. Estes são grandes, mas não se tornam exagerados quando combinados com a cor destinada à série especial, branca. E seus 4,04 metros de comprimento se disfarçam no corte abrupto da terceira coluna, com ângulo negativo. Ou seja, o Sonic parece pequeno, mas não é.

O motor é sempre o mesmo 1.6 16V que entrega 116/120 cv com gasolina/etanol no tanque de combustível. A potência máxima aparece às 6 mil rpm e seu torque máximo de 15,8/16,3 kgfm se revela apenas em 4 mil giros. O trem de força é completado pela transmissão automática de seis marchas, a mesma que equipa o sedã médio Cruze e a minivan Spin. Há até a possibilidade de trocas manuais, mas são realizadas a partir de um desconfortável botão na alavanca.

Aliar contemporaneidade, bons equipamentos e robustez no setor automotivo brasileiro tem seu preço. E o Chevrolet Sonic mostra bem isso. Na série Effect, parte de R$ 59.890, R$ 2 mil a mais que a versão top LTZ. Uma diferença alta por meras mudanças estéticas. Mas se trata de um carro que entrega um design diferenciado e certa exclusividade nas ruas – é bem mais difícil encontrar um exemplar dele do que de seus principais concorrentes, como o Ford New Fiesta e o Hyundai HB20. O que ajuda a explicar que esse preço a mais seja justificável para seus consumidores. Tudo para sair do comum.

Chevrolet Sonic Effect

Ponto a ponto

Desempenho – O motor é ágil e seus 120 cv são suficientes para satisfazer motoristas que não chegam a buscar grande esportividade, mas valorizam boas arrancadas e retomadas. O câmbio automático de seis velocidades faz um trabalho correto. Exceto na opção de transmissão manual, onde o botão na alavanca deixa muito a desejar. Nota 7.

Estabilidade – A suspensão é bem acertada e absorve os impactos com eficiência. Os passageiros são razoavelmente poupados de sacolejos provocados por buracos. As curvas são feitas sem grandes surpresas e a direção responde bem aos comandos do motorista. É um carro que transmite segurança. Nota 8.

Interatividade – Os comandos têm indicações bem intuitivas e de fácil entendimento. Também estão bem à mão do motorista. Os ajustes do banco e do volante se mostram eficientes. Um display maior para o computador de bordo seria interessante, mas o design do painel tem uma pegada esportiva que confere charme ao modelo. É evidentemente inspirado no painel de uma motocicleta. Nota 7.

Consumo – O InMetro não testou nenhuma versão do Chevrolet Sonic. Na avaliação, com etanol no tanque, o hatch compacto marcou média de 7,5 km/l. Poderia ser melhor. Nota 6.

Tecnologia – Feita em cima da versão de topo, a LTZ, a série Effect no Sonic traz de série o sistema de navegação MyLink, que reproduz músicas, fotos, vídeos e aplicativos de smartphones, além de fazer ligações telefônicas via Bluetooth. A tela é sensível ao toque e de sete polegadas. A plataforma é a GSV, de 2010, mesma utilizada no hatch Onix, nos sedãs Prisma e Cobalt e na minivan Spin. Já o motor 1.6 16V Ecotec não chega a ser novo, mas conta com comando variável na admissão e escape para melhor distribuição da força. Faltam recursos de segurança mais completos, como airbags laterais e controle de estabilidade. Nota 7.

Conforto – O interior tem uma atmosfera agradável, com bom isolamento acústico. Quando se pede mais do motor, o barulho que se escuta chega até a ser empolgante, sem a sensação de incômodo e condizente com o visual esportivo do Sonic Effect. E mesmo com a suspensão mais firme, buracos e valetas são bem filtrados e quase não incomodam. Os bancos de couro, além de bonitos, são confortáveis. Há espaço suficiente para que quatro adultos viajem bem. E até um quinto elemento, em proporções normais, é capaz de se acomodar sem grande aperto. Nota 8.

Interior do Sonic Effect com câmbio automático

Habitabilidade – O ângulo de abertura das quatro portas é bom. Na traseira, a impressão que se tem é de que é até melhor que na maioria dos hatches compactos. Há porta-revistas nos encostos dos bancos da frente e dois porta-luvas. O porta-malas acomoda bons 265 litros e tem abertura ampla. Em caso de  necessidade, é possível ampliar sua capacidade de carga com o assento traseiro bipartido. Nota 8.

Acabamento – Bons encaixes e sem rebarbas aparentes, mas não esbanja requinte. O plástico utilizado não denota pobreza, mas um carro que custa R$ 59.890 poderia ostentar um pouco mais de elegância. O acabamento em couro dos bancos é de boa qualidade e tem costuras aparentes. Nota 7.

Design – O visual é um dos pontos de destaque do Sonic Effect. A frente tem faróis expostos e linhas pronunciadas e imponentes. O perfil do sedã é esportivo e harmonioso, com formas elegantes e contemporâneas. As faixas adesivadas do capô até a traseira do carro dão um ar mais agressivo ao hatch e chamam atenção. Nota 8.

Custo/benefício – Os R$ 59.890 cobrados pelo Sonic Effect com câmbio automático soam caros demais diante de seus concorrentes. O Ford New Fiesta Titanium 1.6 Powershift tem transmissão automatizada de seis marchas com dupla embreagem, sete airbags e controle de estabilidade e tração por R$ 59.590. Com equipamentos similares ao Sonic Effect, o Hyundai HB20 com câmbio automático custa R$ 54.875. Nota 5.

Total – O Chevrolet Sonic Effect somou 71 pontos em 100 possíveis.

Detalhe da lanterna traseira

Impressões ao dirigir

Cara de mau

O visual imponente e suas linhas acentuadas dão charme especial ao Chevrolet Sonic. Mas os adesivos laterais e sob o capô, teto e na traseira da série Effect trazem ainda mais personalidade. Deixam o carro com uma aparente agressividade e captam olhares curiosos por onde passa. O motor 1.6 16V entrega 120/116 cv a 6 mil rpm com etanol/gasolina. Um número até razoável, mas pouco para o “look” da versão. Não que passe vergonha, mas o Sonic Effect tem muito mais cara de “raivoso” do que seu motor alcança. As arrancadas e retomadas são boas, porém é na direção mais tranquila e cautelosa que o propulsor se dá melhor.

Os comandos são facilmente identificados já à primeira vista. Um ou outro peca em seu manuseio – como o acesso ao computador de bordo, feito pelo girar de um anel na haste da seta esquerda. A visibilidade é boa, principalmente pelos retrovisores externos, que dão impressão de serem mais largos que o normal. Para as manobras, apesar do sensor de estacionamento traseiro de série, falta uma câmera de ré integrada ao sistema de navegação MyLink. Pelo menos era de se esperar que um carro de quase  R$ 60 mil contasse com esse recurso.

Chevrolet Sonic Effect

Estável, o Sonic entra e sai das curvas sem grandes surpresas. Mesmo em velocidades  acima dos 100 km/h. Apesar de ter uma suspensão firme, o impacto sobre pisos irregulares é pouco sentido por seus ocupantes. O isolamento acústico agrada. Em rotações acima dos 4 mil giros, o ruído do motor aparece, mas em sintonia com o visual do carro – dá um toque extra de esportividade. Na unidade testada, o que decepciona é o barulho presente nas trocas de marcha, com uma leve vibração. Não chega a transmitir insegurança, mas irrita.

O espaço interno é um ponto a favor no Sonic. As portas traseiras têm um ângulo de abertura que parece maior que o de um hatch compacto e dá até para se aventurar a tentar transportar cinco ocupantes. A largura de 1,73 metro do carro ajuda. Mas o sobrepeso certamente acarretará em média de consumo de combustível ainda menor. Com etanol no tanque, o gasto computado foi de cerca de 7,5 km/l com um ou dois passageiros na maior parte do tempo. Até aceitável para um propulsor 1.6 16V, mas pouco para o motor Ecotec, que carrega a insinuação de economia no nome.

Ficha técnica

Chevrolet Sonic Effect

Sob o capô do Sonic Effect

MotorA gasolina, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, quatro cilindros em linha, com quatro válvulas por cilindro, duplo comando no cabeçote e duplo comando variável de válvulas. Injeção eletrônica multiponto e acelerador eletrônico
TransmissãoCâmbio automático de seis marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira
Potência máxima120 cv e 116 cv a 6 mil rpm com etanol e gasolina
Torque máximo16,3 kgfm e 15,8 kgfm a 4 mil rpm com etanol e gasolina
Diâmetro e curso79,0 mm x 81,5 mm
Taxa de compressão10,8:1
SuspensãoDianteira independente do tipo McPherson com barra de torção e amortecedores telescópicos hidráulicos pressurizados a gás. Traseira semi-independente com eixo de torção e amortecedores telescópicos hidráulicos pressurizados a gás
Pneus205/55 R16
FreiosDiscos na frente e a tambor atrás. Oferece freios ABS com EBD de série
CarroceriaHatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,04 metros de comprimento, 1,73  m de largura, 1,52 m de altura e 2,52 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais de série
Peso1.163 kg
Capacidade do porta-malas265 litros
Tanque de combustível46 litros
ProduçãoSan Luis Potosi, no México
Lançamento mundial2011
Lançamento no Brasil2012
Itens de sérieAr-condicionado, airbag duplo, ABS com EBD, direção hidráulica, computador de bordo, trio elétrico, desembaçador do vidro traseiro, sistema de navegação MyLink com tela touchscreen de sete polegadas, sensor de estacionamento traseiro, bancos, volante multifuncional e acabamento em couro, cruise control, faróis de neblina, rodas de alumínio de 16 polegadas com acabamento em preto, descansa-braço central e adesivos nas laterais, capô, teto e traseira especiais da série
PreçoR$ 59.890. 

Autor: Márcio Maio (Auto Press)
Fotos: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias